Por: Reinaldo Azevedo/
27/02/2019
Uma das maiores empreiteiras do país, com contratos bilionários no Brasil e no exterior, a OAS distribuiu entre 2010 e 2014 cerca de R$ 125 milhões em propinas e repasses de caixa dois a pelo menos 21 políticos de oito partidos.
A revelação foi feita por oito ex-funcionários que atuavam na “Controladoria de Projetos Estruturados”, o departamento clandestino da empreiteira, em delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado e que era mantida até agora em sigilo.
O GLOBO teve acesso a um relatório de 73 páginas da Procuradoria-Geral da República (PGR) em que a procuradora-geral, Raquel Dodge, resume as revelações dos ex-executivos, contidas em 217 depoimentos, e pede providências ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo.
Os funcionários do setor revelaram os nomes dos políticos, as campanhas financiadas irregularmente, as obras superfaturadas para alimentar o caixa clandestino da empreiteira e o método de funcionamento do esquema.
A lista de beneficiários elencada pelos delatores é multipartidária e reuniria alguns dos mais proeminentes políticos do país no período.
Entre os acusados de receber propina estão:
o senador Jaques Wagner (PT);
o ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU);
o ex-governador Fernando Pimentel (PT-MG);
o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ);
o ex-ministro Edison Lobão (MDB-MA).
Vários outros teriam recebido caixa dois, entre eles:
o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ);
o senador José Serra (PSDB-SP);
o deputado Aécio Neves (PSDB-MG);
o ex-prefeito Eduardo Paes;
o ex-governador Sérgio Cabral.
Procurados, eles refutaram as acusações ou negaram-se a comentá-las. (…)
Por Aguirre Talento, em O Globo.
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