domingo, 19 de maio de 2019

UM EPISÓDIO SOBRE O PORTUGUÊS JORGE VASSALLO

A história do português que fez uma viagem à Índia e acabou detido por espionagem.
Jorge Vassallo é um viajante profissional que acaba de publicar o livro "De Vespa na Índia".


Jorge Vassallo não sabe o que adora mais: se a Vespa ou a Índia.

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Escrever um livro sobre a Índia era um projeto antigo de Jorge Vassallo. Este português de 41 anos é um viajante profissional — trabalha como tour leader da Nomad e leva grupos a viajar, além de ter o blogue “Fui Dar Uma Volta”. Desde os 27 anos, quando esteve lá pela primeira vez, que já repetiu a viagem 15 vezes. Ao todo, passou mais de três anos naquele país asiático.
O tão desejado livro, “De Vespa na Índia”, acaba de chegar às livrarias e foca-se numa viagem específica, feita entre abril e julho de 2015. 
Está à venda por 12€ e é uma edição da Caravana.
Tal como o título sugere, tratou-se de uma viagem feita de mota Vespa pela Índia. 
Jorge Vassallo fê-la com outro viajante, Luís Simões, que o convidou para esta aventura. “A minha família é fanática por Vespas e aceitei logo”, conta à NiT. “Decidimos fazer a costa oriental da Índia, que ainda está muito por descobrir.”
Jorge Vassallo cresceu em Portugal com o imaginário da Índia muito presente. 
O último governador português da Índia, Manuel António Vassalo e Silva, foi o seu bisavô. “Lembro-me de crescer com histórias da Índia, em casa dos meus bisavós e avós havia sempre um álbum de fotografias ou papéis da Índia. Estava a brincar com os meus primos e sonhávamos em ir lá e descobrir algum tesouro que o nosso bisavô tivesse guardado. A família alimentava muito esta curiosidade por aventuras e mistérios.”
Desde que foi que nunca mais parou. “Já não vou há mais de 30 meses à Índia. Até é estranho [risos].” Costuma ir sempre em viagens pessoais – como tour leader, já fez o transiberiano, mas a grande especialidade é a região da Indochina — já esteve mais de 30 vezes no Vietname, Laos, e Camboja.
Nesta viagem, uma das melhores histórias (mas também das mais assustadoras) aconteceu quando Jorge Vassallo e o seu companheiro de viagem foram detidos por espionagem industrial. 
Aconteceu na costa oriental do país, depois de uma semana descansada em Bombaim, onde o viajante tem vários amigos.

No total, já passou mais de três anos na Índia.

“Estávamos eufóricos com tudo, tínhamos tido uma semana ótima, pensámos que tínhamos material para histórias e para o blogue, que fazíamos acontecer, e o destino decidiu trocar-nos as voltas.”
Durante a viagem, a dupla andava de Vespa com um GPS, mas usavam-no mal de propósito. Pediam que lhes indicassem os percursos a pé. “Não nos queríamos meter em autoestradas, queríamos ir tranquilamente, passar pelas aldeias e pelas pessoas, por caminhos pequenos.”
Foi isso que os levou até onde não deviam ter ido — o destino final, na verdade, era uma praia. “O GPS mandou-nos por um caminho pequeno, como sempre. Começámos a ver camiões, a ouvir muito barulho, umas fábricas ao longe, não tinha muito a ver com aquele ambiente, alguém na estrada disse-nos um ‘Hello, hello’, mas nem ligámos, na Índia toda a gente nos diz isso.”

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