Após 15 tentativas, amazonense de 64 anos é aprovado na OAB.
Quanto trabalho é preciso para a realização de um sonho? A história de Carlos Augusto Silva é de muito empenho e superação. Prestes a completar 65 anos, ele acaba de se tornar advogado.
Sr. Carlos trabalhava como músico, mas conta que sempre teve "uma queda" pelo Direito.
Uma bolsa na Faculdade Martha Falcão, em Manaus, foi o que viabilizou seu ingresso na graduação, em 2007.
Embora tenha passado por problemas familiares, nunca desistiu do curso.
Conta que não teve dificuldade com as matérias e era muito querido pelos colegas.
O desafio veio mesmo quando se deparou com o Exame de Ordem.
Carlos Augusto conta que, quando terminou a graduação, em 2012, ainda não tinha preocupação com a OAB, sequer havia decidido que área iria seguir.
Chegou a fazer a prova para conhecer o processo, e viu que estava diante de um grande enfrentamento: para ser aprovado, seria necessária muita dedicação.
Foi então que ele ingressou no curso preparatório Aufiero, do professor e criminalista Aniello Aufiero, que se tornaria um grande incentivador do novo bacharel.
Para ele, a maior dificuldade do exame não era o aprendizado da matéria, mas sim o tempo.
Lhe faltava velocidade na caligrafia.
"A prova tem tempo limitado e, se você não escreve rápido, o tempo é contra você". Se escrevesse rápido demais, dificultaria a correção. Se escrevesse devagar, não teria tempo hábil a concluir o certame.
Os seis anos de tentativa não foram fáceis. 14 reprovações. Ele conta que teve total apoio da família – sua companheira, irmãos, e os cinco filhos. Sentia que, quando recebia a notícia de que não havia passado, "também doía neles". "Mas não diziam “pare”. Pelo contrário, me deram força pra continuar tentando. Não podia jogar cinco anos de faculdade fora."
Foi se dedicando aos estudos e treinando muito a escrita que o novo advogado venceu a barreira do tempo.
O exame no qual ele foi vitorioso ocorreu em 20 de janeiro deste ano. O grande segredo, conta, foi o domínio da matéria.
"Na 15ª prova, o Código já estava na cabeça, tamanha foi a vontade de derrubar esse gigante."
Ele conta que, de início, não havia tido a aprovação. Mas após análise de seu professor, eles concluíram que ele deveria, sim, ter sido aprovado. Assim, eles entraram com recurso pedindo a revisão da correção junto à OAB e a FGV, que aplica o certame, e finalmente veio a aprovação.
Sem precisar fazer muitas consultas, sr. Carlos venceu o tempo e também o desafio do Exame de Ordem. Terminou a prova 30 minutos antes de o tempo se esgotar.
“Eu provei que a idade não é empecilho para quem quer realizar um sonho.”
Hoje advogado, pretende atuar na área Penal, como seu professor, de quem honrosamente recebeu sua carteira profissional no último dia 21 de março.
Para marcar com chave de ouro a conquista, ele recebeu uma homenagem do Centro Preparatório Aufiero, onde estudou por 6 anos.
A instituição organizou um culto de agradecimento e lhe entregou a “Camisa Verde” - que simboliza a aprovação no Exame da OAB - na sede do curso.
A entrega não foi feita antes porque Carlos ainda se recupera de uma cirurgia.
In Migalhas Quentes.
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