domingo, 6 de agosto de 2017

SAUDADE, MEU PAI!



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Hoje fazem exatamente 26 anos que meu pai Luiz Válio Júnior foi morar sob outro sol e outra lua siderais.
Luiz Válio Júnior não foi nenhum professor, embora tivesse capacidade para transmitir matérias educativas, pois teve como primeiro mestre o grande Major Luiz Válio, seu pai ( político de larga experiência, escritor esmerado, poeta sensibilizado pelas causas sociais, médico da alma e do corpo numa época em que tudo se curava com ervas, e músico - tocava rabecão - e que tampouco teve ambições, embora sofresse bastante por isso).
Ao longo de sua vida, meu pai deixou inúmeros ensinamentos através de escritos impressos em alguns jornais da região e até do Brasil. 
Nas matérias também assinava-se Gijo Válio ( era o apelido desde que nascera), Ferdinando Cipó Júnior ( o pai usava Ferdinando Cipó), Pedro Bé e Rizadinha.
Tinha um cérebro digno de rei.
Sua vida não foi um mar de rosas, bem sabemos da sua infelicidade latente, da sua busca constante, às vezes, até imaginária, por algo que jamais conseguiu encontrar ou definir.
Era feliz quando escrevia, quando falava em público, quando desejava ardentemente mudanças para o seu município e para o povo que nele habitava, quando se engajava nalgum projeto bom e progressista para a comunidade, quando via seu time paulista, o São Paulo, ganhar mais um campeonato, quando tomava seu chimarrão pela manhã e quando falava com a Natureza e seus animais, isso todos os dias, pois para ele Deus era a própria Natureza em movimento.
Foi um grande homem que a cidade conheceu; muitos o odiaram, talvez e justamente porque ele não tinha medo de ninguém e escrevia o que pensava e tinha conhecimento - claro que muitos artigos não eram publicados, pois os editores de jornais locais tinham medo de perder aquela boquinha junto aos políticos e à prefeitura da cidade - mas era correto e justo em tudo o que fazia. 
Considerava-se um humilde rastreador da terra. 
Não tinha vaidade, nem orgulho, nem nada que o fizesse superior aos seus semelhantes. 
Mas era superior, sim!
Foi um defensor dos direitos do homem. Porque o homem deve viver com igualdade, livre da exploração e dos maus companheiros, pois aquele que conhece seus direitos não necessita de defensor.
Era bairrista como poucos. E mesmo quando foi candidato a deputado estadual e a sua cidade natal não lhe deu nem novecentos votos, não deixou de sê-lo.
Para ele, a rivalidade, o ciúme, o interesse monetário fazem do homem uma penca de defeitos.
Tinha tutano, tinha sangue nas veias, tinha energia de sobra. Nada o desafiava. Só mesmo o tempo que acabou por levá-lo embora.
Haverá outro igual?
Duvidamos!
Com ele aprendemos que o lugar que nos é dado ao nascermos deverá ser mantido por nós com a mais ampla liberdade, com a mais intensa das garras, com justo merecimento e com dignidade até o nosso último suspiro.
Com ele também aprendemos que ninguém neste mundo vale mais ou é maior do que ninguém, pois todos fomos feitos da mesma textura e para as mesmas finalidades.
Ele foi o caminho aberto na linha do tempo para que as próximas gerações, dentro das famílias de todos os seus descendentes, tenham a chance de conhecer e amar este planeta depois da sua passagem.
Oxalá os destinos de cada elemento que componha a família em pauta sejam mansos e pacíficos e apenas recebam da vida aquilo que bem merecerem ou que consequentemente derem causa. 
Para que a sua vinda e a dos seus antepassados não tenha ocorrido em vão.
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