sábado, 20 de outubro de 2018

EM 2019, INAUGURA-SE O MUSEU JUDAICO DE SÃO PAULO
















Museu Judaico de São Paulo aposta em fundo patrimonial.
 
As obras do Museu Judaico de São Paulo estão adiantadas e serão concluídas até dezembro. 
A inauguração está prevista para setembro de 2019 (Foto: Divulgação)
O Museu Judaico de São Paulo, instituição privada que será inaugurada na capital paulista em 2019, vai gerir seus recursos por meio de fundo patrimonial. 
O fundo, também conhecido como endownment, começou a ser criado em 2017 e já está pronto para receber recursos. Nesta segunda-feira (17), o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, visitou as obras do museu, que vai contar a história dos 500 anos de presença judaica no Brasil.
Em janeiro de 2017, a Associação dos Amigos do Museu Judaico no Estado de São Paulo recebeu, via Lei Rouanet, R$ 7,8 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para restauração da antiga sinagoga Templo Beth-El e construção de prédio anexo, nos quais será instalado o museu (29,7% do total da obra). 
Do total de recursos, R$ 47,6 mil foram utilizados para serviços de consultoria para a estruturação do fundo. 
Muito utilizados por instituições norte-americanas e europeias, os fundos patrimoniais permitem a criação de um patrimônio perpétuo que gera recursos contínuos para a conservação, expansão e promoção de instituições culturais, por meio da utilização dos rendimentos financeiros desse patrimônio (o montante do fundo propriamente dito não pode ser utilizado, apenas os rendimentos). Possibilitam a construção de uma base financeira sólida para as instituições e alinham-se a tendências internacionais de excelência em gestão. Os recursos dos fundos são compostos de doações de pessoas físicas e jurídicas. 
"Os fundos patrimoniais são utilizados por todos os grandes museus do mundo. Apenas o Louvre (em Paris, na França) consegue sobreviver com arrecadação de bilheteria e venda de produtos", afirma o presidente do Museu Judaico de São Paulo, Sérgio Daniel Simon. "Em geral, todo museu tem dificuldade em se manter e decidimos, mesmo antes da abertura, nos preocupar com a manutenção e o funcionamento por um prazo de, no mínimo, 20 anos", destaca.
De dezembro de 2018, quando terminam as obras, a setembro de 2019, quando será inaugurado, o museu será adequado para receber o acervo permanente, composto por mais de 2 mil itens doados pela comunidade judaica de São Paulo e pelo acervo do antigo Arquivo Histórico Judaico Brasileiro, instituição que, por 40 anos, colecionou documentos, publicações e raridades sobre a comunidade judaica no Brasil. 
"Teremos expostos trajes típicos, objetos religiosos, cerca de 1,2 milhão de documentos históricos, mais de 100 mil fotos, depoimentos de história oral, periódicos e discos de música judaica, entre outros", conta Simon. 
Entre os itens que serão expostos estão um talit (xale de rezas) com mais de 150 anos, talheres provenientes de campos de concentração e mais de 20 mil livros, sendo 8 mil em iídiche, língua germânica das comunidades judaicas da Europa central e oriental.
Simon destaca que o museu terá como foco não apenas a comunidade judaica, mas, sobretudo, a não judaica, com grande enfoque em estudantes da rede pública de ensino (convênio com esse objetivo já foi assinado com a Prefeitura de São Paulo, segundo Simon). 
"Teremos uma acervo muito rico, que vai abordar a presença judaica no Brasil desde a época de [Pedro Álvares] Cabral, cujo navegador, Gaspar da Gama, era judeu", afirma. 
"Um dos focos do museu será debater a tolerância, a inclusão, já que o Brasil é um dos únicos países em que imigrantes de várias vertentes convivem harmoniosamente, o que é um exemplo para o mundo", ressalta.

Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura

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