Advogado negro afirma que foi torturado por PMs até dizer que votará em Bolsonaro.
Publicado em 28 setembro, 2020
PMGO. Foto: Divulgação
Um advogado de 24 anos afirma que foi vítima de espancamento, abuso de autoridade, racismo e perseguição política por seis policiais militares em Luziânia (GO), cidade do Entorno do Distrito Federal.
Homem negro, o advogado conta ter sido algemado, agredido com socos, spray de pimenta e armas de choque, além de humilhado por ter dito que votava no PT.
Ele teria sido obrigado a afirmar que passaria a votar em Jair Bolsonaro (sem partido) para se ver livre da suposta ação truculenta.
O homem, que pediu para não ter o nome divulgado, registrou um Boletim de Ocorrência e fez exame no Instituto Médico Legal para comprovar as lesões.
Ele também denunciou o caso à corregedoria da PM goiana (foto em destaque).
Quase 24 horas após o fato, ao conversar com o Metrópoles, o advogado ainda estava com a voz bastante rouca – efeitos do spray de pimenta, conforme afirmou.
Ele contou que atravessava a avenida Alfredo Nasser, em Luziânia, acompanhado por dois amigos, sendo o único negro do grupo.
Por volta das 23h40 de domingo (27/9), três viaturas da PM passaram em alta velocidade e fizeram uma manobra bem perto do trio.
“Eu perguntei: ‘vai atropelar?’. Ai ele [um dos PMs] já desceu dando três tapas no meu rosto e jogando spray de pimenta”, relata.
O jovem diz ter sido algemado em seguida, enquanto seguiam as agressões.
“Socos na cabeça, chutes, muita violência. Aí me jogaram no camburão e pensei que pelo menos ia poder reclamar a um delegado, mas eles me levaram para o batalhão da PM, o 10º Batalhão de Luziânia, me tiraram da viatura e continuaram o espancamento no estacionamento. Gritei muito para ver se aparecia algum superior, mas ninguém veio”, destaca.
(…)
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