sábado, 5 de março de 2022

DO AYR ANTUNES:

Tem se falado muito nos posicionamentos de brasileiros em relação à guerra Ucrânia x Rússia. 
Defender a Rússia? 
Defender a Ucrânia? 
Muitos condenam aqueles que firmaram apoio à Rússia, há até quem diz que a esquerda apoia, direitistas são quase que todos em favor da Ucrânia. 
É necessário tomar cuidado com relação a tudo isso se pensarmos que podemos estar confundindo um apoio ou outro como pragmática identidade ideológica local. 
A esta altura do século 21 é inadmissível que se promova uma guerra, quando as questões que a provocaram podiam ser resolvidas no campo diplomático, e é interessante salientar que no referido conflito não há um vilão completo e nem uma vítima coitadinha. 
A Rússia está sendo vista como a grande vilã porque está disponibilizando poderoso arsenal bélico contra o país vizinho, colocando em risco inclusive a população civil, por outro lado vemos defensores da Ucrânia a tratando como vítima indefesa. Muitos que defendem a Rússia atribuem à Ucrânia a proliferação de grupos neonazistas, o país estaria sendo o abrigo ideal para admiradores do nazismo. 
Não há dúvida que Vladmir Putin busca consolidar a importância da Rússia, busca defender seu país de eventuais ameaças representadas por bases militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que seriam instaladas em suas proximidades, caso a Ucrânia a aderisse. 
Mas é interessante salientar que a Otan segue interesses de países imperialistas, a começar pelos Estados Unidos, países que observam a Ucrânia como um grande pretexto para solidificar suas influências em terras européias, ou seja, neste quesito o conflito é até bom, enquanto que seus discursos acerca dos prejuízos da guerra com mortes de civis, de soldados, é só um pano de fundo para sensibilizar o mundo. 
Para nós brasileiros, em especial para as forças progressistas, o que interessa é uma saída pacífica e negociada, e que a negociação enfraqueça a Otan, os governos imperialistas liderados pelos Estados Unidos e que enfraqueça também a decisão da Rússia em acreditar que a única saída seja a guerra.


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