CPI da Covid: “capitã cloroquina” tenta explicar áudio em que afirma existir um “pênis na porta da Fiocruz”.
Por Redação Ucho.Info/25 de maio de 2021.
A questão maior que move a gestão de Jair Bolsonaro não é governar o País e buscar soluções para os problemas que se acumulam a todo instante, mas debruçar-se sobre questões ideológicas canhestras e que miram o retrocesso e o autoritarismo.
De igual modo, a escolha dos integrantes passa obrigatoriamente por um filtro ideológico, o que explica a pasmaceira e o revanchismo que tomam conta da administração federal.
Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, a médica Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina” e que nesta terça-feira depõe na CPI da Covid, fez descabida e rasteira crítica à Fiocruz antes de assumir o cargo.
Durante sessão da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) divulgou áudio em que Mayra afirma que a Fiocruz estava influenciada por ideologias de esquerda e que o órgão tinha “um pênis na porta”.
“A Fiocruz é um órgão ligado ao Ministério da Saúde e trabalha contra todas as políticas que são contrárias à pauta deles de minorias. Tudo deles envolve LGBTI. Eles têm um pênis na porta da Fiocruz. Todos os tapetes das portas são a figura de Che Guevara. As salas são figurinhas do Lula Livre, da Marielle vive”, declarou Mayra Figueiredo no áudio.
A secretária afirmou que o áudio foi vazado e se tratava de resposta a um colega.
“Eu não era secretária e houve um vazamento. Nessa época, isso era a constatação de fatos. Sim, tinha um objeto inflável, em comemoração a uma campanha, na porta da entidade”, respondeu ao ser questionada sobre a declaração chula e preconceituosa.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), arrancou risos dos senadores ao dizer ter ouvido Mayra falar que “havia um tênis na porta da Fiocruz”, não um pênis.
Considerando que o presidente da República ignora a liturgia do cargo ao adotar postura típica de porteiro de casa de alterne e um dia afirmou que utilizava o apartamento funcional da Câmara dos Deputados para “comer gente”, Mayra Figueiredo é a pessoa certa para um governo errado.
Esse comportamento esdrúxulo e repugnante de integrantes dos primeiros escalões do governo por certo causa engulho e muitos cidadãos de bem, mas é importante para que a imagem de Bolsonaro e de sua horada de colaboradores e apoiadores derreta com o passar do tempo.
Quando um chefe de governo apela às baixarias como forma de rebater adversários, é sinal de que o desespero alcançou nível preocupante.
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