sexta-feira, 8 de julho de 2022

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Na internet, Bolsonaro reforça o discurso golpista e volta a criticar e ameaçar o TSE e seus ministros
Por Redação Ucho.Info/07 de julho de 2022



Na noite desta quinta-feira (7), em sua enfadonha e semanal transmissão ao vivo pela internet, o presidente Jair Bolsonaro reforçou o discurso golpista e voltou a colocar em xeque a confiabilidade do sistema eleitoral, sem apresentar provas.
Na transmissão, Bolsonaro afirmou que na próxima semana chamará todos os embaixadores estrangeiros para falar da fragilidade das urnas eletrônicas e apontar falhas na atuação de três ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE): Luís Roberto Barroso, Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes.
O chefe do Executivo aproveitou a ocasião para acionar a súcia de apoiadores logo após criticar declarações do presidente do TSE, Edson Fachin, que em agosto será substituído por Moraes, alvo de constantes ataques e ameaças de Bolsonaro.
“Se o pessoal do Comando de Defesa Cibernética do Exército detectar fraude não vai valer de nada esse trabalho porque o sr. Fachin já declarou que isso não muda o resultado das eleições. Não preciso aqui dizer o que estou pensando, o que você está pensando. Você sabe o que está em jogo, e você sabe como deve se preparar, não para um novo Capitólio, ninguém quer invadir nada, mas nós sabemos o que temos que fazer antes das eleições”, disse o presidente.
A declaração é uma referência à invasão do Capitólio, em Washington, por apoiadores de Donald Trump, derrotado nas eleições dos Estados Unidos. Enquanto Bolsonaro diz que turba não quer invadir o Congresso, o filho senador, Flávio Bolsonaro (P-RJ), afirmou há dias que é impossível prever o que pode acontecer se o resultado da corrida presidencial não for o que espera o clã das “rachadinhas”.
Na “live”, transmitida pelas redes sociais, Bolsonaro informou que solicitou ao Itamaraty convidar todos os representantes diplomáticos estrangeiros para essa conversa. O presidente prometeu mais uma vez apresentar provas para atestar seu discurso boquirroto. Se o ex-capitão tem provas e não as apresentou até o momento, não será agora, a menos de três meses das eleições, que qualquer papelório fabricado será capaz de provar o que não é possível de ser provado.
Na seara do cansativo e golpista discurso contra as urnas eletrônicas, o presidente conta com a companhia do subserviente ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que em recente sessão na Câmara dos Deputados novamente defendeu a necessidade de aperfeiçoamento do sistema eleitoral, o mesmo que há décadas vem elegendo Bolsonaro “et caterva”.
O delírio golpista de Bolsonaro é tamanho, que ele insiste na tese de que é preciso ter outro sistema para contabilizar os votos. Disse que o presidente os militares ou outras instituições poderiam participar dessa apuração paralela. “Qual o problema (de fazer a contagem)? Estão com medo de uma soma diferente?”, questionou.
Desesperado com a possibilidade de ser derrotado, principalmente depois que a votação da PEC do Desespero na Câmara dos Deputados foi adiada, Bolsonaro ridicularizou a iniciativa do TSE de chamar observadores internacionais para acompanhar as eleições no Brasil. “Convidar gente para ficar na sala cofre para ficar de braço cruzado não vale. Isso é para maquiar”.
Como se não bastasse, o presidente criticou o ministro Luís Roberto Barroso, acusando de difundir mentiras durante palestra na Inglaterra sobre a proposta do voto impresso. Barroso participou de evento internacional para criticar a iniciativa patrocinada por governistas com o aval de Bolsonaro para retomar o voto impresso no País.
“Barroso mentiu na Inglaterra. Nas Forças Armadas, quem mente acaba a carreira dela”, declarou. O presidente citou também que Alexandre de Moraes prometeu cassar e eventualmente prender candidatos que duvidassem do sistema eleitoral do país. Em tom desafiador, declarou: “Eu duvido do sistema eleitoral, é um direito meu duvidar. Quero aperfeiçoamento”.
Bolsonaro sabe que seu projeto de reeleição desidrata com o passar dos dias e parte da base aliada no Congresso, exceto a banda bolsonarista, pode abandoná-lo a qualquer momento, caso as pesquisas eleitorais continuem apontando para sua possível derrota. Não por acaso, o presidente cobrou de ministros e assessores defesa mais enfática do governo.
A transmissão desta quinta-feira serviu apenas e tão somente para movimentar a malta de apoiadores, muitos dos quais useiros e vezeiros de métodos truculentos em nome da defesa da democracia. Em suma, Bolsonaro enche os pulmões para falar em democracia, desde que ele não seja derrotado nas urnas. Em qualquer país democrático esse comportamento é conhecido como golpismo.

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