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quinta-feira, 31 de outubro de 2019
Não será um ultradireitista bastardo a colocar medo na população
Políticos e instituições reagem a Eduardo Bolsonaro e buscam cassação do mandato do filho do presidente.
Por Redação Ucho.Info/
31 de outubro de 2019.
Quando o UCHO.INFO afirmou em várias ocasiões que, se eleito, o presidente Jair Bolsonaro daria um “cavalo de pau” na democracia quando entendesse necessário (sic), os apoiadores do atual inquilino do Palácio do Planalto se insurgiram como uma manada furiosa disposta a tudo.
Bolsonaro, um covarde contumaz que se esconde atrás da falsa aparência de corajoso, tem o totalitarismo cravado na sua essência, o que não é novidade.
Para testar as possibilidades de trazê-lo à vida nacional, o presidente se vale de “balões de ensaio”, muitas vezes colocados em prática pelos próprios filhos e a partir do chamado “gabinete do ódio”, staff criminoso que funciona no Palácio do Planalto e é financiado com o suado dinheiro do contribuinte.
Além da covardia monumental e de atentar diuturnamente contra o Estado Democrático de Direito, o presidente da República é frouxo ao ponto de não conseguir controlar os filhos, que continuam acreditando ser o Brasil obrigado a viver à sombra de uma monarquia miliciana.
Como mencionou o UCHO.INFO em matéria anterior, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que defendeu a criação de um novo AI-5 para enfrentar eventuais reações da esquerda, já estaria sendo processado fosse o Brasil um país razoavelmente sério e com autoridades imbuídas de seus respectivos papeis.
Na esteira da nossa afirmação, políticos e entidades já se movimentam para ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o filho do presidente da República, ao mesmo tempo em que estudam a cassação do seu mandato parlamentar por quebra de ordem institucional. Isso porque Eduardo Bolsonaro, ao sugerir a volta do AI-5, de forma automática defendeu o fechamento do Congresso e do Supremo, algo que em passado recente disse, durante palestra, ser fácil e simples.
“Vamos representar no Conselho de Ética. Ao propor o AI-5, ele está propondo fechar o Congresso Nacional. Então a segunda coisa é entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) por quebra da ordem constitucional. Estamos estudando juridicamente a melhor maneira de fazer isso”, disse o deputado federal Ivan Valente (SP), líder do PSOL.
De acordo com Valente, a notícia-crime contra Eduardo Bolsonaro será protocolada ainda nesta quinta-feira (31) no STF. Os partidos alegarão no documento que o deputado cometeu apologia ao crime e incitação ao crime. Por outro lado, a representação no Conselho de Ética, que pode abrir caminho para a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro, será protocolada no começo da próxima semana.
Se a fracassada tentativa de indicar Eduardo Bolsonaro à Embaixada do Brasil em Washington ultrapassou as fronteiras do ridículo, avança sobre as raias da ignorância política as desbaratadas investidas dos filhos do presidente da República.
Afinal, no momento em que o Brasil precisa recuperar a confiança dos investidores internacionais, um discurso que flerta de maneira insiste com o autoritarismo funciona como antídoto.
Não obstante, a insistência do clã Bolsonaro de atentar contra a democracia e o Estado de Direito acabará funcionando como gatilho para uma reação popular, o que poderá impor ao País um novo processo de impeachment ou empurrar a sociedade para uma revolta civil, cujas consequências são imprevisíveis.
Não será um ultradireitista bastardo a colocar medo na população, que precisa defender com firmeza e coragem seus direitos, sob pena de, assim não fazendo, referendar a volta do obscurantismo e da violência que marcaram a ditadura militar.
Ciente de que não tem como cumprir as mirabolantes promessas de campanha, Jair Bolsonaro comporta-se de maneira irresponsável diante das investidas dos filhos, como se esses agissem sob o seu comando. Talvez essa seja a realidade dos fatos.
VAMOS TER QUE ABRIR UM MANICÔMIO SÓ PROS BOLSONAROS.
Porque a estupidez é genética, Eduardo Bolsonaro defende “novo AI-5” contra eventual reação da esquerda.
Por Redação Ucho.Info/
31 de outubro de 2019.
Que a família Bolsonaro jamais nutriu apreço pela democracia não é novidade, mas é preciso ressaltar que o atual presidente da República assumiu o posto com a promessa de cumprir e respeitar a Constituição Federal, o que, de chofre, enseja não violar o Estado Democrático de Direito.
Beira a irresponsabilidade esperar algo em prol da democracia e da liberdade de alguém que homenageia ditadores e exalta a memória de torturadores. Mesmo assim, não se pode aceitar que os filhos do presidente, fazendo as vezes de gazeteiros de aluguel, disseminem os anseios totalitaristas do pai.
Deputado federal pelo PSL paulista e quase embaixador nos Estados Unidos, o delinquente intelectual Eduardo Bolsonaro agora defende a reedição do Ato Institucional nº 5 (AI-5) caso a esquerda nacional decida sair às ruas e protestar contra o governo, a exemplo do que acontece em países vizinhos.
Em entrevista à jornalista Leda Nagle, o filho do presidente Jair Bolsonaro tentou comparar o período que antecedeu o golpe militar de 64 aos dias atuais. “Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual à do final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam-se e sequestravam-se grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente via precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”, declarou.
Classificando a esquerda como um inimigo interno e apostando que não será necessário recorrer a uma nova versão do malfadado e truculento AI-5, Eduardo Bolsonaro emendou: “É uma guerra assimétrica, não é uma guerra onde você está vendo o seu oponente do seu lado e você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno de difícil identificação aqui dentro do país. Espero que não chegue a esse ponto, mas a gente tem que estar atento”.
Depois de afirmar, durante palestra, que para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) são necessários “um soldado e um cabo”, ao mesmo tempo em que dispensou o uso de um jipe, Eduardo Bolsonaro volta à carga contra o regime democrático como se a Carta Magna simplesmente inexistisse.
Em qualquer país com doses rasas de responsabilidade e seriedade, o parlamentar já estaria sendo processado por incentivar o retorno da ditadura e desrespeitar de forma flagrante a Constituição, mas o Brasil transformou-se em uma república bananeira que aceita de forma passiva despautérios e destampatórios.
Firme no propósito de cada vez mais demonizar a esquerda, o filho do presidente da República, também conhecido como “03”, Eduardo Bolsonaro afirmou à jornalista que seria “muita ingenuidade” acreditar que os acontecimentos são obra do acaso. Na opinião estulta de alguém que acredita ser o último gênio da raça, existe um modo de operação comum.
“Seria muita ingenuidade, Leda, a gente achar que isso daí não é arquitetado e tudo surgisse ao mesmo tempo né. Eu tenho contato com o Antonio Kast, que foi senador lá no Chile e quarto colocado na última eleição presidencial, tenho alguns outros amigos lá dentro do Chile e o feedback que eles me dão é o mesmo modus operandi dos black blocs”, disse Eduardo Bolsonaro.
Na sequência, sem apresentar provas e recorrendo à teoria da conspiração, o deputado do PSL sugere que as manifestações na América Latina são bancadas com o dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a partir de “contratos superfaturados” na construção do porto de Mariel e do programa “Mais Médicos”.
O que configura devaneio e, ato contínuo, deveria exigir internação imediata.
“Só que para você fazer isso tudo, Leda, você precisa de dinheiro, para comprar material, para organizar o pessoal, para ter o mínimo de comunicação e de onde vem esse dinheiro? Nós desconfiamos que esse dinheiro vem muito por conta do BNDES, que no tempo de Dilma e Lula fazia essas obras superfaturadas no portal de Mariel em Cuba ou contrato de Mais Médicos que rendia mais de um bilhão de reais para a ditadura cubana. Por que não a gente achar que esse dinheiro vai se voltar para cá para fazer essas revoluções?”, afirmou o filho do estulto Jair Bolsonaro.
O mais grave nessa apasquinada epopeia é que o presidente da República usa o silêncio quase obsequioso para endossar a estupidez da sua prole, como se o cidadão tivesse de suportar esse delírio direitista.
EX-MULHER NÃO ADMITE SABER QUE SEU EX, UM JUIZ, FOI PRO MOTEL COM AMANTE DURANTE HORÁRIO DE TRABALHO. ARQUIVE-SE O CASO!
CNJ arquiva reclamação de ex-mulher contra juiz que foi a motel com amante durante expediente.
Para o Conselho, não ficou demonstrada negligência por parte do magistrado com os atos judicantes.
O CNJ decidiu arquivar reclamação de uma mulher que acusava seu ex-marido, que é juiz, de violação dos deveres da magistratura. O motivo? Ele teria se ausentado de suas funções para comparecer a motel onde manteve relação extraconjugal. O Conselho destacou que, em regra, a relação extraconjugal não possui repercussão administrativo-disciplinar, e que a situação só configuraria falta disciplinar se houvesse prova de negligência ou desídia com os atos judicantes – o que não se deu no caso.
A mulher ingressou com reclamação disciplinar no CNJ em desfavor do ex-marido, que é juiz substituto do TRF da 1ª região. Alega, em síntese, que, quando ainda casado, o magistrado se ausentou do local de trabalho para ir a um motel onde mantinha relação extraconjugal, e que teria cometido “condutas incompatíveis com a decência pública e privada”. Ela também ingressou com reclamação no âmbito do Tribunal.
O TRF entendeu pela inexistência de repercussão dos atos da vida íntima na esfera funcional. No mesmo sentido, a Corregedoria decidiu pelo arquivamento, motivo pelo qual a mulher interpôs recurso administrativo, solicitando ao plenário do Conselho a reforma da decisão.
Em seu voto, o corregedor Nacional de Justiça, Humberto Martins, destacou que, "por mais doloroso que seja para a reclamante descobrir que o seu companheiro eventualmente quebrou o dever de lealdade conjugal, tal fato, por si só, não possui repercussão na esfera administrativo-disciplinar, uma vez que o episódio diz exclusivo respeito à vida privada do casal".
Ele destacou não restar demonstrado que o reclamado tenha negligenciado suas atividades judicantes do período apontado pela autora, e que, de acordo com boletins estatísticos, “não há que se falar em desídia dele com relação à atividade judicante”, não havendo motivo para a instauração de PAD contra o juiz.
O voto foi seguido à unanimidade pelo Conselho.
Processo: 0010215-35.2018.2.00.0000
Veja a decisão.
Outros tempos
Se vivo fosse, o jurista e poeta Tobias Barreto certamente defenderia o pérfido marido. Em poema escrito no século XIX, o poema de Barreto diz que "as mulheres existem para os homens" e que "a gente não pode viver feliz sem fazer seu namorico" - tudo isto "na opinião do juiz".
Namoro não é crime
Considerando que as flores
Existem para o nariz,
E as mulheres para os homens,
Na opinião do juiz;
Considerando que as moças,
Ariscas como a perdiz,
Devem ter seu perdigueiro,
Na opinião do juiz;
Considerando que a gente
Não pode viver feliz
Sem fazer seu namorico,
Na opinião do juiz;
Amemos todos, amemos,
E Cupido quem o diz;
Pois namoro não é crime,
Na opinião do juiz…
Tobias Barreto de Meneses
(1839-1889)
Fonte: Migalhas.
ALGUÉM VAI DAR "TRELA" A ESSE VAGABUNDO?
Eduardo Bolsonaro sugere “novo AI-5” para conter esquerda; juristas reagem.
Ministro Marco Aurélio, do STF, e o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, reprovaram a fala do parlamentar.
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
O deputado Federal Eduardo Bolsonaro afirmou nesta semana que se a esquerda brasileira "radicalizar", uma resposta pode ser "via um novo AI-5".
A fala foi proferida durante uma entrevista.
Diante da manifestação, juristas e políticos reagiram.
O ministro Marco Aurélio, do STF; o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, e o presidente da Câmara Rodrigo Maia foram alguns dos que reprovaram a fala do parlamentar.
Manifestações
Ministro Marco Aurélio, do STF, classificou a fala como “impropriedade” e disse que a democracia está sendo solapada:
“Quanta impropriedade. Estão solapando a democracia. E é geral. Exemplo: o inquérito natimorto: sigiloso ao extremo e nele tudo cabe. Aonde vamos parar?”
Para Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, a fala é um “flerte inaceitável com exemplos fascistas e com um passado de arbítrio, censura à imprensa, tortura e falta de liberdade”.
“É gravíssima a manifestação do deputado, que é líder do partido do presidente da república.
É uma afronta à Constituição, ao Estado democrático de direito e um flerte inaceitável com exemplos fascistas e com um passado de arbítrio, censura à imprensa, tortura e falta de liberdade.”
Rodrigo Maia, presidente da Câmara, disse que a declaração de Eduardo é passível de punição.
“Uma Nação só é forte quando suas instituições são fortes.
O Brasil é um Estado Democrático de Direito e retornou à normalidade institucional desde 15 de março de 1985, quando a ditadura militar foi encerrada com a posse de um governo civil.
Eduardo Bolsonaro, que exerce o mandato de deputado federal para o qual foi eleito pelo povo de São Paulo, ao tomar posse jurou respeitar a Constituição de 1988.
Foi essa Constituição, a mais longeva Carta Magna brasileira, que fez o país reencontrar sua normalidade institucional e democrática. A Carta de 88 abomina, criminaliza e tem instrumentos para punir quaisquer grupos ou cidadãos que atentem contra seus princípios – e atos institucionais atentam contra os princípios e os fundamentos de nossa Constituição.
O Brasil é uma democracia. Manifestações como a do senhor Eduardo Bolsonaro são repugnantes, do ponto de vista democrático, e têm de ser repelidas como toda a indignação possível pelas instituições brasileiras.
A apologia reiterada a instrumentos da ditadura é passível de punição pelas ferramentas que detêm as instituições democráticas brasileiras. Ninguém está imune a isso. O Brasil jamais regressará aos anos de chumbo.”
A Ajufe - Associação dos Juízes Federais do Brasil manifestou preocupação com a declaração de Eduardo.
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) vem a público manifestar profunda preocupação com as recentes declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro, em que anuncia que um novo AI-5 poderia ser a resposta, caso a “esquerda radicalizasse”.
Um novo AI-5 representaria uma grave afronta à democracia e à Constituição Federal, por promover cassações de mandatos, suspensão de direitos políticos, demissões e perseguições, fechamento do Congresso Nacional e intervenção nos Estados e Municípios.
Por isso, é inaceitável que um parlamentar federal defenda a possibilidade de qualquer instrumento que coloque em risco a ordem democrática.
A Ajufe repudia qualquer afronta à democracia, pugnando pela estabilidade política e bom senso das instituições e de seus interlocutores.
Brasília, 31 de outubro de 2019.
DIRETORIA DA AJUFE
Bruno Araújo, presidente Nacional do PSDB, condenou as declarações do parlamentar:
"Parece que não restam mais dúvidas sobre as intenções autoritárias de quem não suporta viver em uma sociedade livre. Preferem a coerção ao livre debate de ideias. Escolhem a intolerância ao diálogo. Ameaçar a democracia é jogar o Brasil novamente nas trevas. O PSDB, que nasceu na luta pela volta da democracia no Brasil, condena de maneira veemente as declarações do filho do presidente da República."
A Frente Nacional de Prefeitos repudiou a manifestação do deputado.
"A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) repudia com veemência a manifestação do deputado Federal Eduardo Bolsonaro sobre a possibilidade da edição de um novo AI – 5 (Ato Institucional Nº 5) no Brasil. A ação mais dura do longo período de ditadura militar fechou o Congresso Nacional, assembleias estaduais e representou um "salvoconduto" para que o Estado assassinasse aqueles que discordavam do regime militar. Instituiu a censura prévia das artes e da imprensa. Também permitiu ao governo federal, sob pretexto de 'segurança nacional', destituir sumariamente juízes e intervir em estados e municípios, cassando mandatos de governadores e prefeitos. Flertar com o AI-5 é inaceitável e um afronta à democracia. É crime previsto na Lei de Segurança Nacional. É lamentável e muito preocupante que um parlamentar cogite reeditar o pior período da história do Brasil republicano. Propor tamanho retrocesso é uma afronta à Constituição. Defender o Estado Democrático de Direito é dever de todos os brasileiros, especialmente por aqueles eleitos pelo voto direto. Por isso, é indispensável que a Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, a casa do povo, tome urgentemente as providências cabíveis e necessárias para defender a democracia brasileira."
AI-5
Durante uma entrevista sobre os protestos na América Latina, o filho de Bolsonaro sugeriu a volta do AI-5, caso a esquerda radicalize.
O Ato Institucional nº 5, conhecido como AI-5, foi um decreto emitido pela Ditadura Militar em 1968. Historiadores classificam o AI-5 é entendido como o marco que inaugurou o período mais sombrio da ditadura.
"Se a esquerda radicalizar a esse ponto, vamos precisar ter uma resposta, e uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada.”
In Migalhas Quentes
ESSA MULHER FOI EMBORA MUITO ANTES DO COMBINADO.
A personalidade dela é inconteste.
Só a Elis Regina transmitia isso!
OS CHEIROS DEIXADOS POR MARIELLE CONTINUAM POR AÍ.
Em 5 pontos, os fatos e as lacunas do caso Marielle
30 outubro 2019
Direito de imagemMÁRIO VASCONCELLOS/CMRJImage captionA vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em março de 2018 juntamente com o motorista Anderson Gomes
Reportagem atualizada às 17h de 30/10.
Com uma série de reveses, a investigação do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista dela, Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018, se arrasta há um ano e meio. Duas pessoas foram acusadas de terem executado o crime, mas ainda não se sabe o motivo e, ainda que haja suspeitas, não está claro quem seriam os mandantes.
Enquanto não souber quem mandou matar, o medo não passa, diz ex-chefe de gabinete de Marielle Franco
As informações mais recentes da investigação revelam tentativas de impedir que ela avance. Em setembro, a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge denunciou o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ) Domingos Brazão e outras quatro pessoas por tentarem interferir no processo investigativo. As autoridades suspeitam que ele seja o "autor intelectual" dos assassinatos.
Em outubro, a Polícia Civil do Rio prendeu três pessoas suspeitas de esconder as armas usadas pelos assassinos; entre elas, pode estar a submetralhadora HK MP5, usada no crime. A arma utilizada para executar Marielle e Anderson até hoje não foi encontrada pelos investigadores. As defesas dos acusados não foram encontradas pela reportagem, mas sabe-se que os advogados que os representam disseram no passado à imprensa que seus clientes negam envolvimento no crime.
A última reviravolta ocorreu nesta terça-feira (29). Em depoimento revelado pela TV Globo, um porteiro do condomínio onde mora o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou à Polícia Civil do Rio de Janeiro que um dos homens apontados como autores do assassinato foi ao conjunto de casas no dia do crime. Ali, afirmou que iria à casa do presidente, e alguém na residência de Bolsonaro autorizou sua entrada pelo interfone, segundo a testemunha. De acordo com a reportagem, o porteiro teria dito que foi uma voz de homem e que teria reconhecido a voz do "Seu Jair".
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O advogado do presidente da República, Frederick Wassef, disse que é impossível Bolsonaro ter falado ao interfone — o então deputado federal estaria em Brasília no dia da morte de Marielle, conforme registro de votações da Câmara dos Deputados e vídeos postados por Bolsonaro nas redes sociais.
Na tarde desta quarta-feira, a revista Veja publicou que a procuradora do Ministério Público Simone Sibilio, chefe do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), afirmou que o porteiro mentiu em seu depoimento.
Quem teria autorizado a entrada de Élcio Queiroz no condomínio do presidente seria Ronnie Lessa, suspeito de ter feito os disparos, de acordo com a procuradora.
A BBC News Brasil preparou uma linha do tempo que mostra os principais fatos, tropeços, incógnitas e desdobramentos da investigação.
Marielle e Anderson são assassinados
Marielle voltava para casa, no dia 14 de março de 2018, após um evento com jovens negras organizado pelo seu partido. No carro estavam o motorista, Anderson Gomes, e a assessora de Marielle.
Os investigadores dizem que os assassinos sabiam onde Marielle estaria e tinham informações sobre o carro que a levava.
A polícia reconstituiu, por meio de imagens de câmeras de rua, a viagem de cerca de uma hora feita pelo carro dos suspeitos, da Barra da Tijuca até o endereço onde estava Marielle.
Ao chegarem ao endereço, os suspeitos esperaram por duas horas, até que Marielle deixou o local.
Os assassinos, a bordo de um Cobalt, seguiram o carro em que estava a vereadora e a alguns quilômetros dali, no Largo do Estácio, região central, emparelharam o seu veículo ao que levava Marielle e efetuaram os disparos, que atingiram Marielle e Anderson.
Direito de imagemARQUIVO PESSOAL/CÂMARA MUNICIPAL DO RJImage captionÀ esquerda, o motorista de Marielle, Anderson, que também foi atingido; à direita,
Marielle discursa na Câmara
A origem do Cobalt prata usado pelos acusados ainda é um mistério. A placa do carro tinha sido clonada, e o veículo registrado sob a numeração original foi encontrado na Zona Sul do Rio, estacionado na garagem de uma cuidadora de idosos.
De acordo com o MP-RJ, a investigação mostrou que o Cobalt já circulava pelo Rio de Janeiro desde 2016.
Imagens de câmera de segurança mostraram que o carro estava na Barra da Tijuca horas antes do crime. Sua identificação foi possível por características do veículo, como um "defeito traseiro inconfundível".
Mas ainda não se sabe de onde o Cobalt veio nem o percurso que realizou após o assassinato.
1. Fragilidades da investigação são expostas
Nos dias seguintes ao crime, autoridades deram declarações desencontradas sobre o caso, surgiram sinais de precariedade na investigação e de envolvimento de agentes de segurança em tentativa de obstruí-la.
A polícia identificou que uma submetralhadora HK MP5, de origem alemã e calibre 9mm, foi empregada no crime. Trata-se de uma arma de uso restrito no Brasil, utilizadas por forças especiais.
Cinco unidades de submetralhadoras deste modelo teriam desaparecido do arsenal da Polícia Civil, algo que foi identificado em um recadastramento feito em 2011.
Por sua vez, as balas usadas eram do lote UZZ18, vendido à Polícia Federal em 2006 e ligado a outros crimes. Raul Jungmann, então ministro de Segurança Pública, disse logo após o assassinato de Marielle e Anderson que a munição foi roubada "anos atrás" na sede dos Correios na Paraíba. Os Correios afirmaram não ter registro disso.
As investigações não revelaram até o momento quem estaria por trás destes desvios de munição e armas.
A pedido da PGR, a Polícia Federal instaurou, em novembro de 2018, uma "investigação da investigação" do caso Marielle. Havia a suspeita de que agentes do Estado estariam atuando para obstruir a elucidação do crime.
Segundo disse à época o então ministro da Segurança Pública, essa segunda apuração foi criada após depoimentos ao Ministério Público Federal darem conta de que havia "uma organização criminosa envolvendo agentes públicos de diversos órgãos, organização criminosa e a contravenção para impedir, para obstruir, para desviar a elucidação dos homicídios de Marielle e do Anderson Gomes".
Jungmann já havia afirmado em agosto que o envolvimento de agentes do Estado e de políticos no crime dificultava seu esclarecimento.
Em maio, uma reportagem da TV Record apontou que o carro em que estavam Marielle e Anderson havia sido deixado no pátio da delegacia sem cuidados especiais para a preservação de provas e que os corpos das vítimas não passaram por raio-x porque o Estado estaria sem equipamento.
Ainda em março, o site G1 mostrou que cinco das onze câmeras que ficam no trajeto percorrido pelos assassinos de Marielle e Anderson estavam apagadas naquela noite. Elas teriam sido desligadas entre 24 a 48 horas antes do crime.
Apesar de ter sido um dos principais desdobramentos do início da investigação, a Polícia Civil descarta agora que este fato tenha relação com o homicídio.
O delegado Giniton Lages, então responsável pelo caso, afirmou não haver qualquer prova que indique que agentes públicos teriam desligado os aparelhos propositalmente, para proteger os criminosos.
Em abril, a repórter Vera Araújo, do jornal O Globo, encontrou duas testemunhas do crime que não haviam sido ouvidas pela polícia.
Alguns meses depois, em agosto, o Ministério Público trocou a equipe que investiga o caso e incluiu um grupo especializado em milícias.
2. Acusados de apertar o gatilho são presos
Em março de 2019, um ano após as mortes, a Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Estado anunciaram a prisão de dois acusados.
O policial militar reformado Ronnie Lessa, de 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46, foram denunciados pelos crimes de homicídio qualificado de Marielle e Anderson e por tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, assessora de Marielle, que sobreviveu ao ataque.
Segundo os investigadores, Lessa efetuou os disparos contra Marielle e Anderson, enquanto Queiroz dirigiu o Cobalt usado durante o ataque.
O Ministério Público denunciou os acusados afirmando que teriam agido por "motivo torpe". O órgão afirma que Lessa a teria matado porque tinha "repulsa" contra sua atuação em defesa de minorias, como disse em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira a promotora Simone Sibilio, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Já a Polícia Civil diz que não sabe qual foi a motivação para o crime, mas também afirma que Lessa demonstrava ter "ódio" e "obsessão" por personalidades que militam em causas associadas à esquerda, como era o caso de Marielle.
Direito de imagemPOLÍCIA CIVIL DO RJImage captionOs ex-PMs Ronnie Lessa (à esq.) e Élcio Vieira de Queiroz foram denunciados como executores do crime contra Marielle e Anderson
Em entrevista coletiva, Giniton Lages, chefe da Delegacia de Homicídios da Capital, que era naquele momento responsável pela investigação, disse que os autores dos assassinatos cometeram "um crime perfeito", o que fez os investigadores concentrarem sua atenção em pessoas que teriam a capacidade técnica de cometê-lo.
"Esses crimes foram planejados e executados por pessoas que tinham conhecimento do sistema de investigação e de Justiça", diz uma das promotoras responsáveis pelo caso, Leticia Emile Alquebres Petriz.
Lessa, acusado de efetuar os disparos, é policial reformado. Também trabalhou na Polícia Civil e foi membro do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope), segundo Lages. Por sua experiência, avalia o delegado, era capaz de cometer um crime sofisticado.
Durante a investigação, diz Lages, observou-se que Lessa tem "obsessão por personalidades que militam à esquerda". "Numa análise do perfil dele, você percebe ódio e desejo de morte, você percebe alguém capaz de resolver diferenças dessa forma (matando)", diz o delegado.
Ainda que a Polícia Civil não tenha afirmado categoricamente qual foi a razão para o crime, o delegado a descreve como "motivo torpe", como também o descreve a denúncia do Ministério Público.
A investigação foi feita com a quebra de dados do celular de Lessa. Segundo o delegado, ele fazia buscas por informações ligadas a Marcelo Freixo e também ao general Richard Nunes, então secretário de Segurança Pública do Rio.
Direito de imagemCARL DE SOUZA/AFP/GETTY IMAGESImage captionSegundo a polícia, os autores dos crimes cometeram 'um crime perfeito' - por isso, investigadores focaram em pessoas que teriam a capacidade técnica de cometê-lo
Segundo o delegado, a confirmação de que de fato era Lessa no carro foi possível por métodos que não serão divulgados.
A promotora Elise Fraga, da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MPRJ, apontou um dos elementos. Disse que imagens do braço direito do atirador são compatíveis com as do braço de Lessa - ambas mostram uma tatuagem.
O sargento reformado Lessa ingressou na Polícia Militar em 1991 e, a partir de janeiro de 2003, passou a atuar na Polícia Civil como adido, cargo no qual permaneceu até 2010, quando sofreu um atentado que o afastou definitivamente da atividade policial.
Segundo o MP, não há provas contundentes de seu envolvimento com milícias, mas isso ainda está sendo investigado. O órgão afirma, no entanto, que ele é suspeito de ter cometido homicídios ligados à contravenção (jogo do bicho).
Direito de imagemEPAImage caption"É uma dor que você tem todo dia, toda hora", diz Marinete da Silva (à dir.), mãe da vereadora Marielle Franco
Segundo a Polícia Militar, o ex- sargento Queiroz, que seria o motorista do carro, foi expulso dos quadros da corporação em 2015, após conclusão do Conselho de Disciplina instaurado pela Corregedoria. O Conselho foi instaurado em função do envolvimento do ex-policial em atividade ilegal de exploração de jogos de azar.
De acordo com o MP, ele é amigo de Lessa.
A polícia não descarta a possibilidade de que houvesse uma terceira pessoa no veículo, algo que será avaliado na próxima etapa da investigação. Já o MP negou que houvesse uma terceira pessoa ali, em outra divergência entre os dois órgãos.
3. Surgem possíveis suspeitos de arquitetar o crime
Em setembro, a então procuradora-geral da República Raquel Dodge denunciou o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ) Domingos Brazão e outras quatro pessoas por tentarem interferir no processo investigatório. As autoridades suspeitam que ele seja o "autor intelectual" dos assassinatos.
Ainda não está claro qual seria a relação entre Brazão e os acusados de executar o crime. Tampouco se sabe qual seria a motivação dele para desejar a morte da vereadora.
Segundo a denúncia, Brazão se beneficiou do cargo que tinha para interferir na investigação, cooptando pessoas a darem depoimentos falsos. Sua intenção seria desviar o curso da apuração da Polícia Civil para longe de si e em direção ao miliciano Orlando Oliveira Araújo, conhecido como Orlando de Curicica, e o vereador Marcelo Moraes Siciliano, o primeiro como executor e o segundo como mandante, o que de fato aconteceu por um tempo. Siciliano e Brazão disputam controle político na zona oeste do Rio.
Direito de imagemPOLÍCIA CIVILImage captionOrlando de Curicica, preso por chefiar a milícia de Boiúna, chegou a ser apontado como executor do crime
Segundo a PGR, Curicica, que está preso, disse que sofreu pressão da Polícia Civil do Rio para assumir a autoria do assassinato da vereadora e de seu motorista e que, ao negar que faria isso, passou a sofrer represálias.
Além de Brazão, foram denunciados também um delegado federal, uma advogada, um policial militar e um policial federal aposentado, que era assessor de Brazão no Tribunal de Contas do Rio. A PGR pede a condenação pelos crimes de falsidade ideológica, favorecimento pessoal e de obstrução da Justiça.
A denúncia foi feita com base no relatório de uma investigação da Polícia Federal, que corria paralelamente à da Polícia Civil.
A PGR diz que esse relatório indica, com base em depoimentos, interceptações, busca e apreensões e análise de conversas via WhatsApp, que Brazão é o principal suspeito de ser o mentor dos assassinatos.
O relatório sugere ainda que Brazão teria ligação com o chamado "Escritório do Crime", grupo de milicianos matadores de aluguel que têm sua base em Rio das Pedras, favela na zona oeste da cidade, e que a investigação desse vínculo vem sendo dificultada pelo fato de o grupo ter ligações com membros da Polícia Civil.
4. Prisões por atrapalhar investigação
Em outubro, a Polícia Civil do Rio prendeu quatro pessoas suspeitas de esconder as armas usadas pelos assassinos; entre elas, pode estar a submetralhadora HK MP5, usada no crime. A arma utilizada para executar Marielle e Anderson até hoje não foi encontrada pelos investigadores.
Foram detidos Elaine Pereira Figueiredo Lessa, mulher de Ronnie Lessa, acusado de executar o assassinato, seu irmão, Bruno Pereira Figueiredo, José Márcio Mantovano, conhecido como "Márcio Gordo", e Josinaldo Lucas Freitas, conhecido como "Djaca".
Segundo denúncia do Ministério Público, no dia seguinte à prisão de Ronnie, eles agiram para retirar pertences do suspeito de seu apartamento e jogá-los no mar.
5. Porteiro aponta ligação entre acusado de morte e presidente Bolsonaro
Veio à tona nesta terça-feira (29) o depoimento de uma testemunha que aponta um elo entre um dos acusados do assassinato de Marielle Franco e de Anderson Gomes e o presidente Jair Bolsonaro.
As informações foram divulgadas pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
Segundo a emissora, um porteiro do condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, afirmou à Polícia Civil do Rio de Janeiro que no dia do assassinato um dos suspeitos do crime dirigiu até o condomínio, horas antes do crime.
Ao porteiro, o ex-policial-militar Élcio Vieira de Queiroz disse que iria à casa de número 58 — imóvel que pertence ao presidente.
O funcionário do condomínio então ligou para a casa 58 para confirmar se o visitante poderia entrar, e alguém na residência autorizou a entrada do veículo, um Renault Logan. Em dois depoimentos à Polícia Civil do Rio, o porteiro disse ter reconhecido a voz de quem atendeu como sendo a do "Seu Jair", segundo o Jornal Nacional.
Uma vez dentro do condomínio, Élcio não foi à casa de Bolsonaro, segundo o porteiro: ele dirigiu até o imóvel 66. É onde mora Ronnie Lessa, acusado de fazer os disparos que mataram Marielle e Anderson.
Segundo a reportagem do JN, como o porteiro teria acompanhado a movimentação do carro pelas câmeras de segurança do condomínio, depois da entrada de Élcio, percebeu que o veículo tinha ido para a casa de Ronnie, e não para a de Bolsonaro, e decidiu ligar novamente para o imóvel do presidente. Na segunda ligação, um homem que o porteiro disse acreditar ser o "Seu Jair" disse saber para onde o carro estava indo.
Nesta quarta-feira, Carlos Bolsonaro, filho do presidente, publicou no Twitter vídeo que diz mostrar o registro de ligações recebidas pelo condomínio. Segundo ele, "os horários (das ligações) não batem com a revelação feita pelo Jornal Nacional" — ele afirma que a ligação das 17h13 foi não para a casa de Jair Bolsonaro, mas sim para uma residência de número 65, em que se anuncia a chegada de um homem chamado Élcio.
A citação a Bolsonaro poderá levar a investigação sobre os assassinatos para o Supremo Tribunal Federal (STF), pois o presidente possui o chamado foro privilegiado. Mas, à Folha de S. Paulo, o procurador-geral da República Augusto Aras afirmou que o episódio é um "factoide" e que remeterá ao Ministério Público Federal pedido feito pelo ministro Sergio Moro para que se investiguem as circunstâncias do depoimento do porteiro do condomínio.
Mais cedo, o advogado do Presidente da República, Frederick Wassef, disse que é impossível Bolsonaro ter falado ao interfone — o presidente estaria em Brasília no dia da morte de Marielle, conforme registro de votações da Câmara dos Deputados e vídeos postados por Bolsonaro nas redes sociais.
Pessoas ligadas à investigação disseram ao Jornal Nacional que Élcio e Ronnie deixaram o condomínio minutos depois da entrada do primeiro; mas estavam no carro de Ronnie. Em seguida, embarcaram no carro usado no crime num local próximo ao condomínio.
No entanto, na tarde desta quarta-feira, 30 de outubro, a revista Veja publicou que a procuradora do Ministério Público Simone Sibilio, chefe do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), afirmou que o porteiro mentiu em seu depoimento.
Quem teria autorizado a entrada de Élcio Queiroz no condomínio do presidente seria Ronnie Lessa, suspeito de ter feito os disparos, de acordo com a procuradora.
De acordo com a Veja, o porteiro prestou dois depoimentos. No primeiro, teria dito que ligou para casa de Bolsonaro. No segundo, ao ser confrontado com registro em áudio da chamada feita no horário informado, manteve sua versão, mas os investigadores colocam em questão sua veracidade.
"O porteiro mentiu, e isso está provado por prova técnica", afirmou Simone Sibilio, segundo a revista.
BBC NEWS BRASIL
QUE BICHO É ESSE QUE HABITA NESSE SER?
Reação colérica de Bolsonaro à reportagem do Jornal Nacional foi desnecessária e descabida.
Por Redação Ucho.Info/
30 de outubro de 2019.
O imbróglio que se formou a partir da reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, sobre a menção ao nome de Jair Bolsonarono âmbito do caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, em março de 2018, tomou proporções absurdas, algo que só foi possível porque o presidente da República reagiu de forma inadequada. Não se trata de defendera emissora de televisão e exigir que o presidente trate assuntos como esse de forma tranquila, mas é preciso parcimônia diante dos fatos.
A maneira como Bolsonaro se comportou no vídeo transmitido pela internet, na madrugada desta quarta-feira (30) – horário saudita – despejou mais suspeitas sobre um assunto que poderia ter sido encerrado com as provas de que o presidente da República, que à época do crime cumpria mandato parlamentar, estava na Câmara dos Deputados, em Brasília.
As declarações de Jair Bolsonaro contra a TV Globo não combinam com liturgia do cargo de presidente da República, além de representarem uma ameaça não apenas à emissora carioca, mas também e principalmente à democracia e ao Estado de Direito.
Os termos “canalhice” e “patife” foram usados de maneira açodada, pois a emissora de televisão não afirmou que existe um vínculo entre o presidente e o crime que vitimou Marielle Franco e seu então motorista, mas somente noticiou que seu nome apareceu no inquérito a partir do depoimento do porteiro do condomínio localizado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Se Bolsonaro considerou a reportagem do JN uma acusação infundada, mesmo que o telejornal tendo mencionado que ele estava na capital federal no momento dos fatos, é preciso que o pensamento seja flexível o suficiente para que a notícia seja vista como um alerta.
Ao JN coube noticiar um fato que faz parte do inquérito sobre o assassinato da vereadora do PSOL, sendo que o presidente deveria ter tomado as devidas providências a partir do momento em que foi informado da menção ao seu nome. Essa informação foi repassada ao presidente da República pelo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), em 9 de outubro passado.
Se Bolsonaro sabia do caso há pelo menos três semanas e não tomou providências, é porque considerou-o sem importância. Mesmo assim, ao profissional de imprensa cabe o dever de informar a sociedade sobre o que acontece na seara política.
É importante salientar que o JN não feriu a ética do jornalismo nem transgrediu a lei ao revelar dados de um processo que está sob segredo de justiça. Na verdade, quem transgrediu a lei foi o responsável pelo vazamento, que, na opinião de Bolsonaro, foi o governador fluminense. Witzel, por sua vez, afirmou que não vazou dado algum e disse que as acusações do presidente são “levianas”. Além disso, o governador do Rio disse que Bolsonaro talvez não esteja em seu “estado normal”.
A reação de Jair Bolsonaro surpreendeu até mesmo quem está acostumado a lidar com situações de crise.
A miscelânea feita pelo presidente da República, que mesclou casos desconexos ao rebater a reportagem do JN, mostrou que Bolsonaro está fora de controle e cada vez mais preocupado com escândalos envolvendo a família.
Em dado momento do vídeo transmitido pela internet, Bolsonaro afirmou que a TV Globo quer prender o seu filho – no caso Flávio Bolsonaro –, mas em nenhum momento a reportagem do JN fez menção ao senador do PSL do Rio de Janeiro.
Outro assunto que recheou o discurso colérico do presidente foi o caso envolvendo Adélio Bispo, responsável pelo ataque a faca ao então presidenciável do PSL, em 6 de setembro de 2018, na cidade mineira de Juiz de Fora.
Bolsonaro voltou questionar a atuação dos advogados de Adélio, como se a Constituição não garantisse a todo cidadão o direito à ampla defesa e o devido processo legal.
Ora, se o presidente da República e o filho Flávio recorrem aos serviços de um advogado aparentemente experiente, Adélio Bispo tem o mesmo direito.
ENDOSSANDO MEU GURU
A reportagem do Jornal Nacional e a usina de “fake news” operada pela horda de seguidores de Bolsonaro.
Por Redação Ucho.Info/
30 de outubro de 2019.
Presidente da República, Jair Bolsonaro fala em democracia apenas para ser politicamente correto, pois é sabido que sua aversão pelo regime democrático é colossal.
Democracia compreende um conjunto de coisas e situações, entre os quais o respeito á liberdade de imprensa e o direito ao contraditório, temas pelos quais o inquilino palaciano não nutre qualquer simpatia.
A reportagem do Jornal Nacional, levada ao ar na edição de terça-feira (29) e que noticiou o fato de o nome de Bolsonaro ter sido mencionado em depoimento no âmbito das investigações do caso Marielle Franco, vereadora do PSOL carioca assassinada em março de 2018, levou o presidente a uma reação raivosa e descontrolada, com direito a ofensas e ameaças, postura que não coaduna com o cargo nem combina com democracia.
Entre o que Jair Bolsonaro pensa a respeito da TV Globo e a realidade dos fatos há uma distância considerável, mas naquele momento, na madrugada que avançava na Arábia Saudita, o importante era fazer um discurso capaz de acionar a horda bolsonarista, que em casos como esse insurge como manada furiosa e descontrolada. E o objetivo da assessoria presidencial foi alcançado em poucas horas.
Para a infelicidade geral da nação, parte da sociedade brasileira não mais pensa com o cérebro, mas com o fígado, o que leva à distorção dos fatos de acordo com esse ou aquele interesse.
A forma como Bolsonaro reagiu à reportagem do JN é descabida e não combina com o posto por ele ocupado, que, é importante ressaltar, existe {à sombra de uma liturgia. Ou seja, Presidência da República não é o botequim mais próximo nem o lupanar da esquina.
Como mencionado em matéria anterior, se Jair Bolsonaro sabia do depoimento do porteiro desde 9 de outubro, como ele próprio revelou, que tivesse tomado as devidas providência para esclarecer os fatos e evitar que efeitos colaterais a partir o episódio chegasse à imprensa.
Na verdade, o que Bolsonaro está a experimentar é algo parecido com o próprio veneno, que não chega a ser semelhante porque o depoimento do porteiro do condomínio em que o presidente da República tem dois imóveis consta do inquérito sobre o assassinato da então vereadora do PSL carioca.
Considerando que a Carta Magna estabelece que os cidadãos devem ser tratados com isonomia, independentemente de quaisquer filtros ou condições, que o presidente da República reaja com a mesma fúria quando sua súcia de seguidores e apoiadores divulga nas redes sociais informações mentirosas acerca de adversários políticos e ideológicos.
Sempre lembrando que a reportagem do JN não foi pautada por inverdades, mas, sim, por um detalhe grave do inquérito em questão.
Se há na epopeia bolsonarista da vez algum mentiroso, esse é o porteiro do condomínio localizado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que se comprovado o falso testemunho terá de arcar com as consequências do próprio ato.
Não se pode esquecer, é bom lembrar, que em escândalos envolvendo poderosos a corda sempre estoura do lado mais fraco, como prega a sabedoria popular.
Nesse caso, o lado mais fraco é o tal porteiro, que terá de dar explicações às autoridades.
Caso mantenha a versão apresentada anteriormente – algo improvável, mas não impossível – a situação há de piorar sobremaneira.
Mesmo avesso à democracia e às liberdades, assim como nutrindo ojeriza em relação à imprensa, Bolsonaro tem o dever, como chefe da nação, de explicar se no Brasil de agora “o pau que bate em Chico, bate em Francisco”.
Do contrário, o Brasil terá dado mais um largo e perigoso passo na direção do totalitarismo.
Resumindo, entre as falsas notícias bolsonaristas e a reportagem do JN, nós, do UCHO.INFO, ficamos com o telejornal da TV Globo, que revelou ao País aquilo que está assentado no inquérito.
Ou seja, noticiou a verdade, mesmo que Bolsonaro não tenha gostado, apesar de ter tomado conhecimento dos fatos há pelo menos três semanas.
SABE DE UMA COISA?
Se eu tivesse ao meu dispor alguns procuradores da República, alguns ministros, como o da Justiça, três filhos criados na malandragem, um sem número de milicianos e militantes armados com sede de atirar, sabe o que eu faria?
Continuaria governando lá da ilha de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, protegida pelo ouro em pó daquela gente.
FOI POR ISSO QUE O PRESIDENTE MASTURBOU DE MADRUGADA?
“Eu tenho o compromisso de tirar o Brasil do buraco apesar da imprensa porca, nojenta, canalha, imoral como é o sistema Globo de rádio e de televisão”.
(Jair Bolsonaro, vermelho de cólera, em reação à citação do seu nome no caso da morte de Marielle Franco).
CASO MARIELLE. TOMARÁ NOVOS RUMOS? OXALÁ!
Augusto Aras abre investigação por denunciação caluniosa feita em depoimento contra Bolsonaro.
PGR acatou pedido de Moro.
Aras remeteu ao MPF do Rio a referida investigação.
Em entrevista ao jornal Estadão, Aras disse que a sua assessoria ouviu todos os áudios (relativos aos contatos da portaria do condomínio de Bolsonaro no Rio) e que não há nenhuma participação do presidente.
“Nos elementos informativos que o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro encaminhou ao Supremo (Tribunal Federal), que, por sua vez, encaminhou à Procuradoria Geral da República, não há nada que vincule o presidente da República a qualquer evento. Não há nada. A minha assessoria ouviu todos os áudios (relativos aos contatos da portaria do condomínio de Bolsonaro no Rio) e não há nenhuma participação do presidente ou de indício da voz do presidente.”
Pedido de Moro
Nesta quarta-feira, o ministro da Justiça Sergio Moro pediu que o PGR investigue depoimento que cita Bolsonaro no caso Marielle.
Para Moro, há "possível equívoco na investigação conduzida no Rio de Janeiro ou eventual tentativa de envolvimento indevido do nome do Presidente da República no crime em questão, o que pode configurar crimes de obstrução à Justiça, falso testemunho ou denunciação caluniosa, neste último caso tendo por vítima o Presidente da República".
Veja a íntegra do pedido.
Augusto Aras acatou o pedido e remeteu a investigação ao MPF do RJ.
Entenda
Na noite de ontem, 29, o Jornal Nacional divulgou reportagem mostrando que o porteiro do condomínio em que Bolsonaro mora, no RJ, à polícia que, horas antes do crime, Élcio Queiroz entrou no condomínio e disse que iria para a casa de Bolsonaro – nº 58. O porteiro contou que, depois que o suspeito se identificou na portaria, ligou para casa 58 para confirmar se o visitante tinha autorização para entrar.
De acordo com depoimento, o porteiro identificou a voz de quem atendeu como sendo a do "Seu Jair", versão que ele confirmou em mais de um depoimento, e explicou que, depois que Queiroz entrou, ele acompanhou a movimentação do carro pelas câmeras de segurança e viu que o carro, na verdade, tinha ido para casa 66 do condomínio, onde morava Ronnie Lessa.
De acordo com a mesma reportagem, contudo, o atual presidente da República estava na Câmara dos Deputados no mesmo dia.
In Migalhas Quentes.