quinta-feira, 28 de março de 2019

ROUNDUP, O HERBICIDA MAIS USADO NO BRASIL, É CANCERÍGENO.

Justiça americana ordena que Monsanto pague US$ 80 milhões a homem que teve câncer por agrotóxico.
Decisão vem uma semana após a primeira fase da audiência, em que o júri de seis pessoas chegou à conclusão de que o Roundup, herbicida mais usado no Brasil, era o culpado pela doença.
Helena Borges.

Principal agente ativo do Roundup é o glifosato, classificado como “provavelmente cancerígeno” por agência da OMS Foto: JOSH EDELSON / AFP.

A Justiça federal americana encerrou hoje a etapa final da audiência entre Edwin Hardeman, de 70 anos, e a empresa Monsanto, que produz o herbicida Roundup, o mais usado em plantações brasileiras. 
O júri federal de São Francisco concedeu mais de US$ 80 milhões em indenização a Hardeman depois de determinar na semana passada que sua exposição ao agrotóxico foi um fator significativo no desenvolvimento de seu câncer.
A Bayer, dona da Monsanto e responsável pela produção do agrotóxico, deve recorrer. 
A empresa farmacêutica alemã continua argumentando que o herbicida é seguro. 
O agrotóxico mais usado nas lavouras brasileiras foi classificado como cancerígeno na primeira etapa do processo judicial de Hardeman, onde evidências científicas e pesquisas acadêmicas usando o produto comprovaram seu potencial cancerígeno. 
No site oficial do produto, informa-se que "a matéria-prima à síntese do produto final, o processo de fabricação de Roundup® é totalmente realizado no Brasil".
Os seis jurados do caso Hardeman versus Monsanto decidiram novamente a favor de Hardeman esta quarta-feira, dizendo que a Monsanto - comprada no ano passado pelo conglomerado empresarial alemão Bayer AG por US $ 63 bilhões - causou danos ao homem do condado de Sonoma. 
A Justiça decidiu que a empresa não alertou adequadamente sobre os perigos potenciais do uso do herbicida à base de glifosato.
Essa é a segunda vez que a Justiça americana decide indenizar uma pessoa que desenvolveu câncer após contato com o Roundup. Em agosto de 2018, outro júri concedeu a US$ 289 milhões de indenização a outro homem que processou a empresa. Mais tarde, um juiz cortou o pagamento para US$ 78 milhões e a Monsanto recorreu.

In O GLOBO.

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