Evilázio Gonzaga Alves, Jornalista, publicitário e especialista em marketing e comunicação digital.
Lula pode colocar em prática as ideias para adiar o fim do mundo.
"Uma aliança entre o Brasil de Lula e dos brasileiros, com a União Europeia, será construída a partir de valores civilizatórios semelhantes. Valores que têm como núcleo a herança greco-romana, à qual foi sendo agregada ao longo da história contribuições dos povos originários da América; dos pretos, que vieram da África; dos árabes e orientais que vieram para o Brasil e foram para a Europa"
18 de novembro de 2021, 13:53 h Atualizado em 18 de novembro de 2021, 14:01
Lula (Foto: Ricardo Stuckert)
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JAPÃO NÃO É A CHINA
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A viagem do ex-presidente brasileiro ao Velho Mundo é repleta de significados, não só do interesse dos brasileiros, mas também dos europeus. Lula evidentemente pensa na duríssima disputa que enfrenta no Brasil, porém tanto ele como seus anfitriões, nos diversos países que percorreu, participam de uma guerra surda pelo futuro do planeta.
As diferenças políticas entre Lula e Macron são menores, frente ao objetivo comum de ambos: um mundo multipolar.
A recepção de Lula pelo presidente da França, com honras de chefe de estado, neste 17 de novembro, é uma sinalização para o mundo, feita por dois estadistas de linhas ideológicas distintas – Emmanuel Macron, um liberal, e o brasileiro se posiciona por palavras e gestos como um socialista democrático.
O mundo está mudando, o pêndulo da economia oscilou decididamente de volta para o extremo oriente da Eurásia e, com isso, novos atores surgem com força, para participar das decisões que afetam ao conjunto da humanidade.
A China é o mais poderoso dos atores que se reapresentam novamente à cena mundial, entretanto não se trata do único país que retorna ao palco, pois devem ser levados em conta o Japão, a Coréia do Sul e, também, a do Norte, o Vietnam, a Malásia, a Indonésia e a Índia, principalmente. É um retorno à cena global, desses países, pois nos pouco mais de quatro mil anos de história conhecida, a imensa área, que vai do leste da China, até o oeste da Índia, foi o território mais próspero da Terra, em todos os sentidos.
O império de plantão, os Estados Unidos, ocuparam a hegemonia mundial, em 1991, quando houve a implosão da União Soviética, e estabeleceram uma ordem mundial unipolar. Foi o período no qual os Estados Unidos puderam constranger até mesmo seus “aliados” mais próximos, como o Japão.
Após ser derrotado na Segunda Guerra Mundial, o Japão foi o mais extraordinário caso de recuperação econômica. Conforme registra Giovanni Arrighi, em meados da década de 1980, os japoneses mantinham em curso uma curva espetacular de crescimento. A ascensão japonesa foi baseada em métodos econômicos originais, que levaram à expansão da industrialização de todo o oriente asiático; mas o país também se aproveitou da liberalidade com que foi tratado pelo seu vencedor, os EUA. A geopolítica estadunidense pretendia apresentar seu satélite nipónico, junto com a Alemanha Ocidental, como símbolos da superioridade liberal capitalista – embora persistam dúvidas a respeito do caráter plenamente liberal da economia japonesa.
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