O Clube Recreativo Bernardes Júnior teve áureos tempos, a começar lá pelos anos 1920.
Numa época em que havia uma diretoria onde as pessoas nutriam certa cultura, muitas vezes se reunindo para cuidar até mesmo de assuntos pertinentes à própria comunidade como um todo que se desenvolvia em busca de progresso.
Havia banda de jazz.
Havia saraus.
Os tempos mudaram, quer dizer, aqueles homens partiram para uma melhor, e os subsequentes, herdeiros e não, mudaram bastante; passaram a ser constituídos de corpos e almas inertes e tudo então deixou de ter sentido para eles.
Por que isso acontece, às vezes?
Porque uma ou duas pessoas começam a querer ser donas do negócio, começam a querer ganhar dinheiro com a coisa e tudo se acaba, vira pó.
Mas o edifício está lá!
Dizem que a prefeitura tomou conta; aliás, já vinha tomando conta desde que fez um contrato com quem tem a chave.
A mensalidade é de tal monta que quando a prefeitura precisa usar o local para quaisquer eventos, ela usa.
Dizem que a prefeitura vai reformar o edifício com dinheiro nosso, seu, meu, dos nossos filhos e netos.
Assim é que age a administração: como ela quer.
Que culpa temos de haver um Clube na cidade e a gente nem ter usufruído?
E os sócios, que fim levaram?
Se alguém puder me responder, que responda, mas sem enganações, "talkei"?
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