quarta-feira, 30 de junho de 2021

EXONERADO "AFILHADO" DE BARROS

 

Governo decide exonerar “afilhado” de Ricardo Barros acusado de cobrar propina para fornecimento de vacinas.
Por Redação Ucho.Info/30 de junho de 2021.



O presidente Jair Bolsonaro, que desde o início do mandato dizia que em seu governo não havia casos de corrupção, decidiu exonerar Roberto Ferreira Dias, diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde.
Indicado ao posto pelo deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara e ex-ministro da Saúde, Ferreira Dias cobrou propina de R$ 2 bilhões para que a empresa Davati Medical Supply fornecesse à pasta 400 milhões de doses de vacina contra Covid-19.
Representante da Davati Medical no Brasil, Luiz Paulo Dominiguetti Pereira afirmou que Ferreira cobrou propina de US$ 1 por dose de vacina vendida ao governo. 
O pedido ocorreu em 25 de fevereiro passado, durante jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, na capital federal. “O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa”, disse Dominguetti.
Após a revelação do caso, o Ministério da Saúde encaminhou ao Palácio do Planalto, na noite desta terça-feira (29), pedido de demissão de Roberto Ferreira Dias. De acordo com a pasta, que não informou até o momento o motivo da demissão, a exoneração de Dias será publicada na edição de quarta-feira (30) do Diário Oficial da União.
Presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM) disse que o caso será investigado pela comissão, o que deve agravar ainda mais a já difícil situação do governo, que apostou no negacionismo e na imunidade de rebanho para derrotar o novo coronavírus.
Na última semana, o nome de Roberto Dias Ferreira foi citado por Luís Ricardo Miranda – servidor do Ministério da Saúde e irmão do deputado federal Luís Cláudio Fernandes Miranda (DEM-DF) – em depoimento à CPI da Covid como responsável por “pressão atípica” para a liberação da Covaxin, imunizante fabricado pela farmacêutica indiana Bharat Biotech.
Também em depoimento à CPI, o deputado Luís Cláudio Miranda disse à CPI que ele e o irmão informaram o presidente Jair Bolsonaro sobre esquema de corrupção em processo para compra de vacinas contra Covid-19.
Na ocasião, Bolsonaro disse que Ricardo Barros era responsável pelo “rolo”. “Puta merda, mais um rolo desse cara”, teria dito Bolsonaro aos irmãos Miranda, em referência ao líder do governo na Câmara dos Deputados. 
O Departamento de Logística do Ministério da Saúde é feudo do Centrão, mais precisamente do Partido Progressista, legenda de Barros e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Diante da repercussão dos escândalos, o Palácio do Planalto tem o dever moral de destituir Ricardo Barros da liderança do governo na Câmara. 
Caso contrário, Bolsonaro terá dado inúmeros e largos passos na direção de um processo de impeachment, principalmente se considerado o fato de que enquanto um representante do governo cobrava propina para a aquisição de vacinas, centenas de milhares de vidas foram perdidas para a Covid-19. 
Aguardemos para ver o tamanho da coragem política do presidente da República.

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