sábado, 29 de junho de 2019

ESSE DALLAGNOL PODE SER ATÉ PIOR DO QUE MORO...

Vazamentos mostram que Deltan queria acelerar ações contra Jaques Wagner em outubro de 2018. 
Conversas indicam que o procurador queria busca e apreensão contra o político “até por questão simbólica”.
sábado, 29 de junho de 2019

O procurador Deltan Dallagnol demonstrou, em diálogos com colegas da Lava Jato, em outubro de 2018, que era preciso acelerar ações contra o petista Jaques Wagner. Ele tinha acabado de se eleger senador pela Bahia e tomaria posse em fevereiro. Para Deltan, valeria fazer busca e apreensão sobre o político “até por questão simbólica”.


Os diálogos estão em arquivo obtido pelo site The Intercept Brasil e publicados pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. No dia em que teria ocorrido a conversa, em 24 de outubro, o juiz Sergio Moro já era cotado para virar ministro de Jair Bolsonaro.
Em uma das conversas, Deltan pergunta: “Caros, Jaques Wagner evoluiu? É agora ou nunca... Temos alguma chance?”.
Um procurador identificado como Athayde (provavelmente Athayde Ribeiro Costa) responde: “As primeiras quebras em face dele não foram deferidas”. Mas, novos fatos teriam surgido e eles iriam “pedir reconsideração”.
"Isso é urgentíssimo. Tipo agora ou nunca kkkkk", escreve Deltan. Athayde diz que “isso não impactará o foro”. Deltan responde: "Não impactará, mas só podemos fazer BAs [busca e apreensão] nele antes [da posse]".
Uma procuradora pondera que o petista já sofrera uma busca: "Nem sei se vale outra". Deltan responde: "Acho que se tivermos coisa pra denúncia, vale outra BA até, por questão simbólica". E completa: "Mas temos que ter um caso forte".
Athayde informa que seria "mais fácil" Wagner aparecer "forte" em outro caso, e Deltan finaliza: "Isso seria bom demais".
Em resposta à Folha, a assessoria da Lava Jato diz que "o material não permite constatar o contexto e a veracidade do conteúdo. Os integrantes da força-tarefa pautam suas ações pessoais e profissionais pela ética e pela legalidade. A investigação, o pedido, a decisão e a execução de buscas e apreensões demandam semanas ou meses o que torna indigna de credibilidade a suposta mensagem".

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