Covid-19: Brasil registra 1.582 mortes em 24 horas; estados anunciam colapso no sistema hospitalar.
Por Redação Ucho.Info/25 de fevereiro de 2021.
Divulgados na noite desta quinta-feira (25) pelo consórcio de veículos de imprensa, dados do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) mostram que o Brasil registrou nas últimas 24 horas 1.582 mortes por Covid-19, a maior marca desde o início da pandemia do novo coronavírus, totalizando 251.661 óbitos pela doença.
O recorde anterior de número de mortes em 24 horas foi registrado em 29 de julho do ano passado, quando chegou a 1.554.
Com o novo balanço, a média móvel de mortes no País nos sete dias é 1.150, avanço de 8% em relação à média anotada há 14 dias. É a segunda maior média de mortes por Covid-19.
Seis das sete maiores marcas foram registradas nas últimas duas semanas.
Em relação a casos confirmados, de quarta-feira para quina foram registrados 67.878 novos diagnósticos, totalizando 10.393.886 brasileiros que já contraíram o novo coronavírus. A média móvel de casos nos últimos sete dias é de 52.177 novos diagnósticos por dia, avanço de 15% em relação aos casos registrados há duas semanas. A média de casos voltou a ficar acima da marca de 50 mil por dia após pouco mais de três semanas.
A tendência está no limite da estabilidade; acima de 15% configura alta.
Segundo o Ministério da Saúde, 9.323.696 pacientes se recuperaram da doença.
O Conass não divulga o número de recuperados.
Até esta quinta-feira, 6.338.137 de pessoas já receberam a primeira dose de vacina contra Covid-19, o que representa 2,99% da população brasileira.
A segunda dose já foi aplicada em 1.750.781 pessoas (0,83% da população) em todos os estados e no Distrito Federal.
No total, 8.088.918 doses foram aplicadas em todo o País.
Os números reais de casos e de óbitos pela doença são muito maiores, principalmente por causa da baixa testagem em larga escala e da subnotificação, como tem afirmado o UCHO.INFO desde o primeiro registro da presença do novo coronavírus em território brasileiro.
Autoridades de saúde reconhecem que o cenário provocado pelo novo coronavírus no Brasil é muito mais grave e preocupante.
Enquanto disparam os números de casos e de óbitos em todo o País, o presidente Jair Bolsonaro insiste em negar a ciência e promover aglomerações, como a que aconteceu na quarta-feira (240 no Palácio do Planalto, durante cerimônia de posse de ministros.
No evento, pelo menos 400 pessoas se aglomeraram na sede do Executivo federal, desrespeitando as regras de distanciamento social e o uso de máscara de proteção.
O ainda ministro da Saúde, general da ativa Eduardo Pazuello, descobriu tardiamente que o novo coronavírus e suas variantes representam gravíssima ameaça à população.
“Na nossa visão estamos enfrentando a nova etapa dessa pandemia. Tem hoje o vírus mutado. Ele nos dá 3 vezes mais a contaminação”, disse Pazuello, sem mencionar a fonte sobre o maior poder de contágio da nova cepa do SARS-CoV-2.
O que sabe até o momento é que a variante brasileira do novo coronavírus é mais contagiosa.
Pazuello afirmou que a transferência de pacientes entre estados que enfrentam lotação de unidades de terapia intensiva é a única saída para enfrentar a “nova etapa” da pandemia, impulsionada pela variante de Manaus.
Contudo, autoridades de muitos estados já informaram ao ministério que os respectivos sistemas hospitalares (leia-se leitos de UTI) estão a um passo do colapso.
Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rondônia estão com o atendimento para Covid-19 colapsado.
Presidente do Conass, Carlos Lula informou que foi registrada na alta ocupação hospitalar em Santa Catarina, Tocantins, Rondônia, Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Paraíba, Maranhão e Sergipe.
Ao menos 12 estados enfrentam sérias dificuldades no sistema de saúde.
Além dos mencionados anteriormente, São Paulo, Paraná e Piauí enfrentam dificuldades nos hospitais.
De acordo com os dados do Conass, doze estados apresentam alta no número de mortes por Covid-19: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Acre, Pará, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte. Dez unidades da federação têm estabilidade no número de óbitos: Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Tocantins, Alagoas, Pernambuco e Sergipe. Quatro estados registram queda: Mato Grosso do Sul, Amazonas, Amapá e Roraima.
A taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes subiu para 119,7 no Brasil, a 22ª mais alta do planeta, desconsiderados países classificados como pequenos – Andorra, Liechtenstein e San Marino.
Em números absolutos, o Brasil é o terceiro país com maior número de infecções pelo novo coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, que somam mais de 28,3 milhões de casos, e da Índia, com 11 milhões. Contudo, é o segundo em número absoluto de mortos, já que mais de 505 mil pessoas morreram nos EUA.
Ao todo, desde o início da pandemia, mais de 112 milhões de pessoas já contraíram o novo coronavírus ao redor do globo, sendo que 2,5 milhões morreram em decorrência de complicações da Covid-19.
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