Pediatra que hostilizou médicos cubanos compôs “comitiva da cloroquina” com Pazuello em Manaus.
Cidade entra em colapso hospitalar com falta de oxigênio enquanto o Ministério da Saúde pressiona para que unidades de saúde da região usem substâncias que não têm eficácia comprovada contra a Covid-19
Por Ivan Longo 16 jan 2021
Reprodução/Instagram
Reportagem da coluna Painel, da Folha de S. Paulo, publicada neste sábado (16), revela que o Ministério da Saúde, além de pressionar a prefeitura de Manaus (AM) para que use cloroquina e ivermectina no tratamento de pacientes com Covid-19, ainda enviou à cidade, durante a visita do ministro Eduardo Pazuello no início da semana, uma “comitiva” de médicos que rodou unidades de saúde da capital amazonense para difundir o uso das substâncias que não tem eficácia comprovada contra a doença do coronavírus.
Entre os profissionais que fizeram parte da comitiva, está Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde da pasta.
Foi ela quem assinou o ofício pressionando a secretaria de Saúde de Manaus a adotar “tratamento precoce” com os medicamentos sem eficácia e não recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mayra ficou conhecida em 2013, quando fez parte da fatídica cena de médicos brasileiros que foram a um aeroporto para hostilizar médicos cubanos que chegavam no Brasil para participar do programa Mais Médicos.
A “força-tarefa da cloroquina” enviada a Manaus contou com cerca de dez médicos, entre infectologistas, oncologistas e até mesmo dermatologistas.
O Ministério da Saúde não revelou quanto gastou para realizar a ação.
Dias após a visita de Pazuello à capital amazonense e a passagem da comitiva, a capital amazonense entrou em colapso hospitalar, com falta de oxigênio em todas as unidades de saúde e pacientes morrendo por asfixia.
REVISTA FÓRUM.
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