quinta-feira, 16 de setembro de 2021

QUEM É O NOVO MINISTRO DO MEIO AMBIENTE?


Quem é Joaquim Leite e o que esperar do novo ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro.
Por Rodolfo Costa/Brasília/24/06/2021.

O novo ministro do Meio Ambiente (MMA), Joaquim Leite, já despacha com as responsabilidades e atribuições que o cargo lhe traz. Tão logo o agora ex-ministro Ricardo Salles pediu demissão, Leite passou a conduzir a pasta com a promessa de manter os rumos da política ambiental até então vigente, da qual, inclusive, faz parte desde 2019.
Até quarta-feira (23), Leite era o titular da Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais, cargo que ocupava desde abril de 2020, antes sob o nome de Florestas e Desenvolvimento Sustentável. O novo ministro chegou ao governo em julho de 2019, quando assumiu a direção do Departamento de Florestas.
A escolha do presidente Jair Bolsonaro por Leite diz muito sobre o que o governo espera dele: a continuidade das políticas liberais de preservação ambiental com a participação do setor privado. O novo chefe do MMA é um defensor de que ações de preservação de florestas nativas sejam remuneradas.
Foi com essa linha de política ambiental que Joaquim Leite chegou ao governo. A defesa pela agenda de desenvolvimento sustentável e de trazer indivíduos ou organizações públicas ou privadas para ajudar na preservação do meio ambiente conquistou Salles.
Leite e Salles têm perfis diferentes, mas isso não significa ruptura na gestão.
O novo ministro do Meio Ambiente tem um perfil diferente de Salles, mas isso não significa que a gestão vai mudar. "Os dois têm a mesma linha no campo da gestão ambiental, só que o Joaquim consegue conversar melhor com as pessoas", aponta um interlocutor do Palácio do Planalto.
Um deputado da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara reforça a leitura. "Ele é muito inteligente, entende muito de florestas, mas é uma pessoa mais light, despojada, anda de calça jeans, sabe conversar com as ONGs [Organizações Não-Governamentais], não é tão incisivo quanto o Salles, o Bolsonaro", sustenta o parlamentar.
Outro deputado do colegiado pondera que esse perfil mais conciliador de Joaquim Leite pode ser um trunfo. "O ministro se dá melhor com os mais diferentes espectros políticos, até com a esquerda. É uma pessoa de mais fino trato, digamos. Por isso, todos conseguem conviver com ele melhor, e isso pode ajudar o governo", avalia.
Os mais próximos de Leite confirmam as observações feitas pelas três fontes ouvidas e afirmam que, de fato, o novo ministro tem um perfil de maior conciliação e poder de articulação com os diferentes espectros políticos. "É mais uma diferença de estilo, ele é de escutar mais pessoas [que o Salles]", reconhece um interlocutor do ministro. "Mas a política ambiental não vai mudar de rumo", complementa.
Joaquim Leite é ainda, ao contrário do antecessor, "avesso aos holofotes e preza muito pela discrição", segundo um interlocutor.

O que o perfil e a capacidade de articulação de Joaquim Leite agregam ao MMA?
Um exemplo prático do que o perfil de Joaquim Leite agregou ao governo é a formulação do Programa Floresta+. A iniciativa foi capitaneada pelo novo ministro e sua equipe técnica quando ainda era secretário de Florestas e Desenvolvimento Sustentável.
O programa foi apresentado em julho de 2020 com a promessa de valorizar as ações de preservação de florestas nativas. O projeto inicial vai ser realizado na Amazônia Legal, onde serão destinados mais de R$ 500 milhões para atividades que melhorem, conservem e recuperem a natureza.
Do Floresta+ Amazônia, Leite criou enquanto secretário o Floresta+ Carbono e o Floresta+ Empreendedor. A primeira ação tem o intuito de complementar e reforçar os investimentos e esforços para a redução de emissões de gases poluentes por desmatamento. O segundo foi proposto para capacitar líderes empreendedores a fim de conectar pequenos empresários e pagadores de serviços ambientais.
Os três programas foram construídos por Leite após ouvir parlamentares dos mais diferentes partidos e espectros políticos. "Ele foi ao Congresso ouvir a todos", afirma um assessor. Além de políticos, também escutou 80 entidades, das quais 60 são ONGs. "Mas ele só ouviu as que tinham subsídios técnicos para contribuir", acrescenta.
Dessas conversas e a construção dos programas fomentando o debate de premiar quem ajudar a preservar a Amazônia, Leite articulou a aprovação do projeto de lei (PL) 5.028/2020. O texto foi aprovado pelo Congresso e sancionado em janeiro por Bolsonaro, originando a Lei nº 14.119/21, que institui a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA).

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/quem-e-joaquim-leite-novo-ministro-do-meio-ambiente-de-bolsonaro/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário