Covid-19: Brasil registra 1.439 mortes em 24 horas; Mandetta fala em “megaepidemia” no prazo de 60 dias.
Por Redação Ucho.Info/29 de janeiro de 2021.
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro, movido por sua monumental estupidez, afirma que “o povo brasileiro é forte e não tem medo do perigo”, em referência às medidas adotadas para conter o avanço da pandemia, o novo coronavírus continua fazendo estragos Brasil afora.
Nas últimas 24 horas, o País registrou nada menos do que 1.439 mortes por Covid-19, totalizando 221.676 óbitos pela doença desde o início da pandemia.
Foi o terceiro registro mais alto de óbitos por Covid-19 desde o começo da crise sanitária no Brasil.
Muitos dos que foram a óbito possivelmente desfiaram o vírus SARS-CoV-2, a exemplo do que prega Bolsonaro.
Com o novo balanço, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias, por Covid-19, foi de 1.064 — a maior desde o dia 4 de agosto, quando chegou a 1.066.
Trata-se de um avanço de 10% na média de mortes, na comparação com a média de 14 dias atrás.
Apesar da oscilação, a média é considerada estável.
Em relação a casos confirmados de Covid-19, no último dia foram registradas 60.301 novas infecções pelo novo coronavírus, elevando o número de infectados para 9.060.786.
A média móvel de casos da doença nos últimos sete dias é de 51.567 diagnósticos por dia – há 20 dias o Brasil registra mais de 50 mil casos no intervalo de 24 horas.
Esse dado mostra recuo de 5% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que é considerado cenário de estabilidade.
Compilados às 20 horas desta quinta-feira, os dados são do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass) e foram divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa.
Segundo o Ministério da Saúde, 7.877.337 pacientes já se recuperaram da doença até quarta-feira (27).
Como tem afirmado o UCHO.INFO desde o primeiro registro da presença do novo coronavírus no País, os números reais de casos e de óbitos pela doença são muito maiores, principalmente por causa da baixa testagem em larga escala e da subnotificação. Autoridades de saúde também entendem que o cenário provocado pelo novo coronavírus no Brasil é mais grave e preocupante, principalmente pelos motivos citados.
Oito estados apresentam alta no número de mortes: Paraná, Goiás, Mato Grosso, Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima e Ceará.
Quatorze unidades da federação registram estabilidade em relação a óbitos por Covid-19: Santa Catarina, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Amapá, Pará Alagoas, Bahia, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte.
Cinco estados apresentam queda: Rio Grande do Sul, Tocantins, Maranhão, Pernambuco e Sergipe.
Contudo, autoridades de saúde alertam para iminência de aceleração da pandemia, o que significa aumento do número de casos e de mortes, em razão da disseminação da variante do novo coronavírus identificada em Manaus.
Ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta disse, em entrevista à TV Cultura, que em no máximo dois meses o Brasil poderá enfrentar uma “megaepidemia”. “Provavelmente, a gente vai plantar essa Cepa em todos os territórios da federação e daqui a 60 dias a gente pode ter uma megaepidemia”, afirmou Mandetta.
A taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes subiu para 105,4 no Brasil, a 23ª mais alta ao redor do globo, desconsiderados países pequenos, como San Marino, Liechtenstein e Andorra.
Em números absolutos, o Brasil é o terceiro país com maior número de infecções pelo novo coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, que somam mais de 25,7 milhões de casos, e da Índia, com 10,7 milhões.
Porém, o País é o segundo em número absoluto de mortos, já que mais de 431 mil pessoas morreram nos EUA.
Ao todo, mais de 101,2 milhões de pessoas já contraíram a doença ao redor do planeta, sendo que 2,18 milhões de pacientes morreram em razão das consequências da Covid-19.
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