Brasil não faz papel bonito na avaliação PISA. É o teste de aprendizagem realizado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), realizado a cada três anos para 72 países.
Somos os primeiros na ordem inversa.
Para Andreas Schleicher, diretor do Departamento Educacional da OCDE, um dos idealizadores dessa disputa, o que o Brasil investe em Educação não é muito diferente daquele encontrado em outros países.
Está na média das demais nações. Mas é preciso maior engajamento.
“A primeira lição que aprendi pesquisando os países que aparecem no topo das comparações do PISA é que seus líderes parecem ter convencido seus cidadãos a fazer escolhas que valorizam mais a educação do que outras coisas”. (Folha de S.Paulo – 19/02/2018).
É isso o que falta ao Brasil. Comprometimento geral e intensificado. Pais, parentes, amigos, sociedade em geral e, principalmente, aquela parcela que pode fazer a diferença, precisam “vestir a camisa da educação”.
“Pobreza não é destino”, diz Schleicher. Por isso é que “os alunos de 15 anos entre os 10% mais pobres do Vietnã têm ido tão bem no PISA quanto os 10% mais ricos no Brasil”.
O que se investe em educação poderia gerar melhores resultados. É urgente aumentar as expectativas dos alunos sobre seu bem-estar e suas perspectivas futuras.
A escola tem de oferecer aconselhamento acadêmico e profissional para todos os alunos. Principalmente num momento em que a pergunta “o que você vai ser quando crescer? ” se tornou absurda.
É muito provável que aquilo que a criança escolha já não exista quando ela se tornar adulta.
O especialista em educação enfatiza algo de que também partilho.
As avaliações não podem focar exclusivamente as competências cognitivas. Prioriza-se o papel da memória, para prevalecer o modelo de adestramento do educando para decorar um acervo enciclopédico de informações, descuidando-se de aferir outras capacidades: a de se comunicar, a de se adaptar, a de inovar e a de resolver questões cuja evidência talvez o infante, melhor do que o adulto. Pode estranhar e, por isso mesmo, encontrar respostas que a inércia da maturidade não enxerga.
Afinal, foi uma criança a única a ter coragem a dizer que “o rei estava nu”!
JOSÉ RENATO NALINI é secretário estadual de Educação e docente da Uninove,
Palestrante e atual Reitor da UniRegistral, Ex-Secretário de Estado da Educação, Ex-Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ex-Presidente e Imortal da Academia Paulista de Letras e Membro da Academia Brasileira da Educação. É Professor Universitário.
Fonte: Jornal de Jundiaí
Foto: José Luis da Conceição
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