“Se o estupro é inevitável, relaxa e goza”, diz professor de medicina do Ceará em aula online.
Médico ortopedista e professor da faculdade Estácio de Sá de Juazeiro, Samir Samaan Filho foi questionado pelos próprios alunos pela declaração e disparou: "Quem escutou, escutou. Deixa pra lá".
Por Ivan Longo/30 set 2020.
Reprodução
A pandemia do coronavírus forçou a intensificação das aulas online em escolas e faculdades e, dentro do novo formato, têm se observado cada vez mais comportamentos abusivos que vão desde assédio sexual até apologia ao estupro.
Na manhã desta quarta-feira (30), Fórum noticiou o caso de um professor da Faculdade de Direito de Franca, no interior de São Paulo, que pediu para uma de suas alunas abrir a câmera do computador para vê-la nua.
Outro caso de desrespeito por parte de um docente durante aula remota veio à tona na noite de terça-feira (30) e passou a repercutir nas redes sociais na tarde de hoje.
O médico ortopedista Samir Samaan Filho, professor de Medicina na faculdade Estácio de Sá de Juazeiro do Norte (CE), fez uma “piada” sobre estupro também em meio a uma aula online.
No início da videoconferência com os alunos, Filho afirmou: “Bora para acabar logo, né? É aquela coisa assim: se estupro é inevitável, relaxa e goza. Para acabar logo e ficar livre logo disso dai”.
Prontamente os alunos o interpelaram sobre a fala. Uma aluna perguntou: “É o que?”.
Ao perceber que a “piada” foi infeliz, então, o professor tentou minimizar e se esquivar. “Nada, esqueçam! Quem escutou, escutou; quem não escutou, deixa para lá. Vamos lá”, declarou.
O caso foi denunciado pelo perfil do Twitter “Euromedicina” e gerou indignação generalizada nas redes sociais.A faculdade Estácio de Sá de Juazeiro, em nota, informou que “atua na promoção de um ambiente acadêmico respeitoso, e já entrou em contato com os alunos para prestar esclarecimentos” e que o professor foi desligado.
Samaan Filho, por sua vez, deletou seus perfis nas redes sociais e, em nota enviada ao site Universa, pediu desculpas pela declaração. “Ainda, na aula, percebi o erro e pedi desculpa. E entendendo a gravidade, pedi demissão no dia seguinte”, informou.
O Conselho Regional de Medicina do Ceará ainda não se pronunciou sobre o episódio.
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