Lula errou ao concordar com mudança na Lei das Estatais para facilitar a vida de Mercadante.
Por Redação Ucho.Info/14 de dezembro de 2022
Como sempre afirmamos, a atividade política, especialmente no Brasil, não abre espaço para a coincidência. Tudo o que acontece nessa seara é previamente planejado, na extensa maioria das vezes para beneficiar os políticos, que ousam se apresentar como representantes do povo.
Presidente eleito e agora diplomado, Luiz Inácio lula da Silva tem dado passos equivocados, mesmo antes de assumir a Presidência da República. Ciente de que só governará com certa tranquilidade caso aceite o status de refém do criminoso Centrão, Lula concordou com a manobra da Câmara dos Deputados para aprovar mudanças na Lei das Estatais.
Sempre prontos para acionar a manivela da corrupção – o orçamento secreto é prova maior –, os deputados aprovaram na calada da noite de terça-feira (13) uma mudança na lei que permite que políticos possam ocupar cargos de direção em estatais. A matéria segue para o Senado Federal, que está pronto para aprová-la.
Criada no governo do então presidente Michel Temer, a Lei das Estatais surgiu na esteira dos múltiplos crimes que deram vida ao esquema de corrupção conhecido como Petrolão. Para evitar a repetição do esquema criminoso, a referida lei serviu conteve durante alguns poucos anos a volúpia dos políticos por cargos em estatais, o que de chofre sugere disposição para a prática de ilícitos.
Reforçando a tese de que política e coincidência não andam de mãos dadas, na verdade sequer se conhecem, o adiamento da votação da PEC da Transição não foi por acaso. Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) deixou a votação da matéria para a próxima semana. Com isso, Lira terá tempo suficiente para aumentar a contrapartida exigida para garantir a aprovação da PEC.
Os deputados, que esperavam uma oportunidade para alterar a Lei das Estatais, viram na indicação de Aloizio Mercadante para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o momento ideal para que a corrupção falasse mais alto.
Mercadante não precisava da alteração da lei para assumir a presidência do BNDES, pois um precedente criado pelo ainda presidente Jair Bolsonaro, em 2019, era suficiente para respaldar a indicação feita por Lula. É importante salientar que a mudança em questão contou com votos de deputados do PT
Por outro lado, Arthur Lira ofereceu ao próximo governo 150 votos para aprovar a PEC da Transição, mas para tanto exige de Lula a entrega do Ministério da Saúde, uma das pastas com mais recursos.
O UCHO.INFO, que não tem político de estimação nem faz jornalismo de encomenda, afirma que Lula erra enormemente ao aceitar de forma passiva a imposição do Centrão, que no Parlamento age à sombra do proxenetismo político.
Não se pode esquecer que entre o Mensalão e o Petrolão a diferença ficou por conta da decisão de entregar à base de apoio – na verdade é de aluguel – ministérios, estatais e autarquias com direito ao bônus e ao ônus. Resumindo, o Centrão está pronto para passar a boiada.
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