sexta-feira, 23 de julho de 2021

COVID LEVOU ROBERTO ROMANO DA SILVA.

 

Morre em São Paulo, vítima de Covid-19, o filósofo, escritor e professor Roberto Romano da Silva.
Por Redação Ucho.Info/23 de julho de 2021



Morreu nesta quinta-feira (22), aos 75 anos, o filósofo, escritor e professor Roberto Romano da Silva, em decorrência de complicações da Covid-19. 
De acordo com o Instituto do Coração (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), em São Paulo, onde estava internado desde 11 de junho, Romano “evoluiu nas últimas semanas com quadro clínico grave, que culminou em falência de múltiplos órgãos”.
Graduado em Filosofia em 1973 e doutor na L’École des Hautes Études en Scienses Sociales, na França, em 1978, Roberto Romano era professor titular aposentado do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 
Durante anos, o professor de Ética e Política colaborou com o UCHO.INFO, o que até hoje nos honra. 
Nos momentos em que fomos duramente atacados por conta do jornalismo independente, Romano sempre saiu em defesa deste portal e de seu editor.
Um dos grandes pensadores brasileiros de todos os tempos, Roberto Romano foi autor de vários livros, como “Razão de Estado e Outros Estados da Razão”, “Brasil: Igreja contra Estado” e “Conservadorismo Romântico: Origem do Totalitarismo”, entre tantos outros. 
Ele era um estudioso da ética e da relação entre religião e política.
Forte e contumaz crítico do governo Bolsonaro, o professor da Unicamp subscreveu, em 13 de maio, ao lado de renomados acadêmicos e juristas, ação pública solicitando a interdição do presidente da República.
Natural de Jaguapitã, no norte do Paraná, próximo à divisa com São Paulo, o professor da Unicamp era casado há 50 anos com a socióloga Maria Sylvia de Carvalho Franco. 
Ainda jovem, Romano mudou-se com família para Marília, no interior paulista, quando ingressou na Juventude Estudantil Católica, tendo sido frade dominicano durante 12 anos.
Durante a ditadura militar, em 1969, Roberto Romano foi preso e levado para o Centro de Informações da Marinha (Cenimar). 
No final de 1970, após ser ouvido pela Auditoria Militar, foi colocado em liberdade.

Repercussão
A morte de Roberto Romano repercutiu na comunidade acadêmica brasileira. “Nossa universidade lamenta profundamente o falecimento do professor Roberto Romano”, afirmou o reitor da Unicamp, Antonio José Meirelles. “Sempre se caracterizou pela defesa do ensino público e das nossas instituições de fomento à ciência e tecnologia”, completou.
Doutor em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba, Serge Katembera usou o Twitter para lamentar a morte de Romano. “Que dia complicado. Lembro de ler os artigos dele durante a graduação para entender sobretudo os conceitos de moral e ética. E ele era mestre da didática”, escreveu Katembera.
Professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital, Wilson Gomes também usou as redes sociais para se manifestar sobre a morte de Romano. “Lastimo muito a morte do professor de Ética e Filosofia Política da Unicamp, Roberto Romano, de complicações decorrentes da covid.”

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