quinta-feira, 2 de abril de 2020

SEM SÚDITOS, O QUE FARÁ EL REI?

Militares apoiam quarentena e não vão violar a lei para salvar Bolsonaro

Hamilton Mourão, vice-presidente da República: demonstrou que está afinado com os militares - é um deles - e com as medidas técnicas de combate ao coronavírus. Se cai o capitão, entra o general. Bolsonaro pode ter caído na real - Foto: Adnilton Farias/Flickr

Hamilton Mourão, vice-presidente da República: demonstrou que está afinado com os militares - é um deles - e com as medidas técnicas de combate ao coronavírus. Se cai o capitão, entra o general. Bolsonaro pode ter caído na real.
Imagem: Foto: Adnilton Farias/Flickr


Reinaldo Azevedo/
Colunista do UOL
01/04/2020 05h44

Muita gente fez ao presidente Jair Bolsonaro a leitura correta dos augúrios e das nuvens que se adensavam no céu. Mas falta ainda tratar do "fator militar", que contribuiu para o cavalo-de-pau no conteúdo do pronunciamento de Jair Bolsonaro. 
Nunca uma Ordem do Dia do ministro da Defesa, com o endosso dos três comandantes militares, que começava exaltando um golpe — o que é, por si, detestável — e evoluía para a defesa da Lei da Anistia foi tão eloquente. 
Hamilton Mourão, o vice-presidente, também tuitou a sua homenagenzinha a 1964 — tema ausente no pronunciamento de Bolsonaro, note-se.
Vamos lá. 
As Forças Armadas estão absolutamente fechadas com as medidas de isolamento social em curso no país e endossam a atuação do ministro da Saúde, Luiz Mandetta. 
Esse é também o consenso no Congresso, no Supremo e entre os governadores. 
Na tal da Ordem do Dia do dia 30, alusiva a 1964, pode-se ler: "As instituições foram regeneradas e fortalecidas e assim estabeleceram limites apropriados à prática da democracia. A convergência foi adotada como método para construir a convivência coletiva civilizada." 
Entenderam? Uma ordem do dia sobre um golpe expressava a unidade dos militares. 
E estes, por intermédio de várias vozes, disseram duas coisas a Bolsonaro: 
1) é preciso pôr um fim ao confronto; 
2) ele que não conte com os quarteis para evitar a sua deposição se esta se der de acordo com a lei. 
Até porque, em caso de impeachment sem cassação da chapa, e não se cuida disso, assume o vice-presidente: o general Mourão, aquele mesmo que também tirou uma casquinha da Ordem do Dia, mas que já deixou claro a todos os interlocutores que apoia as medidas de isolamento social. ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/reinaldo-azevedo/2020/04/01/militares-apoiam-quarentena-e-nao-vao-violar-a-lei-para-salvar-bolsonaro.htm?cmpid=copiaecola

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