Ana Cláudia Martins - ana.martins@jcruzeiro.com.br
A Polícia conseguiu recuperar alguns itens - DIVULGAÇÃO / GCM SALTO DE PIRAPORA
A diretora e a vice-diretora de Salto de Pirapora presas em flagrante no domingo (28) por colocarem fogo em livros didáticos e documentos escolares foram liberadas pela Justiça para responder às acusações em liberdade, após audiência de custódia realizada na manhã desta segunda-feira (29) no Fórum de Sorocaba.
Elas passaram a noite detidas no plantão norte e vão responder pelos crimes de incêndio em prédio público, dano qualificado e tentativa de inutilização de documentos públicos.
O caso ocorreu na escola estadual Anna Cuevas Guimarães, que fica no bairro Jardim Daniel Haddad.
Segundo o delegado de polícia da cidade, Gilberto Montenegro, que investiga o caso, a vice teria colocado fogo nos livros e em documentos escolares por ordem da diretora, na quadra da escola.
Os vizinhos ficaram assustados com a quantidade de fumaça que estava saindo da escola e acionaram a Guarda Civil Municipal (GCM).
O Cruzeiro do Sul entrou em contato com a advogada das funcionárias, mas até o momento não houve retorno.
De acordo com a polícia, o fato ocorreu por volta das 10h e quando os guardas chegaram na escola a vice ainda estava ateando fogo no material na quadra, que é coberta.
Os livros queimados formaram uma pilha de cinzas e a polícia conseguiu recuperar duas pastas com documentos que seriam do programa estadual Escola da Família.
O delegado disse que em outra quadra externa, ao lado, havia crianças jogando bola.
"São crimes graves e elas poderiam ter causado um incêndio na escola", afirma Montenegro.
Os livros queimados formaram uma pilha de cinzas - DIVULGAÇÃO / GCM DE SALTO DE PIRAPORA
A Polícia Civil de Salto de Pirapora também chamou uma equipe da perícia técnica, que irá analisar o material queimado para constatar os danos.
Montenegro disse ainda que a diretora e a vice disseram que atearam fogo nos livros e documentos para fazer o descarte, pois o material não iria mais ser utilizado. Porém, o delegado afirma que o procedimento foi incorreto e conforme o que ele apurou com a Diretoria de Ensino de Salto de Pirapora, os funcionários são orientados a fazer o descarte de livros didáticos para a reciclagem somente após autorização, por meio de um pedido administrativo.
O caso segue em investigação pela delegacia de Salto de Pirapora.
Segundo as acusadas, o fogo foi colocado para descarte do material - DIVULGAÇÃO / GCM DE SALTO DE PIRAPORA
Por meio de nota, a Diretoria de Ensino de Votorantim, da qual Salto de Pirapora faz parte, informou que os livros didáticos danificados são de 2012 e não haverá prejuízo para os alunos nesse início de ano.
Segundo o órgão, o descarte de material didático segue o que está estabelecido pela Resolução SE 83/2013, da Secretaria Estadual da Educação - que determina que a escola deve fazer o arrolamento dos materiais através de uma comissão e encaminhar para a Diretoria de Ensino, que faz a análise e envia para a Comissão da Secretaria da Educação. Após esses procedimentos é autorizado o descarte.
A Diretoria divulgou ainda que abriu um processo administrativo de apuração e, ao final deste, as envolvidas poderão receber punições, chegando à demissão - já que o correto seria enviar o material para descarte após o processo de reciclagem.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul.
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