quarta-feira, 2 de junho de 2021

DONA NISE, JAPONESINHA SEM-VERGONHA!

 

CPI da Covid: em meio a mentiras e contradições, Nise Yamaguchi protagoniza espetáculo pífio ao depor.
Por Redação Ucho.Info/01 de junho de 2021.




O depoimento da médica Nise Yamaguchi à CPI da Covid foi como era esperado: um espetáculo de mentiras e contradições, que serviram para proteger um governo inepto e negacionista. Próxima ao presidente Jair Bolsonaro, a oncologista negou ter sido responsável pela minuta de decreto que alterava a bula da cloroquina, com recomendação para o tratamento de Covid-19, fármaco sem eficácia comprovada contra a doença.
A médica também negou que estivesse desmentindo o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa, que afirmaram em depoimento que o documento foi apresentado durante reunião no Palácio do Planalto em 2020. Após a declaração de Yamaguchi, o ex-ministro manteve a afirmação.
Diante da fala contraditória de Nise Yamaguchi, o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que fará uma acareação entre Barra Torres e a médica. Entre ambos, o presidente da Anvisa é quem merece crédito.
A oncologista disse não participar de “gabinete paralelo”. “Desconheço um gabinete paralelo e muito menos que eu integre. Sou uma colaboradora eventual. Participo como médica, cientista, em reuniões técnicas”, afirmou.
Para escapar das perguntas mais incisivas do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), a médica procurou relativizar opinião pretérita sobre “imunidade de rebanho”. Mesmo após assistir a vídeo em que aparece defendendo a tese, Yamaguchi declarou que o contexto na ocasião da declaração era outro. E afirmou que sempre considerou a vacinação como parte da “imunidade de rebanho”, tese que só prospera entre os negacionistas.
Outro escárnio foi a declaração de que que vacinação e tratamento precoce são estratégias diferentes, mas igualmente importantes. A declaração é tão absurda, que o presidente da CPI pediu para que as pessoas desconsiderassem aquele trecho do depoimento.
Questionada pelo relator, Yamaguchi afirmou que se referia a duas questões separadas, já vez que a vacina é relacionada com a prevenção, enquanto o tratamento precoce seria usado para pessoas já infectadas pelo novo coronavírus.
“Eu considero que sim, são situações semelhantes, uma é a prevenção e o tratamento é tratamento. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, afirmou. 
A expressão “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa” é um atentado linguístico contra a coerência e muito utilizado por indivíduos com pane na parte cognitiva.
Por certo o presidente da República dirá que a médica foi brilhante em seu depoimento e que “atropelou” os oposicionistas que integram a CPI, mas quem conhece razoavelmente a política sabe que a participação de Yamaguchi foi um enorme desastre.

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