Mitômano e dissimulado, Bolsonaro diz em evento palaciano que a Covid-19 sempre foi motivo de preocupação.
Por Redação Ucho.Info/16 de dezembro de 2020.
Após meses a fio marcados pelo negacionismo torpe e pela irresponsabilidade genocida do presidente Jair Bolsonaro, o governo federal lançou oficialmente, nesta quarta-feira (16), o programa nacional de vacinação contra a Covid-19, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto.
O plano já havia sido apresentado pelo Ministério da Saúde no último sábado (12), após ultimato do Supremo Tribunal Federal (STF).
A estratégia do governo foi apresentada pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, e pelo presidente da República.
Bolsonaro, que desde o advento da pandemia do novo coronavírus minimizou em diversas ocasiões a doença, inclusive com declarações infundadas e mentirosas, afirmou que a Covid-19 sempre foi motivo de preocupação.
“Realmente, nos afligiu desde o início. Não sabíamos o que era esse vírus, como ainda não sabemos em grande parte. E nós todos, irmanados, estamos na iminência de apresentar uma alternativa concreta para nos livrarmos desse mal”, afirmou o chefe do Executivo federal.
Percebendo que sua derrota política no campo da pandemia é algo irreversível, Bolsonaro tenta virar a página ao afirmar que se houve exageros entre membros do governo durante o avanço da pandemia no País, foi “no afã de encontrar uma solução”.
Populista medíocre, Bolsonaro não se avexa ao recorrer à mitomania para jogar uma cortina de fumaça sobre sua devastadora incompetência.
Em distintas ocasiões, o presidente disse que a Covid-19 é apenas uma “gripezinha” ou “resfriadinho” e sugeriu que a doença só alcança “maricas” e “frouxos”.
Muito além desses destampatórios, o presidente cometeu o absurdo de recomendar aos brasileiros o uso da hidroxicloroquina, medicamento que não tem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19 e provoca efeitos colaterais graves, o que explica a necessidade de constante acompanhamento médico-hospitalar durante o uso do fármaco.
Não obstante, Bolsonaro afirmou, há dias, que não tomará a vacina contra a Covid-19. “Se alguém achar que minha vida está em risco, o problema é meu e ponto final”, disse em entrevista à Band. “Esse vírus é igual a uma chuva, vai pegar em todo mundo.”
Ultrapassa com folga as fronteiras da sandice um chefe de Estado que, em vez de servir de exemplo para a opinião pública, incentiva a população a não se vacinar, o que de chofre coloca em risco a vida dos cidadãos e na sequência compromete a retomada da economia, maior preocupação do presidente.
Que os brasileiros não caiam na mais nova esparrela palaciana, pois Jair Bolsonaro não está preocupado com a saúde da população, mas, sim, com seu projeto de reeleição.
Essa mudança de postura é explicada pela necessidade de Bolsonaro de permanecer no cargo e avançar com seus absurdos balões de ensaio, os quais servem apenas para desviar a atenção da sociedade para outros temas, que não os escândalos envolvendo o próprio presidente da República e seus familiares.
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