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domingo, 29 de julho de 2018
POR QUEM DOBRAM OS VOTOS DOS NOVOS ELEITORES BRASILEIROS?
Em outubro, quase 2 milhões de jovens irão às urnas votar pela primeira vez. by Tribuna da Internet
Pedro do Coutto
Charge do Pelicano (Arquivo Google)
Reportagem de Marina Merlo e Sarah Mota Rezende, edição de ontem da Folha de São Paulo, revela um dado muito importante capaz de influir nas eleições de outubro para a presidência da República. Levantamento que acaba de ser realizado pela Justiça Eleitoral revela que 1 milhão e novecentos mil jovens, entre 16 e 18 anos de idade, inscreveram-se para votar nas urnas de outubro.
Esse contingente supera o ingresso no universo do voto nas eleições anteriores.
As inscrições em 2006 alcançaram um nível mais alto do que nos períodos que antecederam. Mas este ano a marca de 2006 foi batida em 2018. O fato é importante e pode influir para tornar menor a abstenção.
VOTO OBRIGATÓRIO - O crescimento, na verdade, registra-se entre os que têm 16 e 17 anos, isso porque o voto torna-se obrigatório a partir de 18 anos de idade. Assim, os quase dois milhões de jovens se inscreveram espontaneamente. Talvez, digo eu, pelo temor de uma candidatura radical chegar ao segundo turno.
O primeiro turno é a 7 de outubro, os dois mais votados vão para a final, marcada para o dia 28 de outubro. É possível que o índice de abstenção seja reduzido este ano em face do ingresso dessa parcela expressiva do eleitorado jovem.
Aliás, por falar em abstenção, registre-se o seguinte: quanto mais a eleição se distanciar do último recadastramento, a abstenção pode ser notada. Mas não é só uma questão de ausência por iniciativa própria, mas sim em função de alguns fatores.
MORTALIDADE – Um dos fatores é a taxa de mortalidade, que no Brasil oscila em torno de 0,7% a/a. Grande parte das famílias não procura a Justiça Eleitoral para dar baixa nos títulos. Outro fator é que existe uma parcela de pessoas que completam 70 anos e que, portanto, não são obrigadas a votar. A soma desses fatores pode assinalar uma abstenção que na verdade não significa somente um desprezo pela política e pelo voto.
O desprezo pela política e pelo voto existe e reflete uma disposição que aumenta com o passar do tempo, principalmente nos últimos seis anos. Fatos não faltam para justificar esse sentimento. A corrupção, as manobras políticas tradicionais, a baixa qualificação dos governantes e parlamentares, tudo isso desagua num mar de amargura e decepção.
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