(Foto: Deivis Bueno/ Estampa da Tradição Fotografia).
Morreu na tarde de ontem, em Porto Alegre, o tradicionalista João Carlos D'Ávila Paixão Côrtes.
O óbito aconteceu às 16h05.
Foi decretado luto oficial por três dias pelo governo gaúcho.
O tradicionalista estava com 91 anos de idade.
O presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Nairo Callegaro, lamentou a morte, mas exaltou o legado deixado por Paixão Côrtes. "Nós perdemos, a sociedade gaúcha, o Brasil, o mundo, porque ele se projetou para o mundo, levou para o mundo quem era o gaúcho, quem somos, que tipo que habita no Sul do Brasil, no estado do Rio Grande do Sul, a nossa história, nossa cultura, nossos usos, nossos costumes, enfim, todo esse legado nós temos a responsabilidade de manter vivo e levar às futuras gerações", disse.
João Carlos D'Ávila Paixão Côrtes nasceu em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste gaúcha, no dia 12 de julho de 1927.
Era agrônomo, mas se tornou conhecido como folclorista, radialista e pesquisador, considerado um dos maiores nomes do tradicionalismo no Rio Grande do Sul. Ele serviu de modelo para a estátua do Laçador, monumento que homenageia o gaúcho na entrada da cidade de Porto Alegre.
Inspirado em Paixão Côrtes, Monumento ao Laçador é um dos símbolos de Porto Alegre (Foto: Roberta Salinet/RBS TV)
O monumento assinado pelo escultor Antônio Caringi foi escolhido em 1992 como símbolo de Porto Alegre. Tombada como patrimônio histórico em 2001, a estátua foi transferida em 2007 do Largo do Bombeiro para o Sítio O Laçador, onde fica até hoje, devido à construção do Viaduto Leonel Brizola.
Paixão Côrtes foi um dos idealizadores do movimento tradicionalista no Rio Grande do Sul, juntamente com Luiz Carlos Barbosa Lessa e Glauco Saraiva.
Em 1948, ele organizou e fundou o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) 35 e, em 1953, fundou o pioneiro Conjunto Folclórico Tropeiros da Tradição.
Nas décadas de 1950 e 1960, Paixão Côrtes se apresentou na Europa, em locais como o Teatro Olympia de Paris, o palco da Universidade de Sorbonne, também na capital francesa, e na Feira Mundial de Transportes e Comunicação, em Munique, na Alemanha.
Em 1964, foi premiado como o Melhor Cantor Masculino de Folclore do Brasil.
O tradicionalista também é considerado responsável pela abertura de mercado da ovinocultura no estado, com métodos e técnicas de tosquia, desossa e gastronomia trazidos da Europa.
Ele ainda trabalhou durante 40 anos na Secretaria Estadual de Agricultura.
Informações contidas no G1
O corpo de João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes foi sepultado às 18h00 desta terça-feira (28) no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre, ao som do hino do Rio Grande.
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