quinta-feira, 15 de novembro de 2018

BRASIL, TERRA DE VÁRIOS REINÓIS...

Simpatizantes da monarquia fazem ato contra a República em Itu: 'Não tem o que comemorar'.
Por Ana Beatriz Serafim*, G1 Sorocaba e Jundiaí


Simpatizantes da monarquia fazem passeata contra a República em Itu — Foto: Priscila Mota/TV TEM
Um grupo de defensores da monarquia fez uma passeata na manhã desta quinta-feira (15), dia em que é comemorada a Proclamação da República, para pedir o fim do sistema de governo atual e o retorno da família imperial ao poder. Ironicamente, o local escolhido para a passeata foi Itu (SP), cidade conhecida como "Berço da República" por ter sediado, em 1873, a primeira Convenção Republicana do Brasil.
"A caminhada acontece hoje porque é uma data que os monarquistas detestam. A ideia de sair é justamente um ato de protesto contra a Proclamação da República. É um dia que não se tem o que comemorar", afirma César Jaques, líder do movimento.
O encontro é organizado pelo "Movimento Itu, Fidelíssima do Império", um grupo de monarquistas da cidade que tentam divulgar os ideais monárquicos com o objetivo de restaurar a monarquia no país.
Cerca de 30 pessoas caminharam pela manhã no Centro Histórico da cidade, na “1º Caminhada Histórica e Cultural de Itu”. O início do encontro aconteceu na Praça Dom Pedro I, em frente à Residência da Família Caselli (Casa Imperial), local que abrigou a família real na época no Império.
Segundo o líder do movimento, a caminhada tem o objetivo lembrar a relação histórica de Itu com o império. "A cidade recebeu o título de 'Fidelíssima do Império', pela lealdade ao nosso imperador através do Alvará Imperial de 17 de Março de 1823."

Monarquia em 2018?
Entre os argumentos do grupo estão os altos índices de desenvolvimento humano que os países de monarquia parlamentarista registram, como o Reino Unido. Além disso, os simpatizantes acreditam que o sistema republicano é burocrático e de fácil corrupção.
"Você vai ver que as monarquias são melhores, é só olhar os índices de desenvolvimento humano. A agilidade com que se resolvem situações como corrupção e outros problemas que a República tem. A gente acredita na restauração da monarquia para o país se solidificar."
Questionado sobre o caráter ultrapassado que o tipo de governo representa, o líder do movimento também explica que o grupo acredita na monarquia parlamentarista constitucional, onde a posição do monarca fica estabelecida na constituição local.
Nesse sistema de governo pedido pelo grupo, o monarca governa de acordo com a lei, ao invés de tomar decisões de acordo com a livre vontade. Além da figura soberana, o poder legislativo é atribuído a um parlamento eleito e as funções de chefe de governo ficam com um primeiro-ministro, também eleito.
"Temos embasamento para sustentar a afirmação de monarquista, sabemos o que queremos para o país. Hoje os países monarquistas se atualizaram e não pararam no tempo, não queremos absolutistas. Dá para apostar no governo parlamentarista constitucional", explica.
O grupo monarquista também explica que a família imperial brasileira, descendente de figuras como Princesa Isabel e Imperador Dom Pedro II, aceita o poder "desde que sejam aclamados pela população".
"Eles não querem o golpe, querem aclamação popular. Tem que ter plebiscito para ter sucesso da volta da monarquia. A monarquia funciona e funcionaria no país", acredita.

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