Terra indígena pode virar hotel de luxo
The Intercept BrasilConta verificada@TheInterceptBr há 16 minutos
@TheInterceptbr teve acesso a documento que revela pressão da @EmbraturNews sobre a @funaioficial para beneficiar rede hoteleira @VilaGaleHotels.
É um caso inédito de lobby oficial de um órgão federal sobre outro.
Há registros de que os Tupinambá de Olivença vivem no local há mais de 300 anos.
EXCLUSIVO: o @TheInterceptBr publicou documento que mostra a pressão da @Embraturnews para que a @funaioficial cancele a demarcação de terra indígena no sul da Bahia, beneficiando um grupo privado português.
É um caso inédito de lobby oficial de um órgão federal sobre outro.
O plano encabeçado por Gilson Machado Neto, presidente da @Embraturnews, corre em sigilo e tem apoio de pessoas de confiança de @jairbolsonaro.
A ideia é transformar 470 quilômetros quadrados de terras dos Tupinambá de Olivença em um resort da rede hoteleira @VilaGaleHotels.
O @VilaGaleHotels é um dos grupos beneficiados pelo projeto Revive, projeto do gov federal que pretende entregar mais de 200 áreas da união à iniciativa privada. A empresa confia tanto no lobby que já anunciou o empreendimento para 2021.
A empresa já marcou as terras em que pretende construir o hotel de luxo. O cacique Valdenilson, um dos líderes dos povoados, disse sofrer ataques de representantes do @brasil_ibama.
Os tupinambás são chamados de falsos índios e acusados de impedir o desenvolvimento da região.
A área é maior em tamanho que a do município de Curitiba e é o lar de 4,6 mil indígenas, além de marisqueiros e pescadores artesanais.
Há registros de que eles vivem no local há mais de 300 anos.
A @Embraturnews argumenta que a @VilaGaleHotels tem a intenção de construir dois empreendimentos voltados para turistas estrangeiros.
A atitude é inconstitucional, pois o governo deve cumprir os direitos originários dos índios.
A @Embraturnews está se empenhando para trazer turistas estrangeiros ao país, já que o número de visitantes está estagnado nos últimos três anos. Hoje, o país recebe menos turistas por ano que o Museu do Louvre, em Paris.
Servidores da @funaioficial, ouvidos sob condição de anonimato, afirmam que são comuns as pressões de fazendeiros ou empresários contrários a demarcação de áreas indígenas. Mas a desfaçatez de um pedido oficial de outro órgão do governo causou perplexidade.
Com a limpeza ideológica exaltada pelo governo de @JairBolsonaro, o ofício não deve ser analisado de forma criteriosa. O governo está trocando os servidores de carreira capacitados por pessoas de confiança do presidente para tocar a @funaioficial.
A área dos Tupinambás passa pelo processo de demarcação e depende de uma canetada de @SF_Moro. Porém, o ministro da Justiça já deu de ombros para a Funai, dizendo não querer cuidar de questões indígenas.
A construção do Vila Galé representa não só o apagamento da cultura nativa, mas o “decreto de morte” de várias etnias.
Leia em: https://interc.pt/2ojkDxg . Reportagem de @amandafaudi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário