quarta-feira, 30 de junho de 2021

TEREZINA DE JESUS BUENO PEREIRA


AOS 75 ANOS, FALECEU NO DIA 30/06/2021, ÀS 04h08, EM SÃO MIGUEL ARCANJO.
APOSENTADA, VIÚVA DE MOACIR PEREIRA, ERA FILHA DE JOSÉ BUENO DA SILVA E HELENA MARIA DE JESUS E DEIXA OS FILHOS MAURÍCIO E MARCELO.
O SEPULTAMENTO DAR-SE-Á HOJE, 30/06/2021, ÀS 15h30, JUNTO AO CEMITÉRIO SÃO JOÃO BATISTA, EM SÃO MIGUEL ARCANJO.
F. Camargo.


OS CRIMES DO BOZO:

 


Entenda o superpedido de impeachment e os crimes cometidos por Bolsonaro.


Representantes de diversos partidos, parlamentares, lideranças sociais, coletivos e movimentos populares apresentarão nesta quarta-feira (30) um novo pedido de impeachment do Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. Na petição, são renovados os fundamentos apresentados em 122 (cento e vinte e dois) denúncias anteriores e acrescentados elementos relativos à condução desastrosa do governo federal diante da pandemia da Covid-19, causadora de mais de 500 mil mortes até o momento, ao escândalo da prevaricação diante das denúncias de aquisição fraudulenta da vacina Covaxin e aos mais recentes atos oficiais e declarações públicas geradoras de instabilidade institucional.
Ao longo da petição, os signatários sustentam e comprovam que o Presidente cometeu os seguintes crimes:

a) Crimes contra a existência da União (art. 5º, incisos 3, 7 e 11 da Lei nº 1.079/1950), decorrentes das repetidas e desatinadas manifestações de hostilidade promovidas publicamente pelo presidente da República em relação a país estrangeiro, agravadas pelo delicado contexto da pandemia da Covid-19, em que a colaboração internacional se impõe como requisito essencial à obtenção de ajuda científica, aquisição de insumos e acesso à vacinação em massa. Restará, ainda, comprovado por meio das circunstâncias extraídas desta petição e da instrução do processo que o atual Presidente da República atuou em oposição a obrigações relacionadas à integridade da União, especialmente em decorrência da alteração radical da política externa, comprometendo seriamente a soberania nacional. Outro aspecto grave identificado no comportamento do presidente da República decorre da violação da imunidade de representantes diplomáticos acreditados no Brasil, para dar azo a delírios e paranoias de cunho ideológico, utilizadas irresponsavelmente pelo presidente da República para insuflar a sua base política fanatizada. Ademais, a adoção de diretrizes voluntaristas e erráticas por parte do presidente da República e do governo federal, sob temerária condução, resultam na violação de tratados e compromissos internacionais assumidos pelo país.

b) Crimes contra o livre exercício dos poderes legislativo e judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados (art. 6º, incisos 1, 2, 5, 6 e 7 da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950), em virtude de manifestações de índole antidemocrática e afrontosas à Constituição, em que foram defendidas gravíssimas transgressões institucionais, tais como o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, além da reedição do Ato Institucional nº 5, instrumento de exceção emblemático da ditadura militar instaurada em 1964. Ao estimular pessoalmente tais espúrias agitações, que celebraram símbolos históricos supressão de liberdades e garantias da cidadania e da perseguição política, o chefe do Poder Executivo fomentou a obstaculização da representação parlamentar democrática, ameaçando a permanência no cargo do então presidente da Câmara dos Deputados. Além disso, os fatos mais adiante mencionados comprovarão que o mandatário praticou oposição ao livre exercício do Poder Judiciário, bem como pretendeu usar de ameaça para constranger magistrados do Supremo Tribunal Federal no livre e regular exercício da sua jurisdição. Por outro lado, tais protestos foram estimulados, acompanhados e reforçados pelo atual mandatário num contexto de desafio aberto à autonomia de estados-membros da Federação, do Distrito Federal e dos municípios em suas respectivas competências, no que o presidente da República incorreu em ato atentatório e afrontoso a outras esferas da Federação.

c) Crimes contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais (art. 7º, incisos 5, 6, 7, 8 e 9, da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950), em razão da comprovação da prática de abusos de poder pelo próprio Presidente da República e por seus Ministros de Estado, além de diversos outros subordinados seus, estes agindo sob determinações da autoridade máxima ou fomentados por seus eloquentes e irresponsáveis gestos, desacertadas convocações e infames orientações. Tais reiteradas configurações delituosas, no que se refere às referidas autoridades subordinadas ao chefe de Estado e de Governo, comprovadamente careceram da devida desautorização, sendo, ao reverso, toleradas e até mesmo estimuladas pelo Presidente da República, afetando de modo mais intenso as populações historicamente afetadas pelas mais graves violações de direitos, em especial pessoas negras, indígenas e a população LGBTQIA+. Por outro lado, ressai a observação de uma temerária concretização, por parte do Chefe de Governo, do intento criminoso de degradar a ordem social, desarticulando instituições e estruturas estatais voltadas à sua promoção de acordo com os rumos traçados pelo texto constitucional. Haverá, ainda, de modo compreensivo e totalizante, a verificação objetiva da ocorrência de crimes de responsabilidade decorrentes da exibição de fatos que evidenciarão a patente violação de direitos e garantias individuais e sociais assegurados na Constituição da República, notadamente nas searas econômica, social, cultural e ambiental, além da usual e abjeta prática de agressões a profissionais da imprensa no livre exercício de suas atividades. Não bastassem tais transgressões, o chefe de governo enveredou perigosamente para o flerte com a anarquia militar, incitando subordinados integrantes das Forças Armadas a desobediências dos regulamentos castrenses, tal como ficou notório no caso do comparecimento do ministro da Saúde Eduardo Pazzuelo a manifestação política de apoio a Jair Bolsonaro. No mesmo passo, vale sublinhar a gravidade da invocação constante do açulamento das forças militares a um possível confronto com outras instâncias da Federação ou mesmo à intervenção aberta no processo político institucional.

d) Crimes contra a segurança interna (art. 8º, incisos 7 e 8 da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950), diante da omissão negligente e leviana do chefe de Estado, ao descumprir sua obrigação legal de tomar providências determinadas por leis federais, no condizente à sua inexecução e descumprimento. Nesse capítulo de infrações severas legais, é imprescindível arrolar a reiterada ocorrência de pronunciamentos temerários e irresponsáveis do Presidente da República, de caráter antagônico e contraproducente ao esforço do Ministério da Saúde e de diversas instâncias da Federação vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e aos serviços de prevenção, atenção e atendimento médico-hospitalar à saúde da população, em meio à grave disseminação em território nacional da pandemia global do Sars-Cov-2. Tais posturas revelam caráter substancialmente atentatório ao bem-estar e à proteção da vida e da saúde de brasileiros e brasileiras, em perigoso menosprezo à gravidade da emergência de saúde decretada pelo próprio governo federal, no sentido de perpetrar intencional sabotagem das cautelas sociais e medidas governamentais indispensáveis à contenção dos efeitos devastadores de uma catástrofe sanitária em pleno estágio de avanço, sem considerar sequer as evidências traduzidas na escalada do número de diagnósticos e mortes associadas à pandemia no país, que já supera o lúgubre patamar de 500.000 (quinhentas mil) mortes.

e) Crimes contra a probidade na administração (art. 9º, incisos 3, 4, 5, 6 e 7, da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950), resultantes de sua postura em relação aos atos ilegais, insensatos e desatinados levados a efeito por inúmeros subordinados, o que revela que o denunciado jamais esteve à altura da responsabilidade do cargo que ocupa. A repetida e progressiva escalada de descuidos e atos contraproducentes dessas autoridades, em desalinho com a Constituição e com a regularidade funcional de seus postos contou não apenas com o beneplácito presidencial, senão também com seu incentivo, o que perfaz com absoluta suficiência o tipo criminal. Não obstante, e a título de agravamento dessa conduta deletéria, o Presidente da República ignorou explicitamente disposições expressa da Constituição da República, ao expedir ordens e fazer requisições em contrariedade aos termos normativos da Lei Maior. É exemplificativo o seu comportamento diante da recente denúncia de aquisição fraudulenta da vacina Covaxin, em que o Presidente deixou de adotar as ações necessárias para promover as apurações requeridas por servidor de carreira do Ministério da Saúde. Praticou ainda grave violação ao princípio republicano e ao mandamento constitucional da impessoalidade no exercício da administração pública, mediante a utilização de poderes inerentes ao cargo com o propósito reconhecido de concretizar a espúria obtenção de interesses de natureza pessoal, objetivando o resguardo de integrantes de sua família ante investigações policiais, mediante a determinação anômala de diligências, a exigência de acesso a relatórios de investigações sob sigilo legal e a tentativa de indicação de autoridades da Polícia Federal que estejam submetidas aos desígnios de natureza privada do ocupante da Presidência da República. E não bastassem essas demonstrações inequívocas de afastamento da probidade em seu procedimento como autoridade máxima do Poder Executivo Federal, o mandatário abusa de posturas completamente incompatíveis com a dignidade, a honra e o decoro do cargo presidencial.

f) Crimes contra a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos (art. 11, inciso 5, da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950). Tal conduta delituosa se afigura perceptível ante a má gestão da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2), causador da doença denominada Covid-19. É notório e reconhecido que no contexto da calamidade pública resultante da pandemia, o presidente da República dedicou recursos públicos a medicamentos sem eficácia comprovada, abstendo- se de executar um plano de comunicação minimamente eficaz que estimulasse a observância de medidas de contenção e prevenção do contágio da doença, tais como o uso de máscaras faciais e o respeito ao distanciamento social, além do esclarecimento quanto à inconveniência de aglomerações.

g) Crimes contra o cumprimento de decisões judiciárias, (art. 12, incisos 1 e 2 da Lei nº 1.079/1950), consistentes na reiterada alusão a atos de impedimento da concretização de decisões judiciais, ou sua frustração, ainda que por meios oblíquos, além da recusa do cumprimento de ordens determinadas pelo Poder Judiciário. Tais evidências envolvem a sabotagem de medidas de proteção às populações quilombolas, aos povos originários e ao meio ambiente. No tocante aos povos indígenas, as providências originadas de julgamento do Supremo Tribunal Federal no que concerne ao resguardo contra a disseminação do novo coronavírus foram obstaculizadas deliberadamente pelo governo federal, com a indisfarçável conivência presidencial, situação que se estendeu a outras decisões de tribunais federais e de Corte Internacional.

Com base nos fatos assim sintetizados, os autores requerem que a Câmara dos Deputados, na forma do art. 218, §2º, do seu Regimento Interno, receba a denúncia, autorizando a instauração do processo por crime de responsabilidade e remetendo-o ao Senado Federal, nos termos dos art. 51, inciso I; art. 52, inciso I e art. 86, caput da Constituição da República, visando à suspensão das funções presidenciais e ao julgamento definitivo do impeachment, com a prolação de decisão condenatória e consequentes destituição do acusado do cargo de Presidente da República e inabilitação para a função pública pelo prazo de oito anos.

Postado por Gustavo Conde às 14:54

OPINIÕES:


RÉU CONFESSO: CARLOS WIZARD acaba de informar que permanecerá em silêncio durante toda a sessão da #CPIdaPandemia.

AFINOU: Carlos Wizard não responde nem o nome dele. A postura do empresário comprova que ele tem muita culpa no cartório.

A diferença entre Carlos Wizard e Pazuello é que Wizard fica em silêncio para fugir da responsabilidade, Pazuello mentia para fugir da culpa.

CPI da COVID revela que Carlos Wizard mantinha vínculos negociais com pessoas ligadas a empresa PRECISA.

Carlos Wizard comprova que os canalhas se apropriaram, primeiro da bandeira do Brasil, depois da Camiseta da seleção e agora da bíblia. Lamentável o empresário do Gabinete Paralelo e do Esquema da Cloroquina se comparar a Jesus Cristo.

Carlos Wizard diz que se ausentou da CPI para cuidar de seu pai e sua filha nos EUA.

Quantos pais, filhas, netos, sobrinhos e amigos estão em luto no Brasil agora graças ao Gabinete Paralelo financiado por ele?

- PAULO PIMENTA - Deputado federal pelo PT gaúcho.

À LA MANDELA!

 


Intelectual e abolicionista, Luiz Gama recebe título de Doutor Honoris Causa da USP.

“A gente espera que a concessão do título abra uma janela para que sua obra seja divulgada e estudada por todos que se interessem em conhecer a história verdadeira do país”, diz o professor e jornalista Dennis de Oliveira

Por Lucas Vasques 29 jun 2021 

O Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP) aprovou, por unanimidade (97 votos), nesta terça-feira (29), a concessão do título de Doutor Honoris Causa póstumo ao líder abolicionista Luiz Gama.
Com isso, ele se transforma na segunda personalidade negra (primeira brasileira) a receber a comenda da universidade. Anteriormente, o ex-presidente sul-africano, Nelson Mandela, tinha sido agraciado.
“A gente espera que, com a concessão do título, se estude, reflita e debata a obra dele, sua produção jornalística, literária e jurídica. Que ele seja, de fato, reconhecido como intelectual brasileiro. É importante a questão simbólica. Ele, como grande herói do abolicionismo, foi, principalmente, um intelectual. Uma pessoa que fundamentou peças jurídicas que têm impacto até hoje, por exemplo”, avalia Dennis de Oliveira, jornalista e professor da Escola de Comunicação e Artes da USP.
Luiz Gonzaga Pinto da Gama tem uma história impressionante, como relata Dennis. “Ele nasceu livre, em 1830, filho de mãe africana e pai português. Porém, foi vendido como escravizado por seu pai para pagar dívidas de jogos. Então, aos 10 anos, ele, que nasceu em Salvador, na Bahia, veio para São Paulo escravizado”.
Gama se alfabetizou somente aos 17 anos, o que é mais surpreendente, pois toda sua produção intelectual é autodidata. “Ele tentou cursar Direito no Largo São Francisco, mas foi impedido por racismo. Então, atuou como jurista autodidata, que, naquela época, era chamado de rábula. Nessa condição, ele libertou quase 500 escravizados, no momento em que a Justiça era aristocrática e elitista”, conta Dennis.

Dennis de Oliveira – Foto: Arquivo Pessoal

Outras áreas do conhecimento
O professor revela que, sabendo dos limites que havia nas ações jurídicas, Gama atuou em outras áreas do conhecimento, como no jornalismo, até para disputar a opinião pública contra a escravidão. Neste ofício, teve uma atuação militante.
Muito conhecido como jurista, ele, portanto, também foi jornalista. “Contribuiu para publicações de periódicos abolicionistas ilustrados no século XIX. Foi um dos fundadores do ‘Diabo Coxo’, junto com Angelo Agostini, e também do ‘Cabrião’, que faziam críticas duras à sociedade, à monarquia e, fundamentalmente, ao escravismo e à aristocracia. Colaborou, ainda, com o Correio Paulistano e com o jornal Província de São Paulo, que hoje é O Estado de S. Paulo”, destaca Dennis.
Além disso, foi um homem das letras. Escreveu “Primeiras Trovas Burlescas de Getulino”, poesias críticas da sociedade daquela época. Em dois acervos bibliotecários, a USP detém as primeiras edições originais da sua obra poética.
“O processo e concessão do título começou em 2016, 2017, na Comissão de Direitos Humanos da ECA, onde a gente discutiu a importância do reconhecimento do Luiz Gama como honoris causa. Em 2016, houve a concessão do reconhecimento de Gama como advogado, em uma ação da Comissão de Negros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Depois, foi reconhecido como jornalista pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira), do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. A partir disso, começamos a atuar pelo reconhecimento dele como intelectual. Ele foi um intelectual público, orgânico do abolicionismo, do movimento da população negra”.

Reparação tardia
O título concedido nesta terça também é uma reparação necessária e tardia da USP, já que a Faculdade de Direito do Largo São Francisco hoje pertence à universidade.
“Ele morreu em 1882 e a abolição da escravatura veio seis anos depois. O título de Doutor Honoris Causa, 139 anos após. O Brasil tem uma dívida com esta grande personalidade e, por isso, espera-se que a concessão do título abra uma janela para que sua obra seja divulgada e estudada por todos que se interessem em conhecer a história verdadeira do país”, completa Dennis.

Revista FÓRUM.

SANTINO SOARES DA SILVA


AOS 74 ANOS, FALECEU NO DIA DE HOJE, 30/06/2021, ÀS 02h22, EM SÃO MIGUEL ARCANJO.
APOSENTADO, SOLTEIRO, ERA FILHO DE JOÃO SOARES SOBRINHO E MARIA CECÍLIA DA CONCEIÇÃO E NÃO DEIXOU FILHOS.
O SEPULTAMENTO SERÁ REALIZADO HOJE, 30/06/2021, ÀS 13h00, JUNTO AO CEMITÉRIO DO BAIRRO TAQUARAL ACIMA, EM SÃO MIGUEL ARCANJO.

F. Camargo.

FRIO DE LASCAR OS DEDOS DAS MÃOS. ASSIM NÃO DÁ, NÉ, REINALDO?

"Há muita coisa ruim e chata no mundo, claro! 
Na esfera, assim, das sensações da pele, alguém conhece algo mais desagradável do q o frio? 
P q alguém se desloca p/ ver neve, porra? 
Quero sol, luz, calor, trajes leves, entardecer e anoitecer nas varandas e sacadas, c/ vento morno".

- Reinaldo Azevedo - 





OS "CRENTES" DO BOLSONARO SÃO RIDÍCULOS...


Carlos Wizard Martins chega na #CPIdaCovid segurando placa com Isaías 41:10: ----"Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça".
Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles.




EXONERADO "AFILHADO" DE BARROS

 

Governo decide exonerar “afilhado” de Ricardo Barros acusado de cobrar propina para fornecimento de vacinas.
Por Redação Ucho.Info/30 de junho de 2021.



O presidente Jair Bolsonaro, que desde o início do mandato dizia que em seu governo não havia casos de corrupção, decidiu exonerar Roberto Ferreira Dias, diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde.
Indicado ao posto pelo deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara e ex-ministro da Saúde, Ferreira Dias cobrou propina de R$ 2 bilhões para que a empresa Davati Medical Supply fornecesse à pasta 400 milhões de doses de vacina contra Covid-19.
Representante da Davati Medical no Brasil, Luiz Paulo Dominiguetti Pereira afirmou que Ferreira cobrou propina de US$ 1 por dose de vacina vendida ao governo. 
O pedido ocorreu em 25 de fevereiro passado, durante jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, na capital federal. “O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa”, disse Dominguetti.
Após a revelação do caso, o Ministério da Saúde encaminhou ao Palácio do Planalto, na noite desta terça-feira (29), pedido de demissão de Roberto Ferreira Dias. De acordo com a pasta, que não informou até o momento o motivo da demissão, a exoneração de Dias será publicada na edição de quarta-feira (30) do Diário Oficial da União.
Presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM) disse que o caso será investigado pela comissão, o que deve agravar ainda mais a já difícil situação do governo, que apostou no negacionismo e na imunidade de rebanho para derrotar o novo coronavírus.
Na última semana, o nome de Roberto Dias Ferreira foi citado por Luís Ricardo Miranda – servidor do Ministério da Saúde e irmão do deputado federal Luís Cláudio Fernandes Miranda (DEM-DF) – em depoimento à CPI da Covid como responsável por “pressão atípica” para a liberação da Covaxin, imunizante fabricado pela farmacêutica indiana Bharat Biotech.
Também em depoimento à CPI, o deputado Luís Cláudio Miranda disse à CPI que ele e o irmão informaram o presidente Jair Bolsonaro sobre esquema de corrupção em processo para compra de vacinas contra Covid-19.
Na ocasião, Bolsonaro disse que Ricardo Barros era responsável pelo “rolo”. “Puta merda, mais um rolo desse cara”, teria dito Bolsonaro aos irmãos Miranda, em referência ao líder do governo na Câmara dos Deputados. 
O Departamento de Logística do Ministério da Saúde é feudo do Centrão, mais precisamente do Partido Progressista, legenda de Barros e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Diante da repercussão dos escândalos, o Palácio do Planalto tem o dever moral de destituir Ricardo Barros da liderança do governo na Câmara. 
Caso contrário, Bolsonaro terá dado inúmeros e largos passos na direção de um processo de impeachment, principalmente se considerado o fato de que enquanto um representante do governo cobrava propina para a aquisição de vacinas, centenas de milhares de vidas foram perdidas para a Covid-19. 
Aguardemos para ver o tamanho da coragem política do presidente da República.

NO MEXER DO TABULEIRO...

 

Para escapar do escândalo da Covaxin, Bolsonaro terá de entregar “os anéis e os dedos” ao Centrão.
Por Redação Ucho.Info/29 de junho de 2021.



Enquanto economiza palavras quando o assunto é o escândalo envolvendo as negociações para a compra superfaturada da Covaxin, vacina contra Covid-19 produzida pela farmacêutica indiana Bharat Biotech, o presidente Jair Bolsonaro age nos bastidores para escapar de eventual responsabilização.
Os toscos ataques verbais à CPI da Covid e as ameaças feitas aos denunciantes – deputado federal Luís Cláudio Fernandes Miranda (DEM-DF) e seu irmão Luís Ricardo, servidor do Ministério da Saúde – deram lugar a incursões que visam salvar o mandato de Bolsonaro. 
Garantir a reeleição é assunto descartado no momento.
A primeira medida efetiva foi terceirizar a responsabilidade pelo escândalo, colocando na linha de tiro o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronal da reserva Élcio Franco, atualmente assessor especial da Casa Civil. 
Além disso, o Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (29) a suspensão temporária do contrato de compra da Covaxin, o que não significa anular o contrato.
Esses dois pontos funcionam como sinalização ao procurador-geral da República, Augusto Aras, no âmbito da notícia-crime protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Bolsonaro por prevaricação.
Relatora do caso no STF, a ministra Rosa Weber enviou a demanda a Aras, que tende a negar autorização para abertura de inquérito contra o presidente, já que no seu radar há dois interesses distintos: ser reconduzido para novo mandato de dois anos à frente da PGR ou ser indicado a uma vaga no Supremo. Aras tem 15 dias para responder à ministra Rosa Weber. 
A tendência é Augusto Aras ser reconduzido ao comando da PGR, o que aumentará a pressão interna no Ministério Público Federal.
A segunda medida focou na permanência do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) como líder do governo na Câmara e da manutenção do feudo do Centrão no Ministério da Saúde, algo que existe desde o governo do então presidente Michel Temer. Isso tudo apesar de o nome de Barros ter sido citado pelo presidente da República, de acordo com os irmão Miranda, como responsável pelo “rolo”.
Essa relação espúria do governo com o Centrão deve avançar rapidamente e sem cerimônia, pois a eventual abertura de processo contra Bolsonaro por crime de prevaricação depende de autorização da Câmara dos Deputados – são necessários 342 votos a favor.
No contraponto, se o nome de Ricardo Barros está sendo poupado pelo Palácio do Planalto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está sendo apontado como responsável por incentivar o deputado Luís Cláudio Miranda a soltar a voz.
No Brasil, a exemplo do que ocorre em diversos países, política é um jogo bruto e perigoso que apenas deve ser jogado por quem sabe mexer as peças no tabuleiro. 
A suposição de que Arthur Lira estaria por trás da denúncia feita pelo deputado Luís Miranda eleva o risco de um pedido de impeachment contra Bolsonaro receber aval para avançar na Câmara dos Deputados.
Esse quadro tende a piorar, pois na quarta-feira (30) será protocolado na Câmara um “super pedido” de impeachment do presidente da República, o que deve colocar Lira em posição de desconforto. 
É importante ressaltar que, em março passado, Lira disse que no campo do enfrentamento da pandemia do novo coronavírus o “sinal amarelo” já estava aceso.
“Quero deixar claro que não ficaremos alienados aqui, votando matérias teóricas como se o mundo real fosse apenas algo que existisse no noticiário. Estou apertando, hoje, um sinal amarelo para quem quiser enxergar. Não vamos continuar aqui votando e seguindo um protocolo legislativo com o compromisso de não errar com o país se, fora daqui, erros primários, erros desnecessários, erros inúteis, erros que que são muito menores do que os acertos cometidos continuarem a serem praticados’, afirmou Lira.
Lembrou também o parlamentar que no Congresso os remédios políticos são “amargos”, alguns deles “fatais”. “Mas isso não depende apenas desta Casa. Depende também, e sobretudo, daqueles que fora daqui precisam ter a sensibilidade de que o momento é grave, a solidariedade é grande, mas tudo tem limite, tudo. E o limite do parlamento brasileiro, a Casa do Povo, é quando o mínimo de sensatez em relação ao povo não está sendo obedecido”, completou o presidente da Câmara.

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O vice-governador do estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, esteve no dia 24/06, às 14h15, no Auditório Municipal Francisco Beranger, em Votorantim. 
Veio autorizar a contratação de obras em rodovias da região e anunciar investimentos na cidade.
O governo do Estado de São Paulo anunciou na tarde de segunda-feira (21), que a Rodovia Miguel Afonso Ferreira de Castilho (acesso 103 da SP 79 - SPA 103/79), que cruza o trecho urbano de Votorantim, receberá melhorias. O investimento será de R$ 2.971.379,67 em 2,3 km da rodovia.
A rodovia é uma importante via de acesso aos bairros Votocel, Parque Jataí, Itapeva e Parque São João, por exemplo, e também à cidade de Piedade, cruzando a área urbana de Votorantim.
Não foram detalhados os investimentos que serão feitos na rodovia de Votorantim e nem no trecho em que serão realizadas as melhorias.
A obra integra o programa ‘Estrada Asfaltada’, que inclui mais 150 obras em todo o Estado, e são tecnicamente chamadas de conservação especial, manutenção de vias que consiste em recape e implantação de nova sinalização das rodovias.
Alguns dos investimentos anunciados:
- SPA 103/079, em Votorantim, com 2,3 km. Valor estimado: R$ 2.971.379,67;
- SP 079, que liga Sorocaba a Piedade, com 24,3 km. Valor estimado: R$ 25.066.976,78;
- SP 079, que liga Piedade a Tapiraí, com 31 km. Valor estimado: R$ 34.387.436,35;
- SP 079, em Tapiraí, com 29,5 km. Valor estimado: R$ 20.162.503,81;

Cronograma
Conforme os técnicos do DER explicaram em audiência pública virtual em maio, o novo edital deve ser publicado até julho e a previsão é que os serviços sejam iniciados até o final deste ano. O prazo de conclusão das obras varia de 4 a 14 meses.
Após publicação da licitação no Diário Oficial do Estado, o edital poderá ser consultado pelo site do DER, mas sua versão completa deverá ser obtida somente na sede do órgão.
Entre os serviços que deverão ser executados, destacam-se a adaptação da rodovia às novas condições de tráfego e alterações ocorridas no seu entorno; implementação de pequenas obras necessárias para o seu bom funcionamento e a redução do tempo de percurso, com a consequente diminuição no custo de transporte.

Outros investimentos na região:
- SP 250, que liga Pilar do Sul a São Miguel Arcanjo, com 50,7 km. Valor estimado: R$ 45.580.488,65
- SPA 054/280, em Araçariguama, com 5,4 km. Valor estimado: R$ 5.421.003,34
- SPA 104/079, em Salto de Pirapora, com 11,6 km. Valor estimado: R$ 12.559.120,93
- SP 268, em Angatuba, com 10 km. Valor estimado: R$ 8.894.253,86
- SPA 050/270, em São Roque, com 4 km. Valor estimado: R$ 3.811.583,34.
- SPA 112/270, em Araçoiaba da Serra, com 7,7 km. Valor estimado: R$ 5.420.879,7
- SPA 162/270, em Itapetininga, com 1,2 km. Valor estimado: R$ 1.751.953,65
- SP 165, em Apiaí, com 3,4 km. Valor estimado: R$ 2.373.075,99
- SPA 160/250, que liga Pilar do Sul a São Miguel Arcanjo, com 16 km. Valor estimado: R$ 21.500.000,00
- SPA 97/300, em Salto, com 8,4 km. Valor estimado: R$ 11.300.000,00
- SPA 60/270, que liga São Roque a Ibiúna, com 17,5 km. Valor estimado: R$ 22.500.000,00
- SPA 338/258, em Itararé, com 330 metros. Valor estimado: R$ 480.000,00
- SPA 341/258, em Itararé, com 700 metros. Valor estimado: R$ 920.000,00
- SP 073, no município de Salto, com 2,1 km. Valor estimado: R$ 2.742.035,83
- SPA 053/280, que liga Araçariguama a São Roque, com 8,7 km. Valor estimado: R$ 7.810.422
- SPA 115/280, que liga Boituva a Iperó, com 5,2 km. Valor estimado: R$ 5.663.309,16
- SPA 142/270, em Sarapuí, com 1,7 km. Valor estimado: R$ 1.964.561,55

(Da redação)

LÁZARO AQUI E FORA DAQUI.

 


Brasileira é morta ao salvar filha de ataque a faca em Würzburg, na Alemanha.
Por Redação Ucho.Info/28 de junho de 2021.



A professora brasileira Christiane H., de 49 anos, é uma das três mulheres que foram mortas em atentado a faca na cidade de Würzburg, na Baviera, na Alemanha, na última sexta-feira (25).
De acordo com o jornal alemão “Bild”, a brasileira se jogou sobre a filha Akines, de 11 anos, quando o autor do atentado, um homem da Somália, avançou sobre ambas.
Uma mulher de 82 anos que estava no local puxou o agressor para longe da criança e acabou sendo morta, relatou o diário. 
A criança conseguiu se libertar e correu para longe, gritando “Eu ainda não quero morrer”, segundo o jornal. 
Ela sobreviveu com ferimentos graves.
Christiane e a filha chegaram no início do ano à Alemanha, onde a brasileira começaria a dar aula numa escola de Würzburg, uma cidade no sul do país. 
Segundo a polícia, elas moravam nos arredores de Würzburg.
“A filha sabe que a mãe morreu. O pai ainda está no Brasil. Tudo o que Akines quer é que o pai venha para cá”, disse uma amiga da brasileira ao jornal Bild.
O crime aconteceu quando um somali de 24 anos atacou pessoas com uma faca em um centro de compras de Würzburg, a cerca de 120 quilômetros de Frankfurt. 
Ele matou três mulheres e feriu outras sete pessoas.
As motivações do atentado ainda não estão claras, disseram as autoridades, que investigam possível motivação terrorista, mas não está descartado histórico de transtornos mentais. Testemunhas afirmam que o criminoso gritou “Allahu Akhbar” (Deus é grande, em árabe) na loja de departamentos onde aconteceu o ataque.
O autor do atentado nasceu em Mogadíscio em 1997 e chegou em maio de 2015 na Alemanha, onde recebeu proteção devido à guerra civil que avança em seu país de origem.

(Com agências internacionais)

PARABÉNS, SARAH GILBERT!

SARAH GILBERT, uma das criadoras da vacina de Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19 foi ovacionada nesta segunda-feira (28) durante a abertura do torneio de Wimbledon, no Reino Unido. 
Ela ocupava o camarote real uma vez que recebeu o título de dama mais cedo neste ano.

G1



INVASORES



FUNAI ABRE A PORTEIRA E EMPRESA DA FAMÍLIA KLABIN REGISTRA ESTÂNCIA LUXUOSA EM TERRA INDÍGENA NO MS.
Com novas regras para registro de territórios em demarcação, ficou mais fácil avançar sobre áreas antes protegidas pelo governo.
Caio de Freitas Paes
28 de Junho de 2021.
Ilustração: Rodrigo Bento/The Intercept Brasil.

O PROCESSO DE DEMARCAÇÃO das terras do povo indígena Terena entre o Cerrado e o Pantanal do Mato Grosso do Sul se arrasta há pelo menos 40 anos. Mas o registro de uma estância luxuosa no mesmo local, pedido pela Caiman Agropecuária, ligada à família Klabin – fundadora de uma das maiores fabricantes de papel do continente –, foi aprovado em um piscar de olhos. Bastaram dois meses entre o requerimento e o aval do cartório responsável, tudo com a benção do governo federal. A Caiman tem como sócio Roberto Luiz Leme Klabin, um dos herdeiros e também conselheiro da holding que controla a gigante do papel – que ainda atua como vice presidente da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto SOS Pantanal.
A rapidez para a regularização de 7,6 mil hectares da estância Caiman – área equivalente a quase 50 parques do Ibirapuera somados – só foi possível graças a uma canetada do presidente da Funai, o ex-delegado federal Marcelo Xavier. Por meio da Instrução Normativa nº 9, de 2020, ele mudou as regras para o reconhecimento dos territórios indígenas nos mapas do governo, abrindo a porteira de uma área maior que o estado de Pernambuco formada só por reservas em demarcação.
Veio breve e simples o registro de uma das duas parcelas que compõem a estância Caiman, um santuário ecológico maior que 50 mil estádios do Maracanã ao todo, entre os municípios de Aquidauana e Miranda, Mato Grosso do Sul. Por meio de sua empresa, Klabin pediu a regularização das terras no dia 13 de novembro do ano passado, sete meses após a Funai ter mudado as regras. Em janeiro deste ano, tudo estava ok no Sistema de Gestão Fundiária do governo.
Mas parte deste latifúndio, em Miranda, invade terras reclamadas por quase 8 mil indígenas. Para a própria Funai, cerca de 1,8 mil hectares da estância Caiman pertencem aos Terena – a demarcação plena de sua Terra Indígena Cachoeirinha é um processo que se arrasta há décadas. Um relatório produzido a partir de dados georreferenciados do próprio governo federal, obtido pelo Intercept, confirma a sobreposição da estância às terras reclamadas pelos indígenas.
“Para nós, nossa terra nunca foi demarcada, porque há mais de 100 anos o antigo Serviço de Proteção ao Índio fechou uma área pequenininha e disse ‘aqui vão ficar os índios’. Mas a gente vivia sem fronteira por aqui”, me disse uma das lideranças Terena, que pediu anonimato por medo de retaliações.



Comunidade Terena em Cachoeirinha vive em disputa com invasores sobre suas terras há mais de 40 anos, resistindo a agressões e cercos de jagunços.
Foto: Ruy Sposati/CIMI

Driblando a Justiça Federal
Por anos, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra, não legalizou a estância de Klabin e muitas outras por uma questão técnica. Até abril de 2020, o sistema fundiário do governo continha limites de todas as terras indígenas em demarcação, regularizadas ou não. Caso alguém abrisse um registro nelas, o bloqueio era automático.
Desde a canetada do presidente da Funai, porém, apenas territórios regularizados constam como válidos no sistema do Incra. Com as novas regras, supostos proprietários ganham certificados e registros oficiais, utilizados na obtenção de liminares para reintegrações de posse, por exemplo.
Ou seja: com a publicação da normativa nº 9, Marcelo Xavier liberou quase 10 milhões de hectares sob demarcação – incluindo a reserva Cachoeirinha – para fazendeiros e ruralistas dos mais variados.
Em junho do ano passado, dois meses depois da canetada da Funai, havia pouco mais de 1,1 mil invasões em territórios indígenas mapeadas, segundo dados obtidos pelo Intercept por meio da Lei de Acesso à Informação. Mas a Funai se recusou a detalhar quantas delas foram regularizadas desde então. A fundação diz apenas que analisou um “total de 192 processos” de regularização até 3 de janeiro de 2021, sem dizer onde ficam estas fazendas.



Mapa: Rodrigo Bento/The Intercept Brasil.

Um relatório feito pela consultoria GeoPrecisa, especializada no sistema do Incra, dá a dimensão do potencial estrago: pouco mais de 400 mil hectares. São quase quatro cidades do Rio de Janeiro só de fazendas validadas pelo governo potencialmente dentro de terras indígenas em todo o país.
A estimativa é fruto de uma sobreposição dos dados da Funai, com sua base de territórios em todos os estágios de demarcação, aos registros validados pelo Incra entre 16 de abril de 2020 e 31 de março passado. Assim, a GeoPrecisa identificou potenciais invasões em mais de 400 mil hectares.
Fazendeiros no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul saíram na frente – entre eles, grandes empresas, grupos estrangeiros e políticos estão entre os favorecidos até agora. Eles já legalizaram quase 230 mil hectares dentro de terras em demarcação em ambos os estados, somados, segundo a GeoPrecisa. Geralmente, com documentos do Incra em mãos, fazendeiros acessam empréstimos e financiamentos para seus agronegócios, entre outros benefícios.
Não à toa procuradores do MPF ingressaram com 29 ações em todo o país para anular os efeitos práticos da normativa nº 9 da Funai. Só no Mato Grosso do Sul, eles entraram com três processos. Para o MPF, a mudança nas regras “cria insegurança jurídica”, “abre espaço para os conflitos fundiários, para os danos ambientais, para a grilagem de terras e o grave risco do aumento dos casos de coronavírus entre os povos indígenas”.
Um dos pedidos do MPF foi aceito pela Justiça Federal em novembro do ano passado, cinco dias antes de Klabin pedir registro de sua estância em solo Terena. Na decisão, a juíza Janete Lima Miguel proibiu regularizações – os novos registros “poderão, à primeira vista, ser considerados nulos”.
Para Miguel, as mudanças da Funai podem provocar “aumento de conflitos fundiários nos territórios”, “com a desproteção territorial dos grupos indígenas”. O MPF no Mato Grosso do Sul confirmou o recebimento das informações sobre o registro da estância Caiman, garantindo que fará uma “análise da situação”.
A Funai disse que “não comenta decisões judiciais”. O órgão alega que a normativa nº 9 “é respaldada por estudos técnicos e jurídicos” e que está “promovendo segurança jurídica no campo e respeitando o direito de propriedade”.





É por meio da Caiman Agropecuária, dona da estância no Pantanal, que Roberto Klabin controla um patrimônio de quase R$ 44 milhões.
Fotos: Reprodução/Refúgio Ecológico Caiman

‘Propriedade privada e elitista’
A estância de Roberto Klabin – que, além de herdeiro da indústria do papel é também fundador da Fundação SOS Mata Atlântica – se apresenta como um refúgio para espécies ameaçadas de extinção como araras-azuis e onças-pintadas, típicas de uma deslumbrante paisagem ora alagada, ora seca, no oeste do Mato Grosso do Sul. Um recanto turístico feito sob medida para hóspedes de alto nível, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, que ali se hospedou durante o Natal de 2001, como narrou a Folha de São Paulo. “Aqui é uma propriedade privada e elitista, pois eu quero manter um certo padrão”, afirmou Klabin ao jornalista Jorge Fernando Santos anos atrás.
Ao Intercept, Klabin confirmou: “buscamos menos turistas pagando mais, ao invés de mais turistas pagando menos”. “É uma área de alto custo, somente um turismo de observação da natureza poderia trazer os recursos necessários para a mantermos protegida”, afirmou.
Advogado de formação, ele tem trânsito com ambientalistas graças à SOS Mata Atlântica e outras de suas organizações, como o Instituto SOS Pantanal. Seu lado empresarial não ganha tanto destaque, resumido em uma linha e meia no site do grupo Klabin. É por meio da Caiman Agropecuária Ltda., dona da estância que ocupa parte do solo Terena, que Roberto Klabin controla um patrimônio de quase R$ 44 milhões, que inclui tanto as terras quanto os rebanhos de gado nela criados.
A Caiman Agropecuária é responsável por ao menos dez processos na justiça, emperrando a demarcação de Cachoeirinha. Em um deles, a empresa de Klabin até pediu ao Tribunal Regional da 3ª Região que impedisse o acesso de técnicos da Funai às terras, atravancando a demarcação física da área, mas o desembargador responsável negou o pedido. “Aqui eu criei um projeto de pecuária extensiva de corte, de pesquisa científica, um abrigo para projetos ambientais e uma estância turística. Por que vou ceder e aceitar?”, ele me disse.
O herdeiro da Klabin afirmou ainda que seu registro não tem relação com a normativa nº 9 da Funai, alegando motivos fiscais, ligados à cobrança indevida de impostos pela prefeitura de Miranda. Esta, por outro lado, não retornou os contatos do Intercept para confirmar.
O Incra se eximiu, dizendo que a base de dados de seu sistema “é alimentada pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Fundação Nacional do Índio (Funai)”. Disse ainda que o registro da estância Caiman “passou por análise” do “Incra em Mato Grosso do Sul e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade”. Já a Funai não respondeu nossas perguntas específicas sobre o caso de Roberto Klabin.



Descendentes dos antigos Guaná, os Terena lutam pela demarcação de suas reservas no Mato Grosso do Sul há décadas.
Foto: Reprodução/Facebook Resistência do Povo Terena

Um exército de fazendeiros
Há décadas o povo Terena pede a revisão de suas terras, com pouco mais de 2,6 mil hectares regularizados no Mato Grosso do Sul, entre os municípios de Aquidauana e Miranda. O atual perímetro de Cachoeirinha se baseia em relatos do marechal Rondon, escritos há mais de um século.
Após estudos preliminares, a própria Funai avaliou que esta terra indígena deveria ser ao menos 13 vezes maior. Por isso o Ministério da Justiça determinou em 2007 sua expansão para mais de 36 mil hectares. A revisão da área causou a ira dos vizinhos, outros 55 fazendeiros além de Klabin.
“A maioria deles tem poucas terras, e já mostramos a eles como a demarcação não será ruim, como a União tem dinheiro reservado para pagar pelas terras como manda a lei. O problema são os grandes fazendeiros, que ameaçam os pequenos dizendo que, ‘se aceitarem acordo, vão ficar sozinhos, não terão ajuda dos advogados’ importantes deles”, me disse uma das lideranças Terena.
Em uma ação unificada contra estes 55 fazendeiros, a Funai os acusa de apresentarem “resistência injustificada ao ingresso dos técnicos e à continuidade dos trabalhos de demarcação”. Na decisão mais recente, a Justiça Federal ordenou a retomada da demarcação. Mas o MPF no Mato Grosso do Sul diz que, “após essa decisão, os réus (os fazendeiros) entraram com embargos de declaração, que têm efeito suspensivo”. “Para nós tá tudo igual, tudo parado”, diz a mesma liderança Terena.

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Caio de Freitas Paescfpaes@​protonmail.com@cfpaes

"COVAXINGATE"

 

CovaxinGate: Bolsonaro diz não saber o que acontece nos ministérios, mas prevaricação é evidente.
Por Redação Ucho.Info/28 de junho de 2021



O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (28) ser impossível saber o que acontece nos ministérios, em referência ao escândalo da compra superfaturada de doses da Covaxin, vacina contra Covid-19 produzida pela farmacêutica indiana Bharat Biotech.
“São 22 ministérios, não tenho como saber o que acontece, vou na confiança em cima de ministros e nada fizemos de errado”, afirmou Bolsonaro a apoiadores que o aguardavam na saída do Palácio da Alvorada.
É preciso reconhecer a dificuldade de controlar o que acontece na estrutura de um governo, mas Bolsonaro foi avisado sobre esquema de corrupção no processo de compra da Covaxin. Além disso, o presidente, em conversa com o deputado Luís Miranda (DEM-DF), citou o nome do também parlamentar Ricardo Barros (PP-PR) como responsável pelo “rolo”.
No momento em que Bolsonaro é informado do escândalo de corrupção e não determina à Polícia Federal a abertura de investigação para apurar o caso, fica caracterizado o crime de prevaricação.
Além disso, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que ainda dedica nauseante vassalagem ao presidente da República, foi comunicado pelo próprio Bolsonaro sobre o escândalo, mas o processo seguiu adiante.
Não custa lembrar que em vídeo divulgado na internet, enquanto cumpria quarentena por causa de Covid-19, Pazuello mostrou subserviência ao dizer ao lado do presidente ‘um manda, outro obedece”.
Considerando que Bolsonaro, informado do esquema criminoso, não tomou providências e Pazuello, enquanto ministro da Saúde, nada fez para impedir o ilícito, pelo contrário, ambos devem ser processados na forma da lei.
Em suma, afirmar ser impossível saber o que acontece nos ministérios não faz de Jair Bolsonaro um inocente. Fato é que a canhestra operação de compra da Covaxin teve a interferência do Centrão – como antecipou o UCHO.INFO –, que há muito faz do presidente da República um refém político.

ENQUANTO FAZ CAMPANHA POLÍTICA JUNTO DE MOTOQUEIROS E GRACINHAS PRA SELF, O BOZO FAZ DE CONTA QUE NÃO SABE DE NADA DO QUE ACONTECE NA PRÓPRIA CASA...

 

Barros como líder do governo, Bolsonaro mostra ser refém do Centrão.
Por Redação Ucho.Info/28 de junho de 2021.



Enquanto o presidente Jair Bolsonaro alega ser impossível saber o que acontece nos ministérios, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR) diz não haver prova concerta de sua participação no caso da compra da Covaxin, vacina contra Covid-19 fabricada pela farmacêutica indiana Bharat Biotech, e alvo de superfaturamento na casa de 1.000%.
Quem acompanha a política nacional sabe que o exercício do poder acontece à sombra de muito dinheiro e interesses escusos. Isso é o que os políticos costumam chamar de “presidencialismo de coalizão”, que na verdade é um escambo que contrapõe apoio político e licença para assaltar os cofres públicos.
Ao ser informado do esquema de corrupção no âmbito do processo de compra da Covaxin, Jair Bolsonaro tinha o dever de informar a Polícia Federal e determinar abertura de investigação. 
Ao contrário, o presidente da República calou-se diante da informação, apesar de ter afirmado que o assunto era “rolo” de Ricardo Barros. 
Agiu dessa maneira, o que configura prevaricação, por questões de sobrevivência política.
Como se fosse pouco, Bolsonaro nomeou a esposa do deputado Ricardo Barros, a ex-governadora do Paraná Cida Borghetti, ao cargo de conselheira da binacional Itaipu, com direito a salário mensal de R$ 27 mil e outras benesses e mordomias.
Fosse o governo Bolsonaro minimamente sério, Ricardo Barros já teria sido afastado do posto, mas o Palácio do Planalto preferiu mantê-lo na função. 
Essa decisão demonstra de forma inequívoca que Bolsonaro é refém do Centrão, que cobra faturas cada vez mais altas em troca de apoio parlamentar e para barrar os pedidos de impeachment contra o presidente da República.
É importante ressaltar que o UCHO.INFO alertou para a importância de se acompanhar os movimentos da Ricardo Barros no âmbito da medida provisória que possibilitou a compra das vacinas Covaxin e Sputnik V.
Por ocasião do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), o processo avançou no Congresso não apenas pelas chamadas “pedaladas fiscais”, ilícito cometido por outros governantes, mas principalmente porque o ambiente político era favorável. Além disso, o escândalo do Petrolão funcionou como combustível extra.
No caso de Jair Bolsonaro, um eventual processo de impeachment depende da pressão da opinião pública, já que o Centrão está disposto, pelo menos por enquanto, a preservar o presidente da República, desde que a contrapartida seja à altura.
No contraponto, com a popularidade de Bolsonaro em queda e a perda de parte de sua base de apoio na sociedade, os parlamentares aliados devem avaliar o cenário com vistas às eleições de 2022. 
Por mais gordo e tentador que seja o “butim”, nenhum político ousa correr riscos elevados em nome de compensações espúrias. Prova disso é que a defesa do impeachment de Bolsonaro já está no espectro da esquerda e da direita.


HARIMA MIGUEL DANIEL


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Luiza Válio
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Válio
COM 85 ANOS, FALECEU NO DIA 28/06/2021, ÀS 08h30, EM SÃO MIGUEL ARCANJO.
APOSENTADA, CASADA COM MIGUEL DANIEL NETO, FILHA DE HARIF MIGUEL DANIEL E MARIA PEREIRA, DEIXOU OS FILHOS: HELOÍSA, NEY E MAURO.
O SEPULTAMENTO DEU-SE HOJE, 28/06/2021, ÀS 16h30, JUNTO AO CEMITÉRIO MUNICIPAL DE SÃO MIGUEL ARCANJO.
F. Camargo.