Declaração torpe de Bolsonaro negando a existência de racismo no País deveria ter “incendiado” a população
Por Redação Ucho.Info/23 de novembro de 2020.
O Brasil precisa parar, em nome de salvar a democracia e o próprio País. Fosse o brasileiro um povo com sangue correndo nas veias e doses rasas de vergonha, a população já teria ocupado as ruas, sem data para cessar o protesto.
Beira o inimaginável a declaração do presidente Jair Bolsonaro negando a existência de racismo no Brasil. Além disso, somente um dissimulado é capaz de afirmar que o lugar de quem prega discórdia “é no lixo”.
“Aqueles que instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas contra nossa própria história. Quem prega isso está no lugar errado. Seu lugar é no lixo!”, afirmou o presidente.
“Somos um povo miscigenado. Brancos, negros, pardos e índios compõem o corpo e o espírito de um povo rico e maravilhoso”, escreveu o presidente. Foi a essência desse povo que conquistou a simpatia do mundo. Contudo, há quem queira destruí-la, e colocar em seu lugar o conflito, o ressentimento, o ódio e a divisão entre classes, sempre mascarados de ‘luta por igualdade’ ou ‘justiça social’, tudo em busca de poder, destacou.
“Não podemos nos deixar ser manipulados por grupo políticos”. “Como homem e como presidente, sou daltônico: todos têm a mesma cor. Não existe uma cor de pele melhor do que as outras. Existem homens bons e homens maus. São nossas escolhas e valores que fazem a diferença.”, completou.
Se há no País alguém que deveria estar no lixo por estimular diuturnamente a discórdia, esse certamente é Bolsonaro, que se elegeu à sombra da divisão da sociedade e só se mantém no poder graças a essa cizânia patrocinada com o suado dinheiro do contribuinte.
A fala de Bolsonaro teve como pano de fundo o assassinato de João Alberto Freitas, espancado e morto em uma unidade da rede de supermercados Carrefour, em Porto Alegre, horas antes do Dia da Consciência Negra, comemorado na última sexta-feira (20).
A reação da sociedade, que deveria ainda estar em marcha, é uma ameaça ao projeto de reeleição de Bolsonaro, que teme o problema enfrentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tropeço em sua tentativa de obter novo mandato. O fracasso de Trump se deu na esteira dos mesmos erros cometidos por Bolsonaro, que trata com deboche e irresponsabilidade genocida a Covid-19 e ignora a existência do racismo estrutural no País. E o presidente da República está a cometer os mesmos erros.
O negacionismo torpe e rasteiro de Jair Bolsonaro causa náuseas até mesmo no mais desavisado, por isso é incompreensível a pasmaceira da população, que deveria mostrar a quem de direito o que significa democracia.
O Brasil é uma democracia representativa, o que se dá por meio do voto, mas isso não significa que a sociedade é obrigada a aceitar os desvarios de um totalitarista convicto que ousa falar em liberdade e igualdade, quando, na verdade, somente aqueles que rezam por sua cartilha merecem respeito.
Ou o País desperta para a realidade, ou o brasileiro “joga a toalha” e aceita o retorno de uma ditadura não tão disfarçada.
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