Bolsonaro aproveitará viagem aos Estados Unidos para fazer “motociata” na Florida
Por Redação Ucho.Info
10 de junho de 2022
Em viagem aos Estados Unidos, onde participou da Cúpula das Américas e teve encontro reservado com o anfitrião, o democrata norte-americano Joe Biden, o presidente Jair Bolsonaro resolveu incluir uma “motociata” em seu périplo pela terra do Tio Sam.
A “motociata” está prevista para acontecer no próximo sábado (11) em Orlando, no estado da Florida, onde Bolsonaro oficialmente inaugurará o vice-consulado local, vinculado ao consulado-geral de Miami.
A programação coincide com a realização do 1º Encontro Conservador Brasileiro da Flórida, que contará com a participação do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e do blogueiro Allan dos Santos.
Silveira foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ataques à democracia e ameaças aos ministros da Corte, além de outras penas no âmbito administrativo, mas acabou beneficiado por indulto da graça concedido por Bolsonaro, que por ocasião do decreto afirmou que decidiu dar uma lição no STF.
Allan dos Santos, por sua vez, está refugiado nos Estados e é considerado foragido da Justiça brasileira, com pedido de extradição que há muito não é cumprido pelo Ministério da Justiça por razões que dispensam maiores detalhes.
O Itamaraty está preocupado com os efeitos da “motociata”, pois o evento poderá causar novos embaraços diplomáticos ao Brasil, que na comunidade internacional é considerado “pária”.
“Não se espera que um chefe de Estado de outro país organize uma coisa dessas em uma visita ao seu território”, comentou um diplomata envolvido nos preparativos da viagem. A informação foi publicada nesta quinta-feira (9) na coluna da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
A diplomacia brasileira também deve estar atenta ao fato de que Bolsonaro, por estar próximo dos parques da Disney, poderá ser acusado de fazer concorrência ao Pateta.
Durante o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Bolsonaro abusou do falso bom-mocismo, além de ter disponibilizado ao líder americano dados discrepantes sobre a política ambiental brasileira.
Na reunião, Bolsonaro disse que teme pela soberania da Amazônia, discurso que exala doses extras de fanfarronice populista quando confrontado com os índices de desmatamento e outros crimes cometidos na maior floresta tropical do planeta. Isso também é motivo de preocupação no Itamaraty.
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