(…) O medo da loucura.
Ver a loucura em todas as emoções que se esforçam sempre para a frente e que nos fazem esquecer de tudo o resto.
Que é, então, a não loucura?
A não loucura é ficar parado, de pé, como um mendigo à soleira da porta, ficar ao lado da entrada, apodrecer e cair. Mas P. e O. são de fato loucos repugnantes.
Deve haver loucuras maiores do que aquela que os imortaliza. O que é repugnante é, talvez, este inchar de pequenos loucos na grande loucura.
Mas Cristo não apareceu aos fariseus precisamente a mesma luz? (…)
Franz Kafka (1883-1924)
Tradução: Maria Adélia Silva Melo.
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