Não quero me antecipar aos fatos, mas os acontecimentos dos próximos dias mostrarão que eu tenho razão no que venho afirmando sobre a eleição de 2016 em Campos, e a formação de uma aliança política, midiática e jurídica para influenciar aquele resultado eleitoral.
Aguardemos os próximos capítulos.
Como sempre a verdade prevalecerá.
Muitas máscaras cairão e, apesar de ter sofrido durante o ano que está terminando muitas covardias e perseguições, vão ver no final muita gente repetir um velho bordão: "Garotinho tinha razão".
Mas o assunto que quero tratar hoje retomando a vida de jornalista é sobre o que passarei a chamar a partir de agora de PGP (Padrão Globo de Propina).
Conforme vocês sabem, numa dessa covardias contra mim foram ilegalmente sequestrados oito pen drives, cujo registro da ocorrência foi feito na Delegacia da Polícia Federal de Campos, como comunicado ao Ministério Público Federal na cidade. Embora até hoje eles não tenham aparecido, consegui recuperar parte do conteúdo deles.
Em um dos pen drives está o depoimento de J. Hawilla, que gerou o FIFA Gate, que já levou para a cadeia o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, e promete levar outros dirigentes da entidade que comanda o futebol brasileiro e de outras federações, confederações e da própria FIFA.
Como essa é uma longa história faremos diariamente postagens revelando não só o conteúdo da delação de J. Hawilla, mas também de outros dirigentes que já estão indiciados e/ou presos nos Estados Unidos.
Capítulo 1: O desespero da família Marinho
Para situar o leitor sobre quem é J. Hawilla e suas ligações com o grupo Globo, e a importância do esquema mundial envolvendo eventos esportivos é importante saber que em 2003, o empresário fundou a TV Tem, uma cadeia de emissoras de televisão, afiliadas da Rede Globo no interior de São Paulo.
Cobre 318 municípios, alcançando em termos de público 49% do interior paulista.
J. Hawilla também, em 2009, junto com a família Marinho, comprou o jornal Diário de S. Paulo.
O empresário também tem uma produtora chamada TV 7, que produz os programas Auto Esporte, Pequenas Empresas e Grandes Negócios, entre outros, todos exibidos pela Globo. Mas o grande negócio da vida de J. Hawilla é a Traffic Entertinements e Marketing.
Foi através dessa empresa que ele se tornou a ponte de propina paga pelo Grupo Globo aos dirigentes da FIFA, da CBF, da CONCACAF (América Central) e outras entidades do futebol mundial.
Sua ligação com a Globo é tão grande que a TV Tem de São José do Rio Preto, sua cidade natal, tem como sócio Paulo Daudt Marinho, filho de João Roberto Marinho, um dos três filhos que herdaram o império de Roberto Marinho.
O próprio João Roberto é sócio de dois filhos de J. Hawilla, Stefano e Renata, na TV Tem de Sorocaba.
Os crimes cometidos por J. Hawilla nos Estados Unidos são: extorsão, lavagem de dinheiro, conspiração por fraude eletrônica e obstrução à Justiça.
A Promotoria de Justiça o acusa de ter intermediado subornos.
Ele admitiu os crimes e para não ir para a cadeia delatou quem recebia propinas, e pagou meio bilhão de reais de multa aos Estados Unidos.
O tiro de morte na Globo será dado por Ricardo Teixeira.
Por enquanto seu nome está na lista de investigados do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Quando ele for indiciado a situação se complicará de maneira definitiva para as Organizações Globo.
J. Hawilla contou que seu primeiro esquema foi feito há 26 anos.
O então presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, o paraguaio Nicolas León, lhe pediu propina para assinar um contrato de direitos comerciais da Copa América. J. Hawilla pagou.
Depois desse contrato, incluindo as edições da Copa América de 93, 95 e 97, Hawilla disse aos investigadores americanos que a propina virou o próprio negócio da Traffic. Disse ainda que o ex-presidente da Associação de Futebol da Argentina, Júlio Grondona recebia propina, assim como Ricardo Teixeira.
Vamos reproduzir uma pequeno trecho do interrogatório onde o promotor Samuel Nitze lhe faz as perguntas:
Nitze: Você concordou em fazer pagamentos de propina para Ricardo Teixeira?
Hawilla: Sim.
Nitze: E como você fez para o dinheiro chegar até ele?
Hawilla: Foi uma combinação que foi feita para que a seleção brasileira jogasse com seus principais jogadores, a mesma combinação que foi feita com Júlio Grondona.
Nitze: Quero saber qual o mecanismo que o senhor usou para transferir dinheiro para Ricardo Teixeira.
Hawilla: Fazia pagamentos para doleiros. Comecei com um, depois vários doleiros.
Nitze: Que quantias o senhor pagou a Ricardo Teixeira em relação à Copa América?
Hawilla: A primeira vez foi US$ 1 milhão, depois US$ 1,2 milhão, a outra foi US$ 1,5 milhão, depois 2, 2 e meio e acho que a última foi US$ 3 milhões. Eu vou entregar toda a documentação da minha empresa. Lá tem tudo detalhado, quanto foi por ano, e quem recebeu.
Em outro momento ele cita o presidente afastado da CBF, Marco Polo Del Nero. Na documentação entregue por J. Hawilla fica difícil da Globo escapar. As iniciais MCP estão sempre à frente dos valores relacionados à propina paga aos dirigentes. A sigla MCP vem a ser Marcelo Campos Pinto, o todo-poderoso homem do esporte da Globo até dezembro do ano passado, quando estourou o FIFA GATE.
O PGP (Padrão Globo de Propina) está todo detalhado em três depoimentos. Além da documentação de J. Hawilla, a testemunha de acusação que virou delator, o argentino Alejandro Burzaco, disse que a TV Globo pagou US$ 15 milhões a Júlio Grondona, já para adquirir os direitos de transmissão das Copas de 2026 e 2030. Burzaco colocou a Globo ao lado da mexicana Televisa, que pagou a mesma quantia.
O caso é tão escabroso, que a americana Fox e argentina Full Play e a Media Pro, da Espanha, já querem reconhecer o pagamento de propina para fechar um acordo e evitar a prisão de seus dirigentes.
A empresa de Burzaco, que de testemunha de acusação virou réu, a TORNEOS Y COMPETENCIAS fechou um acordo de colaboração com os promotores do caso. Ele está em prisão domiciliar em Nova Iorque há dois anos, e fez um acordo de leniência com a Justiça dos Estados Unidos comprometendo-se a pagar US$ 112 milhões de multa.
Ainda nos depoimentos, tanto Burzaco como J. Hawilla afirmam que Marcelo Campos Pinto (Globo) encontrou-se com Del Nero e Marin, quando acertaram com a benção do ex-diretor da Globo US$ 2 milhões de propina para serem divididos entre Ricardo Teixeira, Marin e Del Nero.
Por hoje é só um aperitivo, mas se os advogados que estão orientando a família Marinho tiverem juízo é melhor reconhecer o pagamento de propina, como já fizeram outros grupos de comunicação, do que ficar com essa conversa fiada no Jornal Nacional, dizendo que investigações internas nunca detectaram nenhuma irregularidade, nenhum pagamento de propina, e que a Globo não concorda com pagamento de propina.
Ela não concorda com o pagamento dos outros, os dela a gente continua contando amanhã.
DO BLOG DO GAROTINHO
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