Por: Reinaldo Azevedo
Vejam isto:
À diferença do que o ministro Roberto Barroso, do Supremo, afirmou à colunista Mônica Bergamo, da Folha, ele foi, sim contratado por um órgão público — o Tribunal de Contas do Estado — para conferir uma palestra pelo nada módico pagamento de R$ 46.800,00.
À jornalista, ele afirmou:
“Não tenho a menor ideia de que valor é este. É um valor completamente fora do padrão, fora do que eu cobro.”
Parece desculpa de mensaleiro e da turma do petrolão: “Eu não sabia”.
Ainda voltarei ao tema para demonstrar que se trata de uma resposta bastante precária.
Bem, abaixo vai a página do Tribunal de Contas de Rondônia, que oficializa a contratação sem licitação, já que o tribunal acha que Barroso é dotado de “notório saber jurídico”.
Não, não se trata de uma página fake. Também não foi a “turma do Temer“ que me passou o documento.
Não!
Ele é público. Está no Diário Oficial, aqui.
Alguém está mentindo nessa história?
Será que o TCE publicou uma mentira em seu Diário Oficial? Nesse caso, recomendo a Barroso, um homem sabidamente preocupado com a moralidade, que não vá conferir palestra a mentirosos.
Será que o ministro está mentindo?
Nesse caso, recomende ao TCE que o desconvide porque não fica bem a um tribunal de contas contratar a palestra de quem não zela pela transparência nas contas.
Será que a empresa que faz a intermediação está mentindo?
Ah, sim: o ministro até pode conferir palestra remunerada? Uma horinha a quase R$ 50 mil, com dinheiro saído dos cofres públicos para um homem que se mostra um fanático da probidade?
Ainda volto ao tema.
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