terça-feira, 1 de dezembro de 2020

ADEUS, CRIVELLA! QUE SEJA PARA SEMPRE!


Com 64,07% dos votos, Eduardo Paes impõe derrota histórica a Crivella no RJ e deixa Bolsonaro preocupado.


Eduardo Paes (DEM) foi eleito neste domingo (29) para a Prefeitura do Rio de Janeiro com 64,07% dos votos válidos. 
O atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que buscava a reeleição, sofreu uma derrota acachapante e obteve 35,93%.
Paes venceu em todas as 59 zonas eleitorais do Rio de Janeiro. 
Em Copacabana, bairro com o maior número de idosos do País, Crivella teve apenas 20% dos votos válidos. 
No vizinho bairro de Ipanema, o fiasco foi ainda maior: 15% dos votos válidos. 
É importante ressaltar que o Rio de Janeiro é a cidade do presidente Jair Bolsonaro, onde ele se elegeu por sete vezes deputado federal. 
Em outras palavras, Bolsonaro, cabo eleitoral da pior qualidade, é o pior derrotado das eleições 2020.
Após o resultado, Paes celebrou o que chamou de “vitória da política” contra a radicalização. 
“A primeira mensagem que eu queria passar é de agradecimento, aos cariocas que foram às urnas e acreditaram nas nossas propostas. Queria também celebrar aqui uma vitória da política. Nós passamos os últimos anos radicalizando a política brasileira. O resultado desse radicalismo certamente não fez bem a nenhum de nós cariocas, não fez bem a nenhum de nós brasileiros.”
Veterano da política carioca, Paes vai voltar à prefeitura após um hiato de quatro anos, no qual acumulou uma derrota na corrida ao governo do estado do Rio de Janeiro e uma troca de partido, passando do MDB para o DEM. 
Ele comandou o Executivo municipal entre 2009 e 2017.
Em uma campanha marcada por poucas propostas, Eduardo Paes contou com a ajuda da impopularidade de Crivella, avaliado negativamente por 60% da população da capital fluminense em pesquisa Ibope divulgada há uma semana.
O resultado do Rio de Janeiro também marca um revés tanto para o bolsonarismo quanto para as ambições políticas da Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo. 
Crivella é sobrinho do chefe da Universal e sua vitória no pleito de 2016 deveria ter servido de vitrine para a capacidade de administração para políticos evangélicos que fizeram carreira em pautas de costumes.
No entanto, o projeto não funcionou. 
Marcelo Crivella não apenas se tornou um dos prefeitos mais impopulares da história do Rio, como colecionou uma sucessão de escândalos durante sua administração – ele chegou a ser alvo de dois pedidos de abertura de processo de impeachment.
Os quase intermináveis quatro anos do mandato de Marcelo Crivella foram marcados por episódios infames, como a apreensão de um gibi durante a Bienal do Livro de 2019 e a criação de uma gangue de assessores com o objetivo de tumultuar reportagens sobre a situação da saúde no município.
Nos últimos dias, em clara desvantagem nas pesquisas, Crivella voltou a apelar para a velha pauta de costumes que projetou sua carreira política, acusando falsamente Paes de querer implementar a “pedofilia” nas escolas do município. 
Em um aceno ao presidente Jair Bolsonaro, ele ainda fez comentários homofóbicos sobre um desafeto do presidente, o governador paulista João Dória Júnior (PSDB).
A derrota do prefeito do Rio de Janeiro acendeu a luz vermelha no campo do bolsonarismo. 
Nas últimas semanas, Crivella tentou de forma insistente associar sua imagem com a do presidente da República, na expectativa de repetir o efeito que impulsionou candidaturas alinhadas a Bolsonaro em 2018. 
O presidente chegou a declarar apoio ao prefeito carioca nos dois turnos, mas não se dedicou de maneira ostensiva na conquista de eleitores para seu suposto aliado.

(Com agências de notícias)

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