segunda-feira, 17 de junho de 2019

BOLSOIGNARO, UM BICHO QUE SÓ VAI COMENDO, COMENDO...

Após crítica de Bolsonaro, um néscio em economia, presidente do BNDES pede demissão.
Por Redação Ucho.Info/
17 de junho de 2019.


O economista Joaquim Levy renunciou, neste domingo (16), à presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Sua saída do cargo, após embate público com o presidente Jair Bolsonaro, é considerada mais uma crise no governo.
“Solicitei ao ministro da Economia, Paulo Guedes, meu desligamento do BNDES. Minha expectativa é que ele a ceda”, disse Levy, em mensagem enviada a Guedes. O economista afirmou que agradece a lealdade, dedicação e determinação de sua diretoria. “Agradeço ao ministro o convite para servir ao País e desejo sucesso nas reformas.”
No sábado (15), Bolsonaro havia ameaçado demitir Levy. Segundo o presidente da República, o chefe do banco de fomento estava com “a cabeça a prêmio”.
O motivo da reprimenda pública, segundo Bolsonaro, foi a nomeação por Levy do executivo Marcos Barbosa Pinto para a diretoria de Mercado de Capitais do BNDES. O presidente exigiu a demissão de Pinto.
“Eu já estou por aqui com o [Joaquim] Levy. Falei pra ele demitir esse cara [Marcos Barbosa Pinto] na segunda-feira ou eu demito você, sem passar pelo Paulo Guedes”, disse Bolsonaro a jornalistas diante do Palácio da Alvorada.
“Um governo tem de ser assim. Quando coloca gente suspeita em cargos importantes e essa pessoa, como o Levy, já vem há algum tempo não sendo leal àquilo que foi combinado e àquilo que ele conhece a meu respeito. Ele está com a cabeça a prêmio já tem algum tempo”, completou Bolsonaro.
Para quem já admitiu publicamente mais de uma vez que não entende de economia, Bolsonaro consegue ser tosco e raso ao fazer valer suas vontades apenas por conta de questões ideológicas, sem levar em consideração a competência dos integrantes do governo.
Barbosa Pinto foi assessor do BNDES entre 2004 e 2006, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e chefe de gabinete de Demian Fiocca à época em que este chefiou o banco. Ele também presidiu a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) entre 2007 e 2010 – também no governo Lula – e foi sócio da Gávea Investimentos, uma gestora de recursos fundada por Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique.
Na última sexta-feira (14), Bolsonaro também afirmou que demitirá o presidente dos Correios, general Juarez Cunha. Segundo o chefe do Executivo federal, o presidente da estatal vinha se comportando como “um sindicalista”. Recentemente, o general havia se manifestado contra a privatização dos Correios e tirado uma foto ao lado de parlamentares do PT e do PSOL na Câmara.
Joaquim Levy foi ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff e secretário do Tesouro no governo Lula. Ele também foi diretor-superintendente do Bradesco e exerceu cargos na área econômica do governo FHC.
Segundo o jornal “Folha de S. Paulo”, a resistência de Bolsonaro a Levy vinha desde o governo de transição. Presidente eleito, em novembro de 2018, ele havia dito que, ao aceitar a indicação, precisava “acreditar em Guedes”.

(Com agências de notícias)

Nenhum comentário:

Postar um comentário