segunda-feira, 6 de maio de 2019

ALUNOS BRASILEIROS DEBOCHADOS EM PORTUGAL

Estudantes brasileiros em Lisboa distribuem flores em protesto a caixa de pedras. 
Há uma semana, estudantes portugueses ofereceram pedras para serem atiradas em "zucas", alunos brasileiros.






















“Se nos atiram pedras, nós revidamos com flores". 
Assim se manifestaram cerca de 70 estudantes brasileiros na Faculdade de Direito de Lisboa, em Portugal. 
O ato se deu uma semana depois da instalação de uma caixa de pedras na faculdade que seriam "para atirar a um ‘zuca’”, maneira como se referem aos brasileiros.
Os brasileiros disseram que a manifestação, pacífica e apartidária, quer “deixar claro que a caixa com pedras é um ato xenófobo, e não uma piada”.


"Queríamos dizer que se os portugueses nos atiram pedras, nós revidamos com flores", afirma Flora Almeida, uma das organizadoras do ato. 
“Mas também sabemos que a xenofobia vem apenas de uma minoria em Portugal.”


Em solidariedade, também houve manifestações com flores na Universidade do Porto e na Universidade Beira Interior, localizada na cidade de Covilha.
Em nota publicada na última quinta-feira, 2, nas redes sociais, a direção da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa disse que a caixa de pedras não reflete o “espírito da instituição" e abriu um processo de inquérito. 
A diretoria organizou uma reunião com o grupo Tertúlia Libertas, autor da caixa, que prometeu retratação.
Junto ao Núcleo de Estudantes Luso-brasileiros (NELB), da Faculdade de Direito, formado para dar apoio a brasileiros na instituição, foi aberta também uma ouvidoria para receber denúncias de abusos e de xenofobia.

"Liberdade de expressão"
O movimento Tertúlia Libertas divulgou dois comunicados afirmando que a intenção era satirizar o processo de acesso dos estudantes à universidade, e não a discriminação de brasileiros.
"Nós não somos discriminatórios, somos igualitários, porque gozamos com o mesmo despudor, maioria ou minoria. Isto não é sobre brasileiros, é sobre humor no caos", afirmou o grupo por meio do jornal "O Berro", produzido pelo movimento e classificado por eles como satírico.
O grupo, que tem histórico de atuações polêmicas, diz, ainda, que não ultrapassou os limites do exercício da liberdade de expressão, mas que compreende que “devido à descontextualização e a interpretações errôneas acabou ferindo suscetibilidades.”
Os brasileiros criticaram os comunicados.
"Apesar de recebermos muito apoio da direção, o comunicado do Tertúlias foi uma justificativa, e não um pedido de desculpas", diz Claudio Cardona, diretor de comunicação do NELB.

In Migalhas Quentes.

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