Discurso de Janaína Paschoal surpreende e irrita aliados de Bolsonaro
Uma das autoras do impeachment, a professora e advogada disse que o aborto é uma discussão de direito e que não é necessário sair falando que é preciso acreditar em Deus; ela ainda não decidiu sobre convite de ser vice.
Cotada nos últimos dias para concorrer como vice na candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República nas eleições 2018, a advogada Janaína Paschoal (PSL) foi a segunda pessoa mais aplaudida ao chegar à convenção nacional do Partido Social Liberal (PSL). Contudo, seu discurso desagradou a aliados de deputado e ao próprio Bolsonaro, que não escondeu a irritação quando ela falou que "as pessoas não precisavam seguir ele". A advogada disse que ainda não se decidiu se aceita o convite feito pelo deputado.
A indecisão de Paschoal, a terceira opção do parlamentar fluminense para compor a chapa presidencial, reflete o isolamento político e a dificuldade de Bolsonaro agregar apoio do mundo político à sua campanha. Janaína disse que "não é possível decidir (sobre ser vice) em dois dias. "Estamos dialogando", afirmou.
Janaína discursou aos partidários de Bolsonaro pedindo moderação e tolerância.
Ela criticou a defesa de um pensamento único e defendeu que é necessário pensar na governabilidade. “Não se ganha a eleição com pensamento único. E não se governa uma nação com pensamento único”, disse Janaína. “A minha fidelidade não é ao deputado Jair Bolsonaro. A minha fidelidade é ao meu País”, completou.
Segundo ela, é preciso pensar na campanha, mas também na governabilidade caso saiam vitoriosos do pleito. "Enquanto procuramos pessoas que estejam dentro da totalidade do nosso pensamento, eles estão se unindo", alertou ela.
A advogada também tocou sobre assuntos como drogas e aborto, sobre o qual ela disse que se trata de uma discussão sobre direito. Ela também recomendou aos presentes na convenção que não era necessário sair "falando para as pessoas acreditar em Deus".
A fala irritou alguns pastores evangélicos presentes ao ato.
Recebido sob gritos de "Mito!" e "Eu vim de graça!", Jair Bolsonaro se emocionou com a recepção calorosa de seus partidários e chorou quando foi executado o hino brasileiro. Também serão oficializadas na ocasião as candidaturas de Flávio Bolsonaro ao Senado e demais escolhidos pelo partido para concorrer aos cargos de deputado estadual e federal pelo Rio de Janeiro.
O senador Magno Malta (PR), que também já teve o nome cotado para figurar como vice na chapa de Bolsonaro, discursou em apoio ao presidenciável durante a convenção do PSL. Malta preferiu se candidatar novamente ao Senado do que concorrer na chapa com o PSL.
"O que o Brasil quer e o que eu quero é um homem de mãos limpas, e você tem mãos limpas. E um homem cristão, você é cristão. O Brasil quer um homem que tem sangue no olho para enfrentar vagabundo", disse Malta a Jair Bolsonaro.
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