domingo, 21 de abril de 2013

DO CONFRADE AFRÀNIO FRANCO:



Acho interessante aqui transcrever pequeno trecho de um texto escrito pelo confrade Afrânio Franco de Oliveira Mello, devido invocar sobre minha cidade natal ao tempo da revolução constitucionalista. 
A foto acima foi "surrupiada" do site Genealogia, de José Luiz Nogueira, nosso outro confrade do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga.  

"Meu pai, Antenor de Oliveira Mello Júnior, sempre me contava que tinha lutado nessa região e que a ele, juntamente com seu colega Tibagi, cabia patrulharem o mato, à noite, indo até as linhas inimigas, verificar a movimentação de suas tropas e, no retorno davam conta ao Comandante da tropa do que tinham visto. 
Mateiro de primeira linha, sempre o chamavam de “Capitão “, apelido dado a ele por seu professor Hermelino Corrêa, “Seu Milico", cunhado do Prof. Paiva Pereira de Itapetininga, quando era seu aluno na cidade de Bofete. 
Talvez por seu conhecimento de mato, posteriormente a mim confirmado pelo Waldomiro Benedito de Carvalho, o Chuca, que em caçadas nas matas de São Miguel Arcanjo, dizia nunca ter visto alguém piar o “ macuco ” e andar pelo mato como ele. Talvez por essa habilidade tenha sido escolhido para essas missões. 
Contava-me que, ele e o Tibagi, haviam construído um abrigo, tipo trincheira pequena, junto a uma das pontes sobre o rio das Almas. 
Fizeram o buraco, cortaram árvores grossas e finas, construíram o abrigo. 
Desse abrigo saíam a pesquisar a movimentação das tropas.
Quando estava construindo minha casa, o pedreiro, Firmino, oferece-me um fuzil que tinha sido usado na Revolução de 32. Perguntei como tinha conseguido tal arma, e ele contou que, quando criança, brincava muito em um abrigo, junto a uma ponte no rio das Almas e que passava perto do sítio do seu pai. Criança, tinha visto muitos soldados inimigos serem mortos pela metralha dos paulistas. 
Conta que enterravam em cova rasa. 
Depois do término da revolução, ele, seus irmãos e amigos, saiam pelo campo a procura de cápsulas das balas e em uma dessas idas e vindas, tinha encontrado o fuzil. 
Imediatamente levei-o para conversar com o meu pai sobre esse abrigo. 
Papai deu detalhes do espaço e da construção, confirmados pelo Firmino. 
Eu, só escutando, enchi-me de orgulho.
Papai, ferido em batalha, transferido para Itapetininga, medicado, ao ir para casa, desmaia na rua Prudente de Moraes e é socorrido pela mãe do Humberto Franci, Sra. Iria Luchesi. (Luchesi, Luchini, de Lucca, sobrenome dos originários da região de Lucca-Itália).
Dessa época tenho o capacete, uma arma branca, longa e pontiaguda, alguns pentes de balas e duas fotos aqui reproduzidas e, também, as medalhas recebidas, uma por Honra ao Mérito, ferimento em batalha e outra pela participação no Movimento. 
Os outros parentes que lutaram na Revolução de 1932 foram o Euvaldo de Oliveira Mello, que foi Secretário da Educação do Governo do Estado de São Paulo, gestão do Governador Carvalho Pinto e Alcínio Rocha , o “Tio Lico” , pai da minha prima, Professora e Advogada Alcina Rocha Peres de Oliveira."

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