quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

ESTUPRO TORNANDO-SE COISA BANAL NO BRASIL DOS CABRAIS

Jovem diz que foi estuprado por colegas de república durante festa universitária em Ribeirão Preto.

Estudante de 21 anos diz que após 3 dias seguidos de festas acordou com diarreia e ferimentos nas partes íntimas. Jovens negaram o crime, mas Polícia Civil investiga a denúncia.
Central de Flagrantes da Polícia Civil em Ribeirão Preto — Foto: Paulo Souza/EPTV/Arquivo

Um estudante de 21 anos procurou a Polícia Civil na noite desta terça-feira (19), alegando ter sido abusado sexualmente por colegas de uma república universitária no Jardim Antártica, em Ribeirão Preto (SP). O grupo suspeito também esteve na delegacia e negou o crime.
Em depoimento, a vítima contou que mora na capital paulista e chegou a Ribeirão no sábado (16). 
O jovem foi aprovado no curso de administração de empresas na USP, mas, como o alojamento do campus não estava disponível, se hospedou provisoriamente na república.
No imóvel, na Rua Inácio Bruno da Costa, vivem cerca de 13 universitários, ainda segundo relato do estudante à polícia. 
O grupo participou de festas entre a noite de sábado e a madrugada desta segunda-feira (18), onde consumiu bebidas alcoólicas.
A vítima contou ainda que estava sob o efeito de drogas, de bebidas e dormiu pouco nesse período, mas acordou na manhã de segunda-feira sentindo mal estar, diarreia, dor no ânus e ferimentos no pênis, e não se recordava do ato sexual em si.
O estudante disse ainda que os integrantes da república têm "fama de perpetrarem abusos contra os estudantes novos", conforme consta no boletim de ocorrência, registrado como violação sexual. 
O caso será investigado pelo 3º Distrito Policial de Ribeirão.
A Polícia Civil determinou a realização de exame de corpo de delito, que a vítima deve realizar no Instituto Médico Legal (IML).

Outra versão
Ainda na noite desta terça-feira, seis universitários que moram na república, com idades entre 17 e 25 anos, também estiveram na Central de Flagrantes da Polícia Civil e negaram o crime. 
O grupo disse que foi procurado pela vítima e ofereceu acolhimento por um mês no local.
Os suspeitos também confirmaram a participação em festas desde sábado, sendo que a última ocorreu em uma chácara na Avenida Bandeirantes e terminou por volta de 5h de segunda-feira, quando todos retornaram à pé para a república.
Durante o trajeto, a vítima teria reclamado que dormiu pouco tempo durante os três dias, mas, segundo os colegas, acordou por volta de 9h de segunda-feira. 
Mais tarde, às 13h, o estudante entrou no banheiro e defecou na banheira.
Por volta de 18h30, ainda de acordo com os suspeitos, a vítima disse que deixaria a república, sem discutir a motivação. 
O jovem então abriu o portão e saiu correndo pela rua, pedindo ajuda aos vizinhos e dizendo que os integrantes da república queriam matá-lo.
Horas depois, os estudantes foram informados que o colega havia sido acolhido por uma república feminina e decidiram ir à delegacia apresentar a versão dos fatos.

===========================================

Estado é condenado a pagar R$ 60 mil para mãe de jovem condenado por estupro coletivo e morto no CEM

Segundo a sentença por danos morais, o Estado é responsável pela vida de detentos. Gleison Vieira da Silva foi assassinado por três jovens envolvidos no crime.
Por Lucas Pessoa, G1 PI



Elizabete Vieira, mãe de Gleison. — Foto: Catarina Costa/G1 PI.
A Justiça condenou o governo do estado do Piauí a pagar R$ 60 mil para Elizabete Vieira, mãe de Gleison Vieira da Silva, 17 anos. 
Ele foi um dos jovens condenados pelo estupro coletivo de quatro jovens e pela morte de uma das garotas em Castelo do Piauí, em maio de 2015.
A mãe de Gleison deve receber por danos morais pela negligência do Estado em garantir a proteção à vida do adolescente.


Centro Educacional Masculino fico situado na Zona Norte de Teresina — Foto: Fernando Brito/G1.
O juiz de Direito da Vara Única da Comarca de Castelo Do Piauí, Leonardo Brasileiro, o mesmo magistrado que condenou os quatro jovens, diz, na sentença, que houve descumprimento na garantia da proteção da vida de Gleison Vieira da Silva.
De acordo com a sentença, o Estado é responsável pela garantia de vida de internos e deve indenizar a família de pessoas que perderem a vida dentro de estabelecimentos, mesmo em casos de suicídio.
“A responsabilidade civil do Estado pela morte de detento em delegacia, presídio ou cadeia pública é objetiva, pois é dever do estado prestar vigilância e segurança aos presos sob sua custódia”, afirma a sentença.
O juiz justifica o pedido de indenização por dano moral pelas consequências que a morte do filho trouxe para a mãe. “[...] o fato narrado na exordial apresenta o efeito danoso alegado, por todas as consequências físicas e psíquicas advindas da morte do detento dentro do estabelecimento prisional, em razão da negligência da parte requerida”, diz a sentença.
Segundo a sentença assinada pelo magistrado, a mãe de Gleison Vieira da Silva comprovou que o rapaz estava sofrendo ameaças dos outros jovens envolvidos no crime, com quem dividia a cela no CEM.


Trecho da sentença que condena Estado a pagar R$ 60 mil para mãe de Gleison Vieira da Silva, adolescente condenado pelo estupro coletivo em Castelo do Piauí e assassinado no CEM — Foto: Reprodução.
“A requerida [O Estado] não comprovou qualquer atitude apta a evitar a morte ou eventual socorro prestado com o fito de reverter a situação, tenho como razoável a condenação da parte requerida a pagar o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais)”, afirma trecho da sentença.

Morte de Gleison
O jovem foi assassinado no dia 16 de julho de 2015 por outros três rapazes condenados pelo caso, com quem dividia cela no Centro Educacional Masculino.
Gleison Veira da Silva foi o delator do crime. Ele confessou e indicou os outros três adolescentes e Adão José de Sousa, de 43 anos, pela autoria do estupro coletivo e homicídio de uma das quatro vítimas.
O adolescente sofreu traumatismo craniano após ser brutalmente espancado. 

Estupro coletivo em Castelo do Piauí
Quatro adolescentes foram brutalmente torturadas, amarradas, estupradas e jogadas de penhasco com mais de 10 metros de altura no dia 27 de maio de 2015, após serem rendidas por quatro adolescentes e Adão José de Souza.
As jovens foram encontradas desacordadas após familiares notarem o sumiço delas e procurarem a polícia. "Foi um crime muito bárbaro e cruel. Eles cortaram os pulsos das meninas, furaram mamilos e olhos e depois ainda as arremessaram de cima de um morro", disse o delegado Laércio Evangelista, responsável pela investigação, ao G1, na época.
As jovens foram encaminhadas para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) em estado grave.

Nenhum comentário:

Postar um comentário