Nós nos conhecemos cerca de uns quinze anos atrás, em São Miguel Arcanjo.
Foi justamente quando eles ficaram sabendo que na cidade haviam montado um Museu, o Museu da Associação Casa do Sertanista de São Miguel Arcanjo e resolveram fazer-nos uma visita.
Por eles fomos presenteados com uma toalha de rendas branca, muito linda, um avental feminino também de rendas na mesma cor e um sinete que guardara por muito tempo como lembrança dos seus antigos patrões.
Pai e filha, chamavam-se Capitão Aparecido e Sarah Gatty; não ficamos sabendo seus nomes completos, mas a convivência com ambos era muito rica.
Ele, um senhor já aposentado, muito culto e educado.
Ele, um senhor já aposentado, muito culto e educado.
Ela, uma garota encantadora, nos seus dezesseis para dezessete anos.
Ambos, de uma fineza de comportamento ímpar.
Dizia o Capitão e provava com fotos e narrações, que, antes de ser Capitão, fora empregado e tratado pelos antigos patrões e seus descendentes quase como um membro de uma famosa família, a família do Conde de Prates. Essa família fora proprietária de muitos imóveis; um deles, a famosa Fazenda Santa Gertrudes, onde o cenário era maravilhoso sendo até locado para se fazer as conhecidas novelas da TV "Esperança" e "A Escrava Isaura".
Ambos, de uma fineza de comportamento ímpar.
Dizia o Capitão e provava com fotos e narrações, que, antes de ser Capitão, fora empregado e tratado pelos antigos patrões e seus descendentes quase como um membro de uma famosa família, a família do Conde de Prates. Essa família fora proprietária de muitos imóveis; um deles, a famosa Fazenda Santa Gertrudes, onde o cenário era maravilhoso sendo até locado para se fazer as conhecidas novelas da TV "Esperança" e "A Escrava Isaura".
O Capitão e sua filha residiram durante algum tempo no Bairro de Guararema e depois na cidade, a dois quarteirões de nossa casa.
Muitas vezes nos encontramos para um café e ficávamos por horas a debater sobre assuntos polêmicos da política e da vida social brasileiras.
Um dia, Sarah Gatty ficou doente; teve que fazer uma operação muito delicada.
Depois disso, ainda nos vimos algumas vezes muito rapidamente na Biblioteca local e tomamos conhecimento de que estavam vendendo o imóvel em que moravam.
Querendo mostrar-lhes uma publicação que vira numa revista, segui até à casa deles, mas já não estavam lá.
Vizinhos disseram que haviam vendido a casa sem deixar o novo endereço.
Uma grande decepção!
Não que as pessoas devam dar satisfação de seus atos a ninguém, mesmo que sejam aos grandes amigos.
Mas que foi decepcionante, foi.
Muitas vezes nos encontramos para um café e ficávamos por horas a debater sobre assuntos polêmicos da política e da vida social brasileiras.
Um dia, Sarah Gatty ficou doente; teve que fazer uma operação muito delicada.
Depois disso, ainda nos vimos algumas vezes muito rapidamente na Biblioteca local e tomamos conhecimento de que estavam vendendo o imóvel em que moravam.
Querendo mostrar-lhes uma publicação que vira numa revista, segui até à casa deles, mas já não estavam lá.
Vizinhos disseram que haviam vendido a casa sem deixar o novo endereço.
Uma grande decepção!
Não que as pessoas devam dar satisfação de seus atos a ninguém, mesmo que sejam aos grandes amigos.
Mas que foi decepcionante, foi.
Quem foi o Conde de Prates?
É através do site da própria Fazenda Santa Gertrudes que traçamos uma pequena biografia do Conde.
Filho de Fidêncio Nepomuceno Prates e de Inocência da Silva Prates ( filha do Barão de Antonina), ele nasceu em São Paulo aos 8 de novembro de 1860 e desde muito cedo dedicou-se à vida comercial, conseguindo grande êxito na agricultura e pecuária.
Filho de Fidêncio Nepomuceno Prates e de Inocência da Silva Prates ( filha do Barão de Antonina), ele nasceu em São Paulo aos 8 de novembro de 1860 e desde muito cedo dedicou-se à vida comercial, conseguindo grande êxito na agricultura e pecuária.
Casou-se com Antônia dos Santos Silva, filha do Barão de Itapetininga e da Baronesa de Tatuí, família das mais nobres e honrosas tradições brasileiras.
Possuidor de fartos recursos advindos de atividades como banqueiro, capitalista, comerciante e lavrador, tinha como suprema aspiração socorrer àqueles que se valiam de sua desmedida generosidade.
Membro da 1ª Comissão Fundadora da nova Sé Catedral Metropolitana de São Paulo em 1912, recebeu o título de grande benemérito.
Por longos anos foi Grande Protetor do Orfanato Cristóvão Colombo e por outros longos anos Mordomo da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Do Convento de Nossa Senhora da Luz, foi, por largo espaço, Síndico e Protetor.
Foi também Grande Benemérito da Casa da Divina Providência e Provedor e Protetor da Igreja de Santo Antônio, da Praça do Patriarca.
No Liceu Coração de Jesus ele também legou sua benemerência.
Para os Salesianos de São Paulo, ele foi o grande pai.
Para os Salesianos de São Paulo, ele foi o grande pai.
Os sinos do campanário do Santuário do Sagrado Coração de Jesus foram doados por ele.
Foi Provedor da Irmandade de Nosso Senhor dos Passos e Irmão do Santíssimo da Sé Catedral de São Paulo.
Dele, o Título de Comendador Locotenente da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém.
Fundador e Presidente do Banco de São Paulo.
Fundador e 1º Presidente da Sociedade Rural Brasileira.
A Companhia Paulista de Estradas de Ferro teve-o por muitos anos como seu Vice-Presidente e Diretor.
Fundou e foi Presidente da Companhia de Armazéns Gerais do Estado de São Paulo e de muitas outras empresas, tais como, a Companhia de Minerais Santa Rosa, a Companhia Pastoril de Barretos, a Companhia Paulista de Navegação e a Associação Comercial.
Em 1911, foi fundador e 1º Presidente da Sociedade Hípica Paulista.
Proprietário da Fazenda de Santa Gertrudes, era para lá que se retirava ao encontro de momentos de lazer em meio à poesia e à solidão dos lagos, das árvores, dos pomares e de seus cafezais.
Hoje aquela bela e tradicional propriedade pertence ao Conde e Condessa Guilherme de Prates e hospeda figuras ilustres e personalidades da mais alta expressão mundial.
De seu consórcio com a Condessa de Prates deixou quatro filhos: Conde Guilherme Prates, Eduardo dos Santos Prates e Joaquim dos Santos Prates e dr. José Prates, já falecidos.
A 22 de março de 1928, São Paulo despedia-se de seu grande benfeitor.
Quer conhecer a Fazenda?
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