Ouvir cantar o rouxinol, principalmente na calada da noite, é poder realmente apreciar toda a sua maravilhosa essência.
Quando essa ave entoa uma canção em trinados tão melodiosos, parece carregar no peito o espírito das florestas que brota das sombras que habitam pelo chão.
Primeiro doce, depois, sincopada e finalmente num crescente.
Tal qual a vida despertando para um novo dia.
Um sábio, certa vez, afirmou que o rouxinol quando canta, vira a cabeça para cima, como se venerasse Deus. E canta e canta até que, cansado, coloca a cabeça sob a asa e adormece.
Shakespeare chamava o rouxinol de filomela, em alusão ao mito de Filomela, uma princesa grega que foi violada pelo seu cunhado, o rei da Trácia, chamado Tereu. A moça e sua irmã Progne resolveram vingar-se dele, matando-lhe o filho Ítis. De espada em punho, Tereu avançou contra as irmãs, mas um deus as protegeu, transformando Filomela em rouxinol e Progne em andorinha.
A "Pastoral", sinfonia de Ludwig van Beethoven, transcreve o canto desse pássaro para a flauta com magnanimidade.
O canto do rouxinol é todo ele feito para o amor.
Se alguma fêmea solitária ouvir seu canto, com certeza aceitará seu convite e acolhê-lo-á em seu coração.
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