Numa época parecida com esta, pois nota-se uma propaganda eleitoral na praça, a família do saudoso JOAQUIM INÁCIO RODRIGUES JÚNIOR, cartorário.
Mas não dá para lembrar do Joaquim do Cartório sem contar um episódio.
Na manhã de 25 de agosto de 1961, a Folha de São Paulo publicava que o então presidente JÂNIO QUADROS renunciara à Presidência da República.
Cerca de 11 horas, o Viscount presidencial levantava voo em direção a São Paulo.
Ao despedir-se de dois auxiliares, o presidente reafirmou que partia com a consciência tranquila- "Deus é testemunha dos esforços que fiz para governar bem, sem ódio e sem rancores. Nesta hora penso nos pobres e nos humildes. É muito difícil ajudá-los".
Então...
Voltando de São Paulo, o também saudoso Jorge Hakim, proprietário da Casa de Móveis São Miguel, em São Miguel Arcanjo, nessa mesma fatídica semana teve que passar em Ibiúna para trazer o cartorário Joaquim Inácio Rodrigues Júnior.
A estrada estava toda tomada por militares que acabaram parando o carro velho do Jorge, motor fervendo à beça.
Foi quando um militar pediu documentos.
O Jorge não tinha nem carta de motorista.
Quem lhe salvou foi o amigo caronista.
Muito sagaz, Joaquinzote começou a tratar o Jorge de "Inspetor", como lhe chamava mesmo, perguntando se ele queria que fosse buscar água para o radiador.
Jorge recusou, porque o cartorário estava de terno e gravata.
Mas era Inspetor pra cá, Inspetor pra lá.
Tanto que o militar vendo que o tratamento dado pelo engravatado ao outro sujeito era de extrema cerimônia, acabou ele mesmo indo buscar água para o carro do Jorge; ao final, até nem lembrou de pedir mais os documentos e desejou boa viagem à dupla.
"Joaquinzote" era de Ibiúna, mas nunca deixou de ser são-miguelense de alma e coração.
Muito católico, tinha aqui centenas de amigos. Amava a banda lira da cidade. Tinha cadeira cativa no cinema local.
Faleceu em 1994.
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