terça-feira, 29 de maio de 2018

DELEGADO GILBERTO MONTENEGRO, QUE NÃO CONFIA NAS FORÇAS ARMADAS, ADERE AO MOVIMENTO POLITIZADO DOS CAMINHONEIROS E ESCREVE UMA CARTA AOS GOVERNANTES. LI NO SOROCABA NOTÍCIA. NÃO SEI SE A ENVIOU OU APENAS PUBLICOU NESSE BLOG. E VIVA A DEMOCRACIA, DELEGADO!



Dr. Gilberto Montenegro

Presidente Temer
Governadores de todos os Estados
Prefeitos de todos os Municípios
Senadores da República
Deputados Federais
Deputados Estaduais de todos os Estados
Vereadores de todos os Municípios
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no que for aplicável
Os senhores detém formalmente em suas mãos o poder que emana do povo e em seu nome deveria ser exercido nos termos do parágrafo único do artigo primeiro da Constituição Federal.
Assim, na condição de cidadão, passo a esclarecer-lhes algumas coisas.
1) O Brasil, seus Estados e Municípios se encontram por demais inchados e contaminados por corrupção. Isso representa dois lados de uma mesma moeda. Explico. Quando existem muitos ministérios, secretarias, empresas estatais, enfim, órgãos públicos, as atividades são realizadas por pessoas sem compromisso com a eficiência, que são colocadas em seus cargos, não por serem preparadas para bem servir ao povo, mas por indicações políticas, buscando-se assim apenas garantir a permanência no poder dos senhores. Percebemos, por exemplo, que o Presidente da República negocia cargos comissionados, e respectivas verbas, com os partidos para manter seu governo; simples assim. Não temos notado nenhum compromisso com o atendimento às reais necessidades das pessoas. Fosse o Brasil uma empresa, os cargos seriam ocupados pelos mais preparados pois, se não apresentassem resultados, seriam imediatamente substituídos por quem apresentasse melhores resultados, em uma competição salutar.
2) Acontece que, em nossa história recente, essa prática ultrapassou os limites da legalidade, adentrando na seara da criminalidade, conforme revelou e segue revelando a Operação Lava Jato. Assim, o prejuízo para o país é potencializado. Ainda que todos os senhores fossem exemplos de honestidade, quando o dinheiro sai do bolso das pessoas na forma de impostos, vai para o governo, e retorna como serviços públicos, inevitavelmente já existiria uma perda. Isso é física; nenhuma máquina funciona sem perda de energia. Entretanto, sabemos que, na verdade, os senhores, em sua ampla maioria, não são honestos. Por tal razão, o desperdício de dinheiro vai muito além do razoável. Não por acaso, nas últimas décadas, fomos governados por socialistas, que pregam um Estado maior e, pior, acostumaram as pessoas a depender de verdadeiras esmolas públicas, estimulando os mais acomodados a se acomodarem cada vez mais. Ao mesmo tempo, há todo tipo de obstáculo para aqueles que desejam trabalhar e produzir. Em suma, a força de trabalho é desestimulada, pois se vê forçada a sustentar tanto a corrupção quanto um assistencialismo irresponsável.
3) Os senhores não perceberam, ou se recusam a perceber, que a paralisação dos caminhoneiros, muito embora tenha se iniciado com a pauta do preço do óleo diesel, rapidamente recebeu simpatia e aderência de toda a população. Assim, hoje, de nada adianta subsidiar o preço do diesel, de forma a onerar, por exemplo, o preço da gasolina e de tudo mais. Além disso, os senhores têm negociado com sindicalistas da mencionada vertente socialista, que não representam, de forma alguma, a vontade dos caminhoneiros. O caminhoneiro é um lobo solitário na boleia de seu caminhão, cuja mobilização, porém, se dá de maneira muito sólida, seja nas conversas via rádio, seja nas redes sociais onde convivem com suas famílias e amigos, seja em reuniões presenciais nos postos de combustíveis e restaurantes de beira de estrada.
4) A incompetência até aqui demonstrada pelos senhores em administrar o Brasil faz com que as pessoas, pelo menos as mais conscientes, que antes eram poucas mas hoje já são muitas, aceitem se sacrificar, por exemplo, na questão do abastecimento, tanto de combustíveis quanto de alimentos. Não adianta os senhores tentarem apavorar o povo dizendo que as pessoas vão morrer nos hospitais, por duas razões muito simples: primeira; os caminhoneiros são criteriosos e estão permitindo sim a circulação de medicamentos, etc; segunda, os senhores já vinham matando os doentes, o que dispensa maiores explicações.
5) Não adianta os senhores apostarem que, em algum momento, as pessoas não aguentarão em suportar tais sacrifícios e se voltarão contra os caminhoneiros. Não se esqueçam que o brasileiro, justamente por conta do sofrimento que, desde sempre, vem sendo causado pelos senhores, acabou desenvolvendo uma capacidade impressionante de criatividade e solidariedade. A gente se vira do jeito que dá porque fazemos isso há muito tempo, ensinados pela necessidade imposta por vocês mesmos. Antes de sucumbirmos, os senhores cairão. Funciona assim. Se o povo tem que passar alguns dias comendo miojo em vez de churrasco, bebendo água em vez de cerveja, isso causa prejuízos enormes aos empresários. Se o caminhoneiro não tem o telefone dos poderosos que podem lhes derrubar, os empresários têm. E a essa hora já estão entrando em contato com quem possa arrancar-lhes daí, sejam sua base de apoio governamental, sejam os que lhes financiam, sejam as forças armadas.
6) Não faltam motivos legítimos para que os senhores sejam retirados do poder. Na verdade, existem motivos para que muitos dos senhores sejam presos. E serão. Foi-se o tempo em que somente pobre era preso no Brasil. Aliás, muitos ladrões pobres, não raro, demonstram maior hombridade do que poderosos ao serem presos, admitindo que “a casa caiu” e confessando seus crimes. Mas, para azar de vocês, alguns poucos poderosos já presos, estão dando com a língua nos dentes, mediante acordos de delação. Neste ano, os senhores não serão reeleitos e passarão a ser julgados sem foro privilegiado.
7) Se não entenderam o que foi dito até aqui, serei mais claro, citando apenas a questão dos combustíveis, já que a Petrobrás está no centro disso tudo. QUEREMOS QUE TODOS OS COMBUSTÍVEIS, DIESEL, GASOLINA, ETANOL E GÁS, CUSTEM O MESMO QUE NOS PAÍSES VIZINHOS DA AMÉRICA DO SUL. Para tanto, É PARA CORTAR IMPOSTOS E NÃO PARA OFERECER SUBSÍDIOS QUE LEVARÃO AO AUMENTO DE IMPOSTOS!!! Mas de onde tirar dinheiro então? Segue uma lista:
- DOS SEUS SUPERSALÁRIOS E APOSENTADORIAS
- DE CARGOS COMISSIONADOS, ASSESSORES E VERBAS DE GABINETES
- DE APARTAMENTOS, VEÍCULOS E VÔOS FUNCIONAIS
- DO FUNDO PARTIDÁRIO BILIONÁRIO
- DOS SUBSÍDIOS A PAÍSES SOCIALISTAS
- DA PRIVATIZAÇÃO DE ESTATAIS, PRINCIPALMENTE A PETROBRÁS
8) Falando em Petrobrás, voltemos à origem do problema. A política de reajustes de preços adotada desde o ano passado e que deu nisso, não seria, em sua essência, errada, pois segue o princípio do livre mercado, assim como todos os países produtores de petróleo do mundo, exceto, é claro, a Venezuela. Só que nenhuma outra petroleira do mundo foi saqueada como a Petrobrás. Essa é a grande diferença. Além disso, não podemos falar em livre mercado enquanto a Petrobrás for um monopólio estatal, sem livre concorrência. Acrescente-se o fato de que os impostos são vergonhosos e entendemos a razão pela qual os combustíveis são muito mais caros no Brasil do que em outros países.
9) Assim, rogo aos senhores, já que não terão a vergonha na cara de renunciar, confessar seus crimes e se apresentarem na delegacia mais próxima, o que seria o certo, que ao menos adotem as medidas retro mencionadas. Talvez, apenas talvez, consigam se manter até as eleições que se aproximam, quando serão expulsos pelo voto. Gostaríamos imensamente que uma intervenção militar não fosse necessária. Temer foi quem começou ameaçando os caminhoneiros com essa conversa. Mas, no fundo, também não sentimos tanta confiança nas Forças Armadas. É que, da última vez, demoraram duas décadas para permitir o retorno da democracia. Isso foi imperdoável!
10) “Ponto final!”… Como diria o pré-candidato na liderança das pesquisas eleitorais que, apesar de meio maluco, ao menos demonstrou um mínimo de consciência ao anunciar um ministro da fazenda liberal.
Ao ensejo, reitero protestos de nenhuma estima e consideração.
É o que penso.
Gilberto Montenegro Costa Filho

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