quarta-feira, 5 de março de 2014

PEDÓFILO PORTUGUÊS CONDENADO


O homem de 52 anos que abusou de menores através da internet - e de que a VISÃO revelou a história em primeira mão - foi hoje condenado a 4 anos e meio de prisão
Isabel Nery
Quarta feira, 5 de Março de 2014 |
Foto: José Carlos Carvalho

Inácio Monteiro, sargento da Marinha reformado e pai de 2 filhos, encontrou proteção para a sua privacidade num capacete cinzento que usou hoje à entrada e saída do Tribunal de Oeiras. Tinha já recorrido a um chapéu de chuva quando, em fevereiro, esteve marcada pela primeira vez a leitura da sentença, depois adiada. 
O cuidado que demonstra para si próprio não podia ser mais contrastante com os atos agora provados em tribunal.
Privacidade é exatamente aquilo que roubou a várias menores. No início era um "jovem" que só queria conversar nos chats - num dos casos fez-se mesmo passar por rapariga. 
Depois de ganhar confiança, ia admitindo ser mais velho. 
Com a confiança, vinha a troca de fotografias mais ousadas, e com elas a chantagem. 
Se as menores recusassem encontrar-se com ele para terem relações sexuais, divulgava as fotos na internet.
O medo fez a mais nova, na altura com 13 anos, contar à mãe, que denunciou o caso à Polícia Judiciária. 
A mais velha, então com 15 anos, teria pior sorte. Perante a chantagem, aceitou encontrar-se com Inácio Monteiro. Dentro do carro, obrigou-a a praticar sexo oral e fez-lhe fotos nua. Com elas, aumentou a parada da chantagem: na vez seguinte teria de haver relações sexuais.
De tudo isto o coletivo de juízes do Tribunal de Oeiras entendeu haver provas - além dos testemunhos, encontrou uma pen drive com fotos de menores e, já depois de acusado, foi apanhado numa loja de Almada a aceder a sítios de pornografia infantil.
A juíza considerou "provados a quase totalidade dos fatos" e condenou o arguido a 14 meses de prisão por abuso sexual de criança, a 2 anos por abuso de adolescente, a 1 ano por coação agravada e a 3 por pornografia de menores.
Depois de lida a sentença, a juíza fez questão de salientar ao arguido que "são crimes graves". 
E aconselhou-o a "apostar no tratamento para não incorrer em atos semelhantes".
A pena efetiva será de 4 anos e seis meses. 
"Pouco", considerou a vítima. 
Muito mais do que isso, quase seis anos, esperaram as adolescentes molestadas para verem o réu condenado. 

No dia 18 de Fevereiro a caminho do julgamento
Foto: Luís Barra

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