O interrogatório tirânico e desrespeitoso a que Lula foi submetido na semana passada, ao vivo para que todos vissem, fez lembrar que o maior líder popular do Brasil desde Vargas está sendo assassinado num cubículo da polícia política.
Isto acontece diante de um povo anestesiado.
A mídia se apropriou e apoiou manifestações contra a democracia em 2013, e assistimos inertes, quando muito nos dividindo em debates na internet.
A presidenta recém-eleita foi derrubada por um impeachment sem que tivesse cometido qualquer crime, e ficamos murmurando e brigando nas redes sociais.
Lula foi preso sem provas para não se eleger presidente e pacificar o país, e deixamos passar, com medo da acusação de ser a favor da corrupção e contra um juiz que, restou provado, não só é faccioso como tem partido.
Um terço do eleitorado brasileiro colocou na presidência um protofascista troglodita e ignorante e não soubemos nos unir para impedir o que pode ser o maior e mais trágico vexame de nossa história.
Agora, sabemos que Lula está sendo assassinado e, se não fosse por alguns teimosos, a situação desumana que enfrenta nem seria percebida.
Somos mesmo um povo desqualificado vivendo num país sem futuro?
Merecemos o destino a que estamos sendo conduzidos?
Nós mesmos construímos esta fatalidade, com covardia e omissão?
Está difícil responder não a alguma dessas perguntas.
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