segunda-feira, 10 de maio de 2021

O MESMO DOS MESMOS. OU SERIA PIOR?

 

“Orçamento secreto” de Bolsonaro mostra que corrupção e escambo político avançam sem cerimônia.
Por Redação Ucho.Info/10 de maio de 2021.



Há mais de uma década o UCHO.INFO afirma que o termo “presidencialismo de coalizão” é uma densa e mal cheirosa cortina de fumaça para esconder a corrupção institucionalizada que garante apoio ao governo central.
Enquanto candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro disse que a “mamata” teria fim caso fosse eleito. Após chegar ao Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que o “toma lá, dá cá” e a velha política estavam banidas da cena política nacional.
Não foi necessário muito tempo para o presidente render-se à prática espúria e criminosa com a qual consentiu durante quase 28 anos, período em que esteve deputado federal. 
Aprisionado no cativeiro político do Centrão, o presidente da República recorre cada vez mais àquilo que condenou durante a campanha, como forma de manter-se no cargo e conseguir chegar ao final do mandato.
Acuado politicamente e temendo ser alvo de processo de impeachment, Bolsonaro avalizou esquema para controlar o Congresso por meio de um orçamento paralelo no valor de R$ 3 bilhões, recursos utilizados na compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços superfaturados acima de 200%, como revelou o jornal “O Estado de S. Paulo”.
O sistema de compra de parlamentares foi ampliado e chegou à Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Paranaíba (Codevasf), estatal controlada pelo Centrão e que aplicará aproximadamente um terço dos recursos por exigência dos parlamentares.
Em qualquer país minimamente sério e com uma população coerente e com “sangue nas veias” o governo Bolsonaro já teria caído. Para a infelicidade geral da nação, Bolsonaro continua decidindo o futuro dos brasileiros com base em seus devaneios ideológicos e no apego ao cargo, o qual tem servido para blindar os filhos e seus respectivos escândalos.
Diferentemente do que imaginam os incautos, o apoio ao desgoverno que aí está vai muito além do tal “orçamento secreto” e das compras superfaturadas com dinheiro público. Como temos alertado ao longo dos últimos anos, a atuação criminosa de políticos no setor de mineração é de corar os mais experientes mafiosos. Lembramos que comparado com o que vem ocorrendo no País, o Petrolão corre o risco de ser reclassificado como crime menor.
O Parlamento brasileiro transformou-se em um largo e condenável balcão de negócios, onde, tanto à luz do dia como na calada da noite, troca-se apoio político por avanço deliberado sobre o suado dinheiro do contribuinte. Mesmo assim, os ladrões com mandato são chamados de Vossas Excelências. Aliás, quando defensores do governo começam a gazetear que a corrupção acabou, como tem acontecido, deve-se ter certeza que o surrupio do dinheiro público está correndo solto.
Enquanto a sociedade assiste ao escárnio sem esboçar reação alguma, Bolsonaro e seus quejandos continuam empurrando o Brasil na direção do atraso. É fato que a pandemia do novo coronavírus tem impedido o cidadão de sair às ruas para protestar, mas as redes sociais servem também para ruidosas manifestações contra um governo inepto e parceiro de corruptos e outros criminosos.

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